María= Se eu não estiver junto, ele fica sem comer. – escutou a conversa dos dois. – Ou lhe entregam o pedido errado. Os funcionários não estão preparados.
"Sobre o que estão falando?" – gesticulou curioso.
Dulce= Comentando que o atendimento aqui é bom. – fez questão de falar a verdade para o pai. – Mas nem sempre é assim.
"Você fala em relação a mim?" – surpreendeu-se com a sinceridade dela.
Dulce= Exatamente. – viu o pai sorrir. – O que foi?
"Você não mente pra mim, não me esconde nada. Não me sinto diferente, quando estou com você." – sincero.
Dulce= Você tem os mesmos direitos. – gesticulou séria. – Não se sinta diferente ou deslocado. É errado. – piscou e o pai sorriu para ela.
Cerca de vinte minutos depois, o garçom aproximou-se novamente, servindo-os.
Durante o almoço, Fernando não parou de gesticular em nenhum momento; gostava de ter assuntos com a filha, sabia que ela sempre conseguiria continuar uma conversa sem muita dificuldade. Nos momentos em que parava para olhá-la, sempre terminava cheio de orgulho da morena. Fernando via em Dulce a sua cópia mais perfeita: inteligente, esforçada e cheia de energia para tentar tornar do mundo um lugar melhor. Assim como ele, a menina também sonhava alto e imaginava sempre grandes projetos.
María= Então você não vai mais voltar para o México amanhã a noite? – perguntou espantada, depois que a neta contou o que havia acontecido.
Dulce= Não. Vou para São Paulo amanhã a noite e ficarei lá durante uma semana para resolver umas coisas. – gesticulou, para que o pai pudesse entendê-la.
Fernando= E tem lugar para ficar lá? – preocupado.
Dulce= Vou ficar na casa de uma amiga, porque estou alugando meu apartamento lá. – explicou.
Fernando= Eu poderia ir pra lá essa semana também. Ficaria na casa de uma das suas tias. – sugeriu.
Dulce= Durante o dia estarei trabalhando, mas podemos sair a noite, jantar juntos... – gostou da ideia. – Acho que você deveria ir mesmo, Pai.
Fernando= Eu tentarei, mesmo que chegue lá depois. – sorriu junto com a morena.
María= Bom, já podemos ir? – mirou a neta. – Estava pensando em passar pra comprar um chocolate de sobremesa.
Christopher= Chocolate? – abriu um largo sorriso. – Agora falou a minha língua.
María= Você é dos meus, Christopher! – riu e chocou as mãos com as dele.
Dulce= Sem muita intimidade. – abraçou o namorado de lado. – Eu sou bastante ciumenta.
María= Como se eu não soubesse disso. – riu da neta, que corou levemente.
Quando estavam saindo do restaurante, Dulce viu o irmão, a cunhada e Blanca esperando para conseguir entrar.
Avisou Christopher e passaram quase correndo pelo local, com receio de que alguém os visse.
Fernando= Dulce! – espantado. – Dulce, porque tanta pressa?
Dulce= Nada. – sorriu sem graça. – Nada, apenas não queria encontrar algumas pessoas.
Fernando= Por quê? – curioso, olhou para trás, reparando em quem estava ali.
Dulce= Pai! – puxou-o por uma das mãos, mas o homem travou, olhando para frente. – Pai?
Fernando= É sua mãe? E seu irmão? – a morena abaixou o olhar e assentiu sem falar nada. – Estavam com você no restaurante aquele dia.
Dulce= Pai... – soltou-o. – Pai, vamos embora. – gesticulou.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...