Dulce= Claro. Sem problema. – forçou um sorriso e entrou no carro.
Christopher= Obrigado. – gesticulou com a mão.
Dulce= De nada. – seca.
Dulce foi dirigindo devagar para o prédio, pois já sabia que o diretor não corria muito, e menos ainda durante a noite. Assim que entraram na garagem, ela estacionou o carro atrás, liberando a vaga da frente para ele. Pegou suas pastas, sua bolsa e saiu do carro, torcendo para que o elevador estivesse esperando por ela.
Mas sua felicidade acabou ao ver que o mesmo estava no vigésimo segundo andar, e ela teria que esperar. Logo viu a sombra do homem se aproximar. É, eles pegariam o mesmo elevador.
Christopher= Por favor. – deu espaço para que ela passasse.
Dulce= Obrigada. – sussurrou e entrou, olhando fixamente para a parede.
O silêncio se fez mais do que presente. Não sabiam se deveriam olhar um para o outro, se deveriam seguir olhando para a parede ou próprio pé. Era desconfortável, incômodo, e machucava. Machucava por dentro, machucava o coração.
Dulce= Boa noite. – sussurrou assim que o elevador chegou ao andar.
Christopher= Boa noite. – deixou que ela saísse e logo fez o mesmo caminho que a morena, parando na porta ao lado. – Até amanhã.
Dulce= Boa sorte com o programa. – abriu a porta.
Christopher= Obrigado. – abriu um pequeno sorriso, e então ela entrou no apartamento.
Ela sabia que deveria encará-lo normalmente, mas não conseguia fazê-lo. Era impossível olhá-lo e não lembrar de tudo o que haviam vivido, cada canto da emissora, do estacionamento do prédio, do elevador e até mesmo do corredor, estavam marcados com um pouco do amor que haviam compartilhado. Lembrava-se de cada vez que passaram por ali aos beijos, que se amaram no apartamento dela, no dele... no trabalho. Não tinham limite juntos.
E agora tudo se resumia a nada.
Na manhã seguinte, Dulce saiu sozinha para trabalhar, passou direto pelos repórteres na emissora e foi logo para sala. Quanto mais tempo estivesse trabalhando, menos chances teria de pensar no ex-namorado.
Perto do horário de almoço, a morena foi até a cafeteria, pegar as marmitex que havia encomendado.
Ao chegar, sentou-se em uma das mesas para esperar o pedido, e então reparou que Christopher também estava ali, a algumas mesas de distância, conversando com uma bonita loira, enquanto almoçavam juntos.
Seu sangue ferveu. Sentiu ciúme. Não tinha mais o direito, mas sentia.
Amanda= Hey! – sentou-se ao lado dela, trazendo um prato de comida. – Vai almoçar também?
Dulce= Não aqui, estou esperando marmitex. – sorriu de lado.
Amanda= Dul, por favor! – séria. – Não é porque você e Christopher terminaram, que você tem que afastar de todo mundo.
Dulce= Não, não é por isso. – deu de ombros. – Apenas tenho muito serviço e não posso perder tempo almoçando.
Amanda= Espero que seja só isso mesmo. – arqueou uma sobrancelha. – Não vá deixar de viver por ele.
Dulce= Não, claro que não. – suspirou. – E a propósito, você sabe quem é a menina?
Amanda= Que menina? – franziu o cenho.
Dulce= A loira que está almoçando com o Christopher. – ela apontou os dois discretamente com o olhar.
Amanda= Oh, ela é... Deus, como se chama? – colocou uma das mãos na testa, como se assim pudesse forçar a memória.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...