Christopher= Coloque isso na testa. – abriu o porta-luvas, pegando um algodão e entregando para a morena. – Você continua sangrando.
Dulce= Obrigada. – disse, sem encará-lo.
Foram em silêncio nos poucos mais de cinco minutos que faltava para chegar ao prédio. A morena desceu quase voando do carro e apertou compulsivamente o botão do elevador.
Christopher= Por que ainda está estressada? – entrou com ela no elevador.
Dulce= Porque era meu carro. – encarou-o. – E puta que pariu, nós estávamos tão perto de casa. A culpa é sua, sabia? Por sua causa eu me distrai.
Christopher= Minha culpa? – riu. – O sinal estava vermelho, você não poderia sair de nenhuma maneira.
Dulce= Sim, mas... – pensava em algo. – Sei lá, eu poderia ter ido um pouco pra frente.
Christopher= E bateria nos carros que estavam cruzando. – saiu com ela do elevador.
Dulce= Ok, não é sua culpa. – bufou e foi com ele até o apartamento. – Estava apenas buscando uma maneira de descontar a minha raiva.
Christopher= Por que não relaxa e esquece? – calmo.
Dulce= Não posso. – encarou-o.
Christopher= Dul, espera. – franziu o cenho.
Dulce= Que? – confusa. – O que foi?
Christopher= Você... – tocou a testa dela. – Acho que você tem um galinho aí.
Dulce= Que? Não! – resmungou e abriu logo a porta, entrando e se olhando no espelho da sala. – Não! Christopher, eu tenho um monstro na cabeça!
Christopher= Eu disse galinho. – riu dela. – No diminutivo, porque é algo minúsculo.
Dulce= É um monstro! O abominável galo das cabeças! – com os olhos arregalados. – Vem ver, vem ver.
Christopher= Isso não é nada. – riu e foi até ela, fechando a porta do apartamento.
Dulce= Olha. – pegou a mão dele. – Sente isso. – colocou-a por cima do machucado. – Está sentindo? Se fizer silêncio, posso até ouvi-lo falar. É um monstro!
Christopher= É um galo que ninguém vai notar, se você não disser nada. – simples. – Só não durma agora, ok? Minha mãe nunca me deixava dormir depois de bater a cabeça. Dizia que não podia.
Dulce= Além de tudo, agora também não posso dormir. – assentiu, irritada. – Obrigada por piorar ainda mais.
Christopher= Não está tão mal. – achava graça da morena. – Eu vou preparar algo pra comer, e você trate de lavar isso, ok?
Dulce= Que? Não! Christopher, não comece. – revirou os olhos.
Christopher= Dulce, vai lavar essa testa. – disse sério. – Vou esquentar macarrão pra você, ok? Não durma! Lave isso e volte aqui!
Dulce= Você é chato! – irritada. – Eu não preciso de nada disso!
Christopher= Dulce María, pare de ser desobediente. – ele não deu bola e a empurrou até o banheiro. – Lave isso com sabão e vá pra sala depois. Farei um curativo.
Dulce= Já disse o muito que te odeio? – entrou no banheiro.
Christopher= Eu não ligo. – deu e ombros e foi para a cozinha.
Dulce= Inferno... – apoiou as mãos na pia e olhou-se no espelho, reparando no machucado. – Puta que pariu! Playboyzinho de merda, desgraçado de merda! – praguejava-o. – Acabou com o meu rosto. Puta merda! – jogou um pouco de água na testa. – AH!
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...