A Sósia - Volume I

Capítulo 64

Ele apertou ainda mais o corpo dela, enquanto sua língua invadia a boca da namorada com pressa.

Logo uma das mãos dele deslizou devagar pelo rosto dele, descendo até o ombro e então abaixando a alça da camisola. Seus lábios marcavam o pescoço dela, beijavam a região, chupavam-na, mordiam demoradamente; esquentavam-na.

Era louco e completamente inexplicável o que acontecia quando estavam juntos. Aquela ligação que sentiam, a sintonia perfeita não poderia ser algo apenas de corpos, havia ali algo mais intenso e mais profundo do que eles poderiam imaginar. Talvez fosse destino, talvez fosse um romântico passatempo ou talvez fosse apenas... para ser. Sem explicação.

Suas vidas não haviam sido parecidas até então, ou pelo menos acreditavam que não tinham chances de estar um com o outro, de se encontrarem. Tinham vidas feitas, relacionamentos estabilizados, vidas distintas e de repente, estavam iguais.

O acidente de Selena mudara a vida de Christopher, assim como o acidente de Fernando mudara completamente a de Dulce. Talvez fosse o caminho tortuoso que faltavam enfrentar para que enfim as almas se encontrassem, se juntassem, se amassem, se acalmassem.

Dizem que todas as lágrimas, todo o sofrimento e dificuldade que foi enfrentado para sobreviver tem seu sentido quando se encontra o verdadeiro amor. Eles haviam encontrando esse sentimento.

O sentimento que mais engana as pessoas, o sentimento que é capaz de fazer com um acabe perdendo a cabeça e fazendo loucuras, o sentimento que hoje unia Dulce e Christopher em uma só vibração.

Ela sabia que era amor e sabia que era verdade. Sabia e tinha total certeza cada vez que o lábio dele tocava o dela, cada vez que a boca do namorado deslizava sua pele, marcando-a, deixando um rastro de fogo, desejo e amor.

E ele sabia que era verdadeiro o que sentia por ela também. Sabia através dos olhos cor de mel da morena que brilhavam sempre que ela o encarava, sabia através do sorriso discreto e apaixonado que ela lhe oferecia todas as manhãs, sabia através das mãozinhas pequenas dela que tocavam seu rosto, através do polegar que deslizava lentamente pela sua bochecha, fazendo sempre um desenho de coração; ele sabia através de cada detalhe dela, que haviam sido feito um para o outro.

E quando se amavam, quando decidiam ir para a sacada e provar do desejo mais louco, eles tinham a certeza de que os corpos também se amavam. Os corpos tinham conexão, sabiam buscar um ao outro, sabiam o que fazer e como fazer, sabiam criar o desejo e sabiam muito bem como saciá-lo; com vontade, às vezes com pressa e loucura, mas sempre com paixão e amor, sempre respeitando o sentimento que os guiava. Eram loucos, mas loucos apaixonados.

Naquela noite, sentiram que a lua os olhava, que as estrelas lhes davam a silenciosa benção de que deveriam seguir juntos, de que aquele momento não seria apenas um momento, seria uma vida toda. Seria eterno.

Amaram-se ali, amaram-se ao perigo, sentindo os corpos quentes, mesmo que o frio gelado estivesse ao redor. Esqueceram-se do mundo, lembraram-se apenas deles mesmos, do que queriam e do que estavam dispostos a viver.

Naquela noite, não queriam nada além de estar juntos. Queriam tão simples e sinceramente um ao outro.

O resto? Supérfluo.

Dulce= Amor... – apertou-o com força, assim que chegaram ao ápice daquele momento. – Te...

Christopher= Amo você. – controlou-se para não perder a força e cair com ela, pois depois da intensidade do que haviam vivido, se tornava difícil até manter-se de pé.

Dulce= Eu te amo também. – e como de costume, deslizava lentamente o polegar pelo rosto dele. – Muito. – ele beijou o pescoço dela, aumentando devagar a intensidade. – Não podemos mais...