Dulce= Nasci arrasando. – piscou. – Bora, Patrícia! Você sabe chegar!
Paty= Vamos de táxi. – levantou-se com Tomate, que a abraçou de lado. – Eu não estou podendo dirigir.
Dulce= Ok, vamos logo. – puxou os amigos para fora do apartamento.
Desceram até a portaria, pediram um táxi e em questão de minutos saíram dali.
A boate ficava um pouco mais afastada da cidade, e tinha tantos seguranças no local, que a morena pôde entender porque nenhum fotógrafo conseguia entrar ali.
Como Paty era conhecida do lugar, entrou como VIP e conseguiu consumação de quatrocentos pesos para cada um.
E assim os quatro começaram: uma rodada de tequila, uma vodka, outra de whisky.
Uma garrafa inteira de whisky, uma inteira de vodka. Algumas danças. Mais cerveja. Mais álcool.
Paty e Tomate já incendiavam a pista de dança, enquanto Dulce e Vinícius seguiam dançando juntos, colando os corpos, os rostos, aproximando-se da maneira perigosa.
A morena o olhou nos olhos, notando como ele estava feliz, como suas bochechas subiam de maneira graciosa, como ele sorria para ela.
Namorara Vinícius durante cinco anos e nunca haviam brigado por traição, por falta de confiança. Recordava-se que a única vez que se separaram foi porque estavam rodando um curta-metragem juntos e se irritaram um com o outro, enquanto ela seguia o roteiro e ele queria uma edição livre. Única vez. Única vez em cinco anos.
Os outros momentos haviam sido tolices, uma perda no jogo de videogame, a toalha molhada em cima da cama, o biquíni pendurado no chuveiro, a pasta de dente aberta em cima da pia; coisas cotidianas, simples, rotineiras demais para se tornarem importantes.
Ainda assim, mesmo sabendo que ele era perfeito, a mente da ruiva continuava voando para longe. Eram quatro horas da manhã, ela já havia consumido altas doses de álcool, e continuava pensando em Christopher. Odiava amá-lo, odiava quere-lo, mesmo depois de tudo. Tinha ódio dele, ódio de si, ódio de tanto amá-lo.
Seu coração começava a se desesperar, pensando na possibilidade de não poder esquecer Christopher nunca mais, de estar tão entregue a ele ao ponto de não desejar mais ninguém.
Deu um passos a frente, passou os braços ao redor do pescoço de Vinícius e aproximou seus rostos. Fechou os olhos, respirou fundo, pensou em Christopher, pensou em 14 de fevereiro, pensou em Adriana, pensou que ele havia pagado o almoço para ela, pensou na verdade, pensou que ele havia seguido a diante. E ela precisava fazer o mesmo.
Aproximou seus lábios da boca do ex-namorado, sentia-se frágil, perdida, carente; mas carente de amor, de sinceridade, de verdade. E sabia que isso nunca faltaria com Vinícius.
E aconteceu. Ele a beijou, tocou os lábios dela devagar, deixou suas mãos percorrerem a cintura dela, seus corpos se esquentarem.
Vinícius= Senti sua falta. – sussurrou, separando levemente os lábios.
Ela sorriu, levou as duas mãos ao rosto dele e o beijou uma vez mais, intensificando o contato.
Não falaram mais nada, apenas foram se entregando ao momento, deixando que o álcool mostrasse até onde poderia levá-los.
Dulce= Me leva daqui. – estavam encostados em uma das paredes, enquanto ele apertava o corpo contra o dela.
Vinícius= Você quer ir? – mirou-a. – Sua amiga...
Dulce= Já está longe com o Tomate. – deslizou uma das mãos por dentro da blusa dele. – Me leva daqui...
Vinícius= Pra onde? – puxou-a para mais perto, aproximando seus lábios outra vez.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...