Parou logo depois da porta, impressionado com o que a namorada preparara. Em cima de uma das mesas, estava uma cesta com algumas frutas, doces e uma garrafa de vinho. Do lado de fora, havia dois pratos, cada qual com dois tacos al pastor e um pacote de Doritos. Ao lado dos pratos, os garfos e duas taças para o vinho.
Christopher= Dulce... – olhou-a, completamente sem palavras.
Dulce= Eu sei. – colocou as flores na outra mesa, e depois fechou a porta, trancando-a. – É uma loucura, e teremos que ficar trancados porque, teoricamente, eu não posso comer e nem beber aqui dentro. Menos ainda um vinho, mas... Sabe, dadas as circunstâncias, eu não encontrei melhor alternativa. O Azcárraga já foi embora, e mesmo que alguém apareça, eu já separei algumas balas de hortelã. – piscou. – E roubei o perfume do banheiro, pra espirrarmos aqui depois e não deixar cheiro de comida. Aliás, falando em comida, eu não queria taco, porque já comemos taco, mas a opção era isso ou um Beirute, mas aí seria grande demais, provavelmente sobraria e não teríamos como escapar sem deixar evidências.
Christopher= Dulce, Dulce... – puxou-a para os seus braços. – Eu não... não acredito.
Dulce= Não gostou? Perguntei ao Henrique e ele me disse que provavelmente você gostaria. – mordeu o lábio inferior.
Christopher= Nem acredito que fez isso. Não poderia ter nada melhor. – encostou o rosto ao dela. – Você é fantástica, Meu amor. Criou o melhor 14 de fevereiro, foi melhor do que eu poderia imaginar pra nós.
Dulce= É, eu... – corou de leve. – Eu sou um pouco idiota, quando o assunto é você. Me torno boba.
Christopher= Sou o cara mais sortudo do mundo. – deu um selinho nela. – Eu te amo.
Dulce= Amo você. – passou os braços pelo pescoço dele. – Muito.
Ela nem mesmo se reconhecia naquele momento. Ou melhor, ela não se reconhecia há muito tempo. Jamais fora daquela maneira, jamais cedera tanto por alguém, jamais amara alguém da maneira tão louca e sincera quanto ela amava Christopher. Todas as loucuras do mundo pareciam poucas, seus medos e inseguranças simplesmente desapareciam quando ela pensava nele. O namorado a deixava completamente louca.
Christopher não sabia nem como expressar todas as emoções que circulavam por seu corpo naquele momento. Dulce se modificara tanto por ele, crescera tanto, e ele só conseguia se apaixonar mais e mais por ela. Seus planos, então, estes só aumentavam a cada dia. Casamento agora não era quase nada, ele queria filhos, viagens, almoços, jantares; ele poderia imaginar, sem nenhuma dificuldade, uma vida inteira e completa com ela. Dulce se tornara seu mundo.
Deram alguns passos pela sala, enquanto ela se mantinha na ponta dos pés, para que os lábios não se afastassem.
Ele a encostou na mesa, subiu uma das mãos pela cintura dela, e então a sentiu morder sua boca de leve. Sorriram juntos, olharam-se, e ele lhe deu um último beijo.
Christopher= Você é maravilhosa, Amor. De verdade. – ela negou.
Dulce= Não. Eu tento ser maravilhosa pra você, mas é só pra você mesmo. – abraçou-o. – Quer comer? Temos meia hora até o programa começar.
Christopher= Eu quero. Claro que quero. – sorriu e puxou a cadeira para que ela se sentasse. – Em que momento do dia fez tudo isso?
Dulce= Tive a ideia logo que saí da minha primeira reunião com o Ibope, então Henrique e eu entramos no site, ele me ajudou a escolher uma cesta legal, e depois eu liguei, encomendei tudo e acertei o horário pra entregarem. – sorriu de lado. – Porque, sim, eu tinha que esperar o Azcárraga ir embora, né? Pra garantir o meu namoro sem perder o meu emprego.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...