Capítulo 177

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Vinícius= Não disse nada. – encarou-a também. – Se ele é problemático, não venha jogar a culpa em mim.

Dulce= Você disse alguma merda, sim. Porque ele não ia falar tudo o que me disse, se não tivesse escutado algo.

Carla= Vem, Duds, pra casa. – puxando a morena, antes que a situação esquentasse.

Dulce= Eu tentei ser sua amiga. – soltou-se da loira e voltou a falar. – Eu quis continuar sendo sua amiga, em consideração aos nossos anos de namoro, mas você não estava interessado nisso ou simplesmente não soube dar valor. Só quis me ferrar! Isso não é atitude de amigo, não!

Vinícius= Nunca quis ferrar você, Dulce! Nunca!

Dulce= Quis, sim! Quis, e conseguiu! – brava. – Eu aposto que foi falar merda pro Christopher agora. Acha que isso não é querer me ferrar? Do mesmo jeito que você foi falar pra minha sogra que o Christopher era meu primeiro namoro longo. Você acha que eu não lembro dessas coisas? – ele ficou quieto. – Namorei você por cinco anos e jamais te traí, jamais pisei na bola desse jeito, e depois do fim do namoro, sempre quis o seu bem. Só que você nunca desejou o mesmo pra mim. Foi uma merda o jeito que eu terminei com você? Foi, foi mesmo. Foi erro meu, eu assumo que fiz merda. Mas em momento algum eu faltei o respeito com você, em momento algum eu quis comandar a sua vida. E era esse mínimo de consideração que eu esperava de você. Só isso. – e então voltou a andar. – Era o que eu tinha pra dizer. Estava entalado há muito tempo.

Vinícius= Estou fazendo o meu melhor! – gritou, chamando a atenção dela, que parou de andar. – Eu estou fazendo o melhor que posso pra seguir depois de você! Você foi o meu primeiro namoro longo, você foi a primeira mulher que valeu a pena. Dediquei cinco anos da minha vida pra você. – suspirou. – E achava que era correspondido. Você me dava importância! Você saiu louca do carnaval, com medo que eu fosse morrer. E no final, foi você quem quase morreu por isso. Não é a coisa mais fácil do mundo ver que eu passei de importante à um zero a esquerda.

Dulce= Você não é um zero a esquerda. – encarou-o.

Vinícius= Você nunca, nunca passou uma festa inteira só comigo, Dulce. Éramos sempre nós quatro aqui. Mas com quem você ficou o tempo todo hoje? Com quem você está fazendo planos pra julho e sei lá pra quando mais?

Dulce= Hãn? Isso é pra insinuar o que? Que eu, por acaso, não te amei? Eu amei você! Meu Deus do céu, eu amei você demais da conta! Essa menina aqui sabe o quanto eu amei você, o quanto eu fui apaixonada por você. – apontou a melhor amiga.

Vinícius= Pra tanto amor, até que você esquece bem rápido, né?

Dulce= E o que você queria? Fala pra mim, então! Como é que eu tinha que agir pra te deixar felizinho? – revirou os olhos. – Você é tão egoísta a ponto de me fazer ficar aqui, quando a minha vida nesse país estava uma merda?

Vinícius= Jamais! Jamais te prenderia aqui, mas deixei claro que te esperaria quando você voltasse. – gritou com ela. – Eu deixei isso bem claro! E adivinha só? Três meses depois, você estava com outro cara.

Dulce= Eu te pedi que não me esperasse! – berrou tão alto quanto ele. – Eu te pedi que não esperasse, porque nós não estávamos dando um tempo. Nós estávamos terminando. A partir daquele momento, eu não tinha mais nenhuma intenção de voltar pra você.

Vinícius= Que bom que você esquece cinco anos de manera fácil, mas eu não. Tive esperança. – ela respirou fundo. – Meu maior desespero era imaginar outra pessoa cuidando de você, porque Dulce... Dulce, ninguém cuida tão bem de ti como eu cuidava, como sempre cuidei. Isso é carinho, é amor, é preocupação.

A Sósia - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora