Dulce= Eu costumo ser. Tento ser. – sincera. – Mas sabe quando começam a falar na sua cabeça? E aí você fica com aquilo rodando e rodando os seus pensamentos, então começa a imaginar os "e se..." da vida. – riu. – Aí ou você se abre ou ferra tudo!
Christopher= Você fez certo. – deslizou uma das mãos pelo rosto dela. – Quem estava te atormentando com isso?
Dulce= Carlinha, mas ela não fez por mal. Nós estávamos conversando enquanto você estava com o Paulinho na livraria, e ela falou sobre casamento, enfim, aquele velho assunto. – sem querer se aprofundar demais. – Eu disse que você havia concordado em esperar e fazer as coisas no meu tempo, e então ela veio com essa de "as pessoas enjoam, Dulce María, ninguém é de ferro". – sorriu nervosa. – E isso se tornou algo como... Sabe, você sabe que não deve pensar sobre, mas involuntariamente você pensa sobre. Eu não sei explicar, mas essa coisa fica na sua cabeça até você tomar coragem e acabar com a dúvida.
Christopher= Eu não vou me enjoar. – agora havia entendido melhor o porque da pergunta dela. – Mas você não pretende me fazer esperar demais, não é? Tipo, casamento só quando eu tiver cinquenta anos e você quarenta e nove.
Dulce= Claro que não, senão como vamos chegar a fazer bodas de ouro e essas coisas todas? – brincou. – Quanto tempo você pode esperar?
Christopher= Não sei. – olhando-a. – De quanto tempo estamos falando?
Dulce= Me diz você. – não queria dizer, pois sabia que ele não concordaria.
Christopher= Dois anos, no máximo. – ela abriu a boca, pasma com o que escutara. – Quanto tempo você pretende esperar?
Dulce= Na verdade... – sem jeito. – Pra ser sincera, eu esperava algo como, sei lá... No mínimo uns cinco anos.
Christopher= Mínimo cinco anos? – arregalou os olhos. – Dulce, isso é... sabe, é muito tempo.
Dulce= Eu sei. Digo, comparando com o seu tempo, parece mesmo muito tempo, só que antes eu não achava que fosse tanto tempo, entende? – confusa. – Mas tudo bem, tudo bem.
Christopher= Não está tudo bem. – sério. – No máximo em dois anos eu já quero estar casado contigo, mas você planeja isso só pra, no mínimo, daqui a cinco anos. Não estamos planejando a mesma coisa. Não está tudo bem.
Dulce= Não estamos planejando a mesma coisa, mas eu posso mudar os meus planos. – ele ia falar mais, mas congelou ao escutá-la. – Sei que está cedendo ao me esperar, então eu entendo que devo ceder também e fazer algo por ti. Isso é a base de um relacionamento, certo? E quero que as coisas fiquem bem entre nós.
Christopher= É... – seu coração acelerou. – Significaria o mundo pra mim se você fizesse isso. Acha que consegue?
Dulce= Não sei. – sincera. – Mas com você ao meu lado, tenho certeza que será mais fácil. – ele abriu um enorme sorriso.
Christopher= Não vou sair daqui. – beijou-a. – Eu te amo! Eu te amo, eu te amo! Eu te amo muito!
Dulce= Eu sei. – riu dele. – Te amo também. E o que eu faço por você, eu não faria por mais ninguém. Acredite.
Ele a beijou mais uma vez, completamente feliz pela prova de amor que ela lhe dera.
Ela o beijou também, cheia de medo daquele casamento que agora estava mais próximo do que ela imaginara, cheia de insegurança por saber que deveria aceitar algo que não a deixava segura. Mas não podia nem pensar em dizer a Christopher para esperar mais, pois sabia que terminariam brigando, e não queria mais brigas com ele. Ele era a certeza de que ela não poderia ter escolhido ninguém melhor no mundo para se entregar.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...