Christopher não podia demonstrar, mas por dentro estava dando cambalhotas, contente pela reação da morena.
Durante o dia, Dulce não viu nenhum dos amigos, com exceção de Poncho, que estava ao seu lado durante todo o tempo.
Por volta de nove e meia da noite, Dulce finalmente foi embora da emissora, porém ficou quieta durante todo o tempo, sem falar nada nem mesmo com o vizinho.
Christopher= Você não vai mesmo me dizer por que está com essa cara feia? – disse, estacionando o carro na garagem do prédio.
Dulce= Estou cansada. – revirou os olhos e saiu do carro.
Christopher= Dulce! – bravo, saiu logo atrás dela, que já estava quase no elevador. – Dulce María! – entrou com ela. – Eu não sou o culpado do seu mau humor.
Dulce= Eu sei. – suspirou. – Me deixe sozinha.
Christopher= Dul... – colocou uma das mãos na cintura dela. – O que houve? Você quer conversar?
Dulce= Não, não, obrigada. – desviou o olhar.
Christopher= Eu sou seu amigo, sabia? – fez com que ela o encarasse. – Você pode desabafar comigo, se precisar.
Dulce= Você não vai poder resolver. – deu de ombros.
Christopher= Como sabe? – sorriu. – Você não me contou o problema.
Dulce= Mas eu sei. – saiu do elevador. – Só isso.
Christopher= Ok, Dulce, não vou insistir. – desistiu e foi para o próprio apartamento.
Dulce= Desculpe. – disse logo. – Desculpe, você não é mesmo o culpado.
Christopher= E nem posso ajudar. – abriu a porta.
Dulce= É a audiência. – encostou-se na parede do corredor e o encarou. – Não conseguimos o terceiro lugar de novo. Chegamos tão perto, faltou tão pouco, mas... Merda! Eu nem sei onde estou errando, não encontro a falha, não consigo...
Christopher= Vem cá... – puxou-a para perto de si.
Dulce= Estou chata hoje. – aproximou-se dele.
Christopher= Você nunca é chata. – abraçou-a. – Está faltando um olhar diferente aí.
Dulce= Que olhar? – confusa. – Poncho e eu estamos há...
Christopher= Poncho e você, Poncho e você, sempre Poncho e você. – sério. – Vocês já estão automáticos em analisar audiência.
Dulce= Então? – deu de ombros.
Christopher= Me mostre os números. – pediu. – Me conte que estratégia está usando e como pretende agir. Vamos pensar nisso juntos.
Dulce= São dez e pouco da noite, você passou o dia inteiro trabalhando... tem certeza que quer usar suas horas de descanso pra isso? – suspirou.
Christopher= Esqueceu o que foi que nos juntou? – deu um selinho demorado nela. – Televisão. Eu nunca me enjôo disso.
Dulce= Obrigada. – passou os braços ao redor do pescoço dele e o abraçou com força. – Muito obrigada por isso.
Christopher= Faria mais um milhão de vezes. – ela lhe deu uma leve mordida na bochecha.
Dulce= Vou tomar um banho, me trocar e interfono pra você, tudo bem? – ele concordou. – Não se esqueça de dar comida pra Baleia.
Christopher= Sou um ótimo dono. – piscou. – Pode confiar.
Dulce= Eu confio. – sorriu e então se afastou dele. – Até daqui a pouco.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...