Dulce= O que é... – séria. – Não entendo isso.
Paty= Desculpe. – sussurrou. – Eu juro que não temos mais nada, é coisa terminada.
Dulce= Você e Christopher tiveram algo? Namoraram? – ela arregalou os olhos.
Paty= Oito meses. – suspirou. – Terminamos quatro meses antes de você chegar.
Dulce= Você era a namorada que estava com ele, antes do acidente da Selena? – franziu o cenho e a ruiva assentiu.
Paty= Terminamos pouco tempo depois dela ir para o hospital. – e vendo que não havia mais saída, ela sentou-se novamente. – Não é que eu fosse uma péssima namorada, mas Christopher já não tinha mais tempo pra mim ou pra própria carreira, só sabia cuidar da Selena. Ela era ótima e eu a adorava, mas me entenda, Dul, os médicos não sabiam se um dia ela sairia do coma... Christopher tinha que viver a própria vida. Só que ele não entendia isso, e acabamos... enfim, acabou.
Dulce= E ela não saiu. – séria.
Paty= Pois é. Continua lá, continua naquele hospital, vivendo apenas por aparelhos. – deu de ombros. – Recebendo a visita do Christopher todo mês, deixando uma esperança em toda a família que é... é inútil. Hoje faz um ano e um mês, acredito que devam ir vê-la novamente.
Dulce= Que? – assustou-se. – O que está me falando? Que a Selena está viva?
Paty= Você não me disse que sabia? – confusa. – Deus! – ela notou que havia falado demais. – Meu Deus do céu!
Dulce= Patrícia, que história de doido é essa? – séria.
Paty= Não sabia que Christopher não havia te contado. – as lágrimas surgiram. – Eu achei que pra você ele não fosse dizer o que disse pra imprensa.
Dulce= Que ela morreu? – engoliu em seco.
Paty= Ele achou que era melhor, porque poucos entenderiam o fato dele continuar pagando absurdos para mantê-la no hospital, e também os médicos não sabem se ela um dia vai acordar. – ela sentiu-se mal por ser aquela a contar a verdade para a amiga.
Dulce= Ela está viva... – levou as duas mãos ao rosto, sem saber como reagir. – Ela está em Cuernavaca? É o hospital que cobra quase todo o salário do Christopher?
Paty= É, ele pediu sigilo e deixou apenas os pais e Maite autorizados para entrar. Eu costumo vê-la, porque as enfermeiras já me conhecem. – sem jeito. – Me desculpe por te contar isso, me desculpe por...
Dulce= Eu quero vê-la. – cortou-a.- Você sabe como chegar lá?
Paty= Que? – arregalou os olhos. – Não, Dul, eu vou me sentir pior se fizer isso. Eu não deveria nem...
Dulce= Patrícia, estou sabendo que tudo o que meu namorado me disse foi uma mentira. – séria. – E tenho até a dúvida se ele realmente me amou ou se apenas se envolveu comigo pra esquecer você. Já estou ferrada o suficiente. Será que dá pra você me ajudar nessa? Ou vai me trair também?
Paty= Ok . – assentiu. – Ok, eu posso te levar lá.
Dulce= Obrigada. – pegou a bolsa.
Decidiu que iria no carro da cantora, pois caso contrário não conseguiria sair da emissora. Agora podia entender porque haviam tantos jornalistas na porta, com aquela capa de revista, todos estavam curiosos para saber o que seria do namoro de Dulce e Christopher.
As duas foram em silêncio durante quase toda a viagem, o celular da morena tocou mais de dez vezes, mas ao ver que era o namorado, ela apenas ignorou e desligou.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...