Dulce= Seu pai? – arregalou os olhos.
Christopher= Diz que é melhor, que mantê-la assim só fará a todos sofrerem. – suspirou. – De qualquer modo, não vai acontecer, eles precisam da autorização da minha mãe também, e ela nunca dará. – sério.
Dulce= Vocês não podem desligá-la agora, não podem desistir nesse momento. – séria. – Já chegaram tão longe, já lutaram tanto... Ainda há esperança. E Christopher, onde há esperança, há vida.
Christopher= Vou me agarrar a isso. – fungou.
Dulce= Estou contigo nessa. – encarou-o. – De verdade.
Forçaram um sorriso, separaram-se e então ele ligou o carro, saindo dali em seguida. Foram em silêncio até a capital, escutando apenas a música calma que tocava no rádio.
Assim que chegaram, ele foi direto para o prédio onde moravam.
Christopher= Amanhã te dou carona pra emissora, tá? – disse, assim que estacionou. – Pode ser?
Dulce= Claro que sim. – assentiu e tirou o cinto de segurança.
Christopher= Dul... – sorriu. – Muito obrigado por hoje, não tenho palavras pra dizer o quanto foi importante pra mim.
Dulce= Não me agradeça por isso, por favor. – sincera. – Não me custou nada.
Christopher= Sei que custou. – segurou a mão dela. – Sei o quanto te custa ficar perto de mim depois de tudo o que você acha que eu fiz.
Dulce= São águas passadas. – suspirou. – Vamos esquecer. Eu estou esquecendo. Você também, tocando sua vida, com outra pessoa... – notou que havia falado demais.
Christopher= Não tenho nada com a Adriana. – a morena desviou o olhar. – Sim, ela me beijou, mas eu a parei. – a diretora então voltou a olhá-lo. – Disse que não a queria, que mesmo estando solteiro, eu continuava apaixonado por uma pessoa. E que não havia lugar na minha vida pra mais ninguém.
Dulce= Christopher. – voltou a desviou o olhar.
Christopher= E ainda não há lugar pra mais ninguém, além de você... – tocou o rosto dela. – É só você.
Dulce= Deveria haver. – encarando-o.
Christopher= Diz isso pro meu coração. – ela mordeu os próprios lábios, mas não deixou de corresponder ao olhar dele. – É ele que bate, grita e chora por você. A culpa é dele.
Dulce= Eduque-o melhor. – afastou-se. – Eu estou tratando de educar o meu. – saiu do carro.
Não falaram mais nada, subiram juntos de elevador, mas não trocaram nenhuma palavra. Assim que chegaram em frente aos apartamentos, sussurraram um 'boa noite' e entraram sem olhar par trás. O dia havia sido cheio.
Manhã seguinte, manhã de domingo. Para alguns, dias de descansar e passar com a família; para Dulce e Christopher, dia de muito trabalho.
Christopher acordou cedo, tomou apenas uma xícara de café, um banho rápido e gelado, arrumou-se e foi chamar a morena para o trabalho.
Automaticamente tentou abrir a porta do apartamento dela, mas logo notou que estava trancada. Pelo jeito a mania de deixar a porta aberta era mesmo só para irritá-lo, quando namoravam. E mesmo sem saber o porque, ele riu sozinho ao lembrar de tal mania.
Agindo de jeito convencional, o diretor tocou a campainha.
Dulce= Hey! – atendeu-o segundos depois. – Já estou pronta.
Christopher= Bom... eu também. – riu com ela.
Dulce= Como passou a noite? – saiu do apartamento, trancando a porta e acompanhando o diretor até o elevador.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...