A Sósia - Volume I

Capítulo 190

Christopher respirou fundo e ficou emburrado na cama. Não entendia porque ela se estressara tanto com algo tão simples, não entendia porque as vezes a namorada explodia diante de situações que, pra ele, não eram nada alarmantes.

Sem alternativa, ele desligou a televisão, apagou a luz e enrolou-se no cobertor, olhando sem piscar para o lado vazio da cama. Era difícil dormir sem Dulce por perto.

Esforçou-se para não pensar nela. Rolou de um lado para o outro, contou até 50, mas nada parecia ser o suficiente para afastá-la de seus pensamentos.

Depois de pouco mais de meia hora de luta, ele desistiu e levantou-se da cama. Caminhou pé por pé pelo corredor, até que chegasse ao outro quarto.

Abriu a porta devagar, e entrou tentando fazer o mínimo barulho possível. Aproximou-se da cama de solteiro, sentou-se de lado, e foi colocando perna por perna embaixo do cobertor, até tocar a pele da namorada. Passou um dos braços pela cintura dela, e então a escutou gritar.

Dulce= Meu Deus! – segurou-se no criado mudo, para que não caísse da cama. – Christopher! Ah, Christopher!

Christopher= Oi. – sorriu de lado.

Dulce= O que... o que diabos faz aqui? – brava. – Já não pedi pra me deixar dormir?

Christopher= Você está brava, e acredite, eu também estou, mas não quero ficar longe. – sincero.

Dulce= Bem, eu quero dormir. – deitou-se novamente. – Na verdade, eu vim pra cá, porque queria dormir e você não estava deixando.

Christopher= Qual é, Dul... – abraçou-a novamente. - Eu sinto a sua falta. Não sei mais dormir sem você.

Dulce= Mas você me irrita. Você me perturba, você acaba com a minha paciência. – séria. – E tudo quando eu só quero dormir em paz.

Christopher= Me desculpe. É que realmente queria conversar, porque eu...

Dulce= Está fazendo de novo! – reclamou. – Me deixe dormir! Eu quero dormir, só isso. Por favor.

Christopher= Eu não quero que pense que não é o momento certo pra morarmos juntos, eu não quero que pense que se afastar é a melhor atitude. – encarou-a. – Porque não é. Nada que envolva nos deixar separados será bom. Nunca.

Dulce= Você fica falando do mesmo assunto todos os dias, toda vez, e eu... eu não aguento mais ouvir. Como não aguento mais você me lembrando das minhas promessas a todo o momento, como se eu não soubesse o que prometi. – desabafou. – Isso me desgasta demais.

Christopher= Perdão, amor. – sussurrou. – Prometo que paro de falar sobre filhos. – ela arqueou as sobrancelhas. – Ok, eu vou falar menos. Prometo.

Dulce= Obrigada. – fechou os olhos. – Agora me deixe dormir.

Christopher= Hmm... me dá um espaço? – ela suspirou e foi um pouco mais para o lado, para que ele se arrumasse melhor na cama. – Não aqui. No seu travesseiro.

Dulce= Nem o travesseiro você trouxe? – voltou a abrir os olhos.

Christopher= Hey... te amo. – sorriu sem graça. – Pode deitar no meu peito. É macio.

Dulce= Onde eu estava com a cabeça, quando me deixei apaixonar por você? – cedeu o travesseiro e deitou-se no peito do namorado.

Christopher= Eu te amo, mesmo você sendo rabugenta, quando está com sono. – sentiu a mordida forte no peito. – Ai! Dulce!

Dulce= Não sou rabugenta. – deitou a cabeça ali novamente. – Seu grosso.

Christopher= Me dê um beijo. – sério.