Capítulo 136

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Dulce ficara um pouco pensativa depois de ouvir as suposições de Isabel, mas não durou muito, pois logo voltou a conversar com o pai, e esqueceu-se do assunto.

Já a noite, a morena saiu com Carla para um tranquilo barzinho carioca, e passaram grande parte da madrugada conversando e rindo juntas. Não ficaram bêbadas, apenas beberam com moderação.

No dia seguinte, no entanto, Dulce chamou grande parte dos amigos da Globo para sair, e terminaram todos em uma boate da capital, dançando até não poderem mais e bebendo o máximo que conseguiam.

Por questão de segurança, Paulinho decidiu levar Dulce para casa, já que a morena não conseguia dar nem mesmo um passo sozinha.

Levou a amiga até o quarto, deitou-a na cama, tirou o salto alto dela; deixou um bilhete em cima do criado mudo, avisando que o carro dela ficara no estacionamento da boate, mas que ele conversara com o dono, e ela poderia buscá-lo no dia seguinte. Depois saiu de fininho da casa, pois que Carla estava bêbada no carro, e não era nada aconselhável deixá-la sozinha.

Dulce acordou com uma intensa dor de cabeça no domingo, sentia toda a força da ressaca em seu corpo. Enterrou o rosto no travesseiro e suspirou pesadamente; não queria sair da cama.

Com muito custo sentou-se e passou as mãos pelo rosto. Olhou para o lado e viu o bilhete no criado mudo.

Bêbada da minha vida, tivemos que deixar seu carro na boate, mas a chave está na sua bolsa e você pode buscá-lo hoje. Tome muita água de coco.
Cuide-se direito, Duds.
Paulinho.

A morena deu um leve sorriso, definitivamente Carla tinha muita sorte. Paulinho era um homem de ouro.

María= Precisando de um café da tarde milagroso que só a vovó sabe fazer? – entrou no quarto com uma bandeja com frutas e água de coco. – Ainda bem que acordou, porque já estava mais do que na hora.

Dulce= Obrigada, Vó. – a senhora colocou a bandeja em frente à menina.

María= Já fui buscar o carro, mas nem contei essas loucuras para o seu pai. – riu. – Será nosso segredo.

Dulce= Foi buscar o carro? – arregalou os olhos. – Na boate? E como sabia qual era?

María= Pelo comprovante da sua conta pequena de quatrocentos reais ontem. Achei na sua bolsa. – riu dela. – É bom controlar esse dinheiro aí.

Dulce= Não bebo no México, não tenho amigos loucos o suficiente por lá. – deu de ombros. – Quando venho pra cá, tenho que aproveitar a oportunidade.

María= E nem pra trazer uma garrafa de Red Label pra sua velha aqui, né? – cruzou os braços. – Tinham mais de três na conta! Eu vi!

Dulce= Tomei tudo. – riu baixinho. – Sairemos pra tomar você e eu, qualquer dia desses.

María= Acho muito bom. – deu um beijo na testa dela. – Vou cuidar do meu jardim, mas volto logo. Coma tudo e tome a aspirina.

Dulce= Obrigada, Vovó. – a mulher piscou e deixou a morena sozinha no quarto.

Dulce pegou o celular no criado mudo, vendo que o mesmo marcava três e meia da tarde. Seus olhos rapidamente caíram para a data que marcava ali: 21 de outubro de 2012.

Era aniversário de Christopher e ela não sabia o que fazer, não sabia se ligava pra ele, se fingia que havia esquecido e que não se importava mais... Não tinha ideia de que atitude deveria tomar. Lembrou-se dos conselhos de Carla, de Paty, e até mesmo de tudo que a psicóloga do pai lhe dissera. Se amava Christopher, então precisaria ceder.

A Sósia - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora