Dulce= E isso não é bom? – perdida.
Christopher= Não agora. – ela arregalou os olhos. – Quero que queira se casar comigo, amor. Quero que queira ter dois filhos, quero que queira tudo o que eu quero. E sei que não quer isso agora, por mais que diga que sim.
Dulce= É verdade, eu não quero. – sem jeito. – Mas eu quero fazer você feliz. E você é feliz com esses planos, então eu posso ceder e modificar os meus. Eu posso, eu consigo.
Christopher= Você não precisa. Os meus planos podem esperar, mas os seus não. – sorriu de lado. – Só se é jovem uma vez, então vamos fazer as coisas do seu jeito, e quando se sentir preparada, nós começamos a vida como eu imagino.
Dulce= Christopher... – pulou para o lado, cruzando as pernas em cima do sofá. – Não sei. Não me preparei pra essa reação.
Christopher= Dulce, eu te amo. – segurou as mãos dela.
Dulce= Eu te amo também! – olhou-o em seguida. – Eu te amo!
Christopher= Dulce, amor... você realmente faria tudo isso por mim? Ter um filho, uma casa, cuidar dele... – via o desespero nos olhos dela. – Com um ano ele ainda não poderá ficar sozinho, mas tudo bem, foi um detalhe. Você faria isso? Porque sei que esse não é o seu sonho.
Dulce= Não é mesmo. Não é, e eu não consigo relacionar a felicidade a isso, mas eu sou completamente capaz de relacionar a felicidade a você. E eu farei tudo o que puder pra não te perder. Eu cedo.
Christopher= Você cede? – ele a ouvia dizer, mas os olhos dela diziam tudo ao contrário.
Dulce= Eu cedo, porque sou fraca. Porque me tornei fraca pra aguentar isso. Você é meu amor e a minha fraqueza. – encarou as próprias mãos. – Eu posso medir forças com você, eu sei que aguento. Mas eu não posso medir forças com o nosso amor.
Christopher= Dul... – estava completamente perdido na declaração dela.
Dulce= Quanto mais eu tento fazer parar, mais essa coisa cresce e... e está me matando. – pausou a fala, como se, por alguns segundos, se perdesse em pensamentos. – Eu sou orgulhosa pra ceder, e tenho consciência disso, mas eu... estou... disposta... a ceder... dessa vez. Ciente de que é estúpido e humilhante, e que é o máximo que eu posso fazer por nós dois. – mordeu o lábio inferior. – E ciente também de que é a última chance pra nós, por que... Eu sou toda errada, sabe? Eu faço tudo errado, eu escondo meus traumas e as minhas angústias, eu me faço de forte, eu me cobro demais, eu sou complicada e eu... eu não sei amar.
Christopher= Mande? Não... – sorriu. – Não, Dul...
Dulce= E mesmo assim você veio. Você insistiu, aguentou e não desistiu. Você entrou. – fechou os olhos, e quando voltou a abri-los, as lágrimas desceram com pressa. – Você quebrou todas as minhas barreiras, se livrou dos meus medos, e eu... Agora eu sou completamente e ridiculamente apaixonada por você. E nesse mês eu experimentei a vida sem você e é bastante sem graça. Eu sobrevivo, eu posso sobreviver, mas eu prefiro te ter comigo todos os meses de todos os anos. Eu escolho ter você. E é por isso que eu cedo.
Christopher= Não quero que ceda, não quero que faça as coisas dessa maneira. – sincero. - Não quer ser feliz às custas da sua infelicidade. Você não tem que ceder assim.
Dulce= Eu não serei infeliz, eu... – perdida. – Eu... você deveria só aceitar o que eu falo.
Christopher= Olhe pra mim. – sorriu. – Desde o que dia em que você bateu na minha porta, com aquele jeans que hoje eu sei que é seu preferido, e a blusa preta que eu não gosto. – ela riu ao escutá-lo. – Desde aquele dia, eu sou o cara mais feliz do mundo todo. Quando você chegou a esse país, você trouxe uma mudança pra minha vida. E desde então eu tenho escolhido ter você todos os dias. – aproximou seus rostos. – Eu te amo. E eu te amo porque você é toda errada. Eu te amo porque você me acorda com a Baleia no meu rosto, eu te amo porque você não cozinha muito bem, eu te amo porque seu melhor café da manhã é morango com leite condensado. – emocionou-se. – Eu te amo, porque você guarda metade do cookie do Subway pra mim.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...