Dulce= Só me sinto mal por não poder te dar algo que você quer tanto. – sincera.
Christopher= Eu quero você. – sorriu abertamente. – E eu tenho você, por isso sou feliz.
Dulce= Te amo muito. – sussurrou.
Christopher= Eu te amo também. – deu um demorado beijo nos lábios dela. – Vou deixar a Baleia e já volto.
Dulce= Não demore. – forçou um sorriso.
Christopher= Não vou. – piscou.
E realmente o homem não demorou nada, apenas deixou comida para a cachorrinha, e logo voltou para o apartamento da namorada.
Tomaram banho juntos, comeram algumas torradas e depois foram dormir, estavam precisando muito repor as energias.
No dia seguinte, Dulce acordou um pouco mais cedo que o normal, algo dentro de si não a deixava dormir. Ao abrir os olhos, deparou-se com a expressão serena do namorado enquanto dormia, e nas mãos dele, que carinhosamente rodeavam a sua cintura.
Sorriu sozinha durante alguns segundos, sentindo como o coração acelerava apenas por vê-lo tão perto; era quase inexplicável o quanto ela o amava.
Foi inevitável sentir-se mal ao lembrar da noite passada, do brilho que Christopher tinha nos olhos quando lhe pedira um filho; sentia-se mal, cruel por privá-lo de algo que, para a maioria das pessoas, era lindo.
Levantou-se com cuidado, cobriu o diretor novamente, e então foi para a sala. Não tinha fome, estava apenas angustiada.
Sentou-se no sofá, pegando o telefone e discando rapidamente.
Carla= Ora, ora, ora, veja só quem lembrou que tem uma melhor amiga do outro lado do planeta! – riu ao atender.
Dulce= Não seja boba. – escutou a reclamação da amiga. – Se tenho ligado menos, é porque ando mega ocupada, mas você sabe que nunca me esqueço de ti.
Carla= Eu sei, nós continuamos conectadas. – sorridente. – Até porque eu estava justamente com o telefone na mão, pensando se era muito cedo pra te ligar.
Dulce= Mesmo? – abriu um enorme sorriso. – Tem algo bom pra me contar?
Carla= Algo ótimo, na verdade. – animada. – E que sei que vai te deixar muito contente.
Dulce= O que é? – curiosa. – Diga logo!
Carla= Fui liberada da psicóloga ontem! – disse, quase gritando ao contar. – Me disse que já estou ótima, que não preciso mais ir, que daqui pra frente é só alegria e juízo.
Dulce= Sério? Sério, Carlota? – segurou-se para não gritar. – Ah, graça a Deus, Joaquina! Isso é ótimo! Estou tão feliz por você!
Carla= Nunca me senti tão livre e tão bem, Duds. – já havia se emocionado outra vez. – Quando ela disse que aquela seria a última sessão... Deus, eu não sei nem explicar o que senti.
Dulce= Eu sei! Eu sei, porque ainda me lembro como eu me senti, quando fui liberada. – sorridente. – Como se pudesse voltar a vida novamente, desprender-se de tudo o que houve de ruim. É uma nova vida, e eu estou muito feliz por você, muito mesmo!
Carla= Queria que estivesse aqui, sabia? – deixou escapar a verdade. – Queria poder te abraçar, te apertar enquanto te ouço dizer que está feliz.
Dulce= Eu prometo que, assim que tiver uma chance, eu vou dar um pulinho aí pra te ver. – suspirou. – Morro de saudade de você, de sairmos juntas, de corrermos na praia, jogarmos vôlei... Eu sinto demais a sua falta, Carlota.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...