Dulce até queria passar um tempo com o namorado, mas fora sincera ao dizer que ainda se lembrava de tudo do dia anterior. A raiva que sentia de Juana era algo inexplicável, e estava imensamente magoada com o diretor. Precisava de tempo para tentar colocar as ideias no lugar certo.
Passou o dia inteiro trabalhando, almoçou apenas com Henrique, e saiu da Televisa por volta de nove horas da noite.
Passou num restaurante japonês, comprou um yakissoba tamanho família para o jantar, e então foi para o apartamento; sempre descontava a angustia na comida. Notou que o carro do namorado já estava na garagem, mas não iria ao apartamento dele.
Saiu do carro, acionou o alarme e então foi para o elevador.
Thiago= Hey, Brasil! – chamou-a, enquanto trancava a porta do carro.
Rafael= OI, TIA DULCE! – gritou.
Dulce= Oi, Baixinho! – sorriu para o pequeno, dando um beijo no rosto dele. – Não te vejo há muito tempo. Como você está?
Rafael= Bem! Ganhei um carro novo. – mostrou o brinquedinho.
Dulce= Ele é muito legal, Rafa. – sorriu de lado.
Thiago= E aí, Dul? Como é que está? – aproximou-se, dando um beijo no rosto dela.
Dulce= Tudo tranquilo, apenas trabalhando. E você? – entrou com ele no elevador.
Thiago= Animado. – abriu um enorme sorriso. – Comprei minha passagem de fim de ano, vou poder ficar em casa.
Rafael= Que cheiro bom é esse? – aproximou-se da morena.
Dulce= É yakissoba. Sabe o que é? Você gosta? – o menino assentiu.
Rafael= A gente vai comer com você? – sorridente.
Thiago= Rafael, não comece. – sério.
Dulce= Você pode comer, se quiser. – piscou. – Tem bastante pra nós.
Rafael= EU QUERO! – animou-se. – Eu quero, sim.
Thiago= Não, Rafael. – sem jeito. – Dulce, não, de jeito nenhum.
Dulce= Eu ia comer sozinha mesmo. – deu de ombros. – Não me incomodo.
Rafael= Eu quero, Pai! – piscou com os dois olhos. – Por favor, por favor.
Dulce= Ele deixa, Rafa. – riu para o menino.
Rafael= OBA! – pulando.
Thiago= Dul... – ela sorriu.
Dulce= Ele me faz companhia. Se não quiser, pode ficar sozinho na solidão do seu apartamento. – brincou, enquanto saía do elevador com o menino.
Thiago= Você parece legal, mas não é fácil, não, hein? – ela riu e piscou com um olho só.
Rafael= Posso abrir a porta? – chamou a atenção da morena.
Dulce= Pode, Querido. – pegou a chave na bolsa e a entregou para o menino. – É essa aqui, a menorzinha.
Rafael= Tá. – colocou-a na porta.
Thiago= Do outro lado, Filho. – o menino arrumou a chave. – Gira pra direta. A mãozinha que você segura o lápis.
Rafael= Uhum... – deu duas voltas e então abriu a porta. – Eu consegui! OI, ROSETTA! – gritou ao ver a calopsita, que voou para longe do menino.
Dulce= Pode entrar aí. – deixou a bolsa no sofá.
Rafael= Tia Dulce, eu vou poder jogar seu videogame? – foi correndo atrás dela.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...