#2 - Apenas um Susto

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ARTHUR

Eu não sei o que fazer, eu não consigo pensar. O choro vem como uma avalanche. A minha Carla, não pode ser. Tento me concentrar no que o repórter fala e não consigo, a única coisa que passa pela minha cabeça é que se eu não tivesse ignorado ela poderíamos ter resolvido ontem mesmo e ela estaria segura em São Paulo.

Me assusto quando meu celular toca. Um arrepio percorre todo o meu corpo quando vejo o nome na tela: CARLA DIAZ . Estou apavorado, não quero atender com medo de ouvir a pior notícia que alguém poderia me dar. Mas sei que preciso, pego o aparelho e atendo a ligação.

CARLA

Eu passei a viagem inteira pensando no que vou dizer pro Arthur. Esse garoto é muito marrento! Ta bom que eu errei feio, briguei com ele, fui pro jantar que foi motivo da briga e no final ele tava certo e eu ja tava em site de fofoca. Mas, custava me ouvir?

O garoto desligou o celular, puto comigo. E eu sei que vacilei, não ia conseguir passar mais nem um dia nessa situação. Fiquei aflita porque mesmo que ache a reação dele exagerada, eu procurei dessa vez. E da mesma forma que eu odeio quando ele sai em site de fofoca por causa de mulher, ele não deve ta nenhum pouco satisfeito comigo saindo também. Eu precisava falar com ele, resolver nossa vida, fazer as pazes. Não suporto quando a gente briga, principalmente quando eu causei.

Foi muito fácil tomar a decisão: eu iria fazer um bate volta pro Rio, me resolveria com ele e voltaria pra SP pra terminar meus trabalhos. Minha mãe não ficou muito satisfeita comigo enfrentando horas de viagem sozinha e com o coração na mão com medo de perder o homem que eu amo. Mas, não tinha o que ela pudesse fazer. Eu ja estava decidida.

Mandei uma última mensagem pra ele avisando que estava indo, e antes de pegar a estrada passei na Grand Brasil pra pegar outro carro. Minha BMW preta precisava de revisão e eu não estava afim de esperar, escolhi um carro vermelho e peguei a estrada.

A viagem foi tranquila e mesmo depois de 5h elaborando um pedido de desculpas nada parecia bom. Quando cheguei no Rio percebi que meu celular estava descarregado, precisava dele pra ligar pro Arthur pedindo pra liberar minha entrada com o carro novo, ele não vai saber que sou eu, a única que sabe que estou nesse carro é minha mãe.

Se ele não me atender vou ter que me arriscar a aparecer pro porteiro. Decidi passar em casa pra tomar um banho e tentar relaxar um pouco antes de ir no Arthur, deixei o celular carregando enquanto isso.

Não demoro muito, tomo coragem e rumo para a casa do meu marrento, quando chego na entrada do condomínio ligo pra ele. Chama algumas vezes e quando penso que ele vai me ignorar novamente, ele atende.

Arthur: alô? - percebo algo estranho na sua voz, como se tivesse...medo?
Carla: Lindo, libera minha entrada - falo manhosa

Arthur: CARLA? É você? - ele está nervoso
Carla: sou eu sim, aconteceu alguma coisa? - estou confusa

Arthur: onde você ta? Você ta bem?
Carla: to bem, to na entrada do seu condomínio. Libera minha entrada, to em outro carro. Vou te mandar a placa.
Arthur: ai meu Deus - ele ta chorando? - ta liberada.

Eu não to entendendo nada e to preocupada. Entro no condomínio, estaciono o carro e subo até o apê dele, quando bato na porta ela se abre imediatamente e tenho um vislumbre dele com o rosto banhado em lágrimas, não vejo o suficiente pois ele me puxa pro seu colo e me abraça apertado. Sinto que ele está tremendo e escuto seu sussurros "obrigado, meu Deus" .

Carla: lindo, o que aconteceu? Ei, olha pra mim. - tento fazê-lo me olhar mas ele mantem o abraço apertado - Arthur, ei, o que houve?
Arthur: aconteceu um acidente, na rodovia de Sp /Rio - ele me olha e respira fundo tentando conter o choro - um carro foi atingido por um caminhão e destroçado. O carro era uma BMW preta. Eu achei que tinha te perdido - ele desaba no choro novamente.
Carla: eu to aqui - o abraço apertado, quero conforta - lo, não quero nem imaginar se fosse o contrário, eu teria enlouquecido com medo de perde-lo - eu to aqui, meu amor, eu to bem.

Passamos um tempo assim, ele chorando em meus braços enquanto eu sussurro que estou bem e estou com ele, até que ele se acalma. Eu o levo até o sofá e busco um copo de água para ele.

Arthur: desculpa - ele fala colocando o copo vazio na mesinha de centro - me perdoa por ter sido tão marrento e ter feito você vim até aqui e...
Carla: ei, quem tem que pedir desculpa sou eu - o interrompo e sento em seu colo, colando nossas testas - você tava certo, ele é um mané, mas eu coloquei ele no lugar dele e cortei todas as chances profissionais também. Me desculpa ter brigado com você por isso e dado margem pra mais um caos na nossa vida - beijo sua bochecha - eu fui muito idiota, e tava desesperada com medo de você me odiar.

Arthur: eu nunca vou te odiar, você é minha vida! - ele me da um selinho - nós dois erramos dessa vez, vamos esquecer isso? Eu não ligo mais. Sentir que algo de ruim tinha acontecido com você foi horrível - os olhos dele estão marejados novamente - eu nunca mais quero sentir isso - ele me abraça forte e eu descanso a cabeça na curva do seu pescoço.
Carla: eu to aqui, eu to bem, e eu te amo.

Arthur: eu te amo. Não vamos brigar mais, eu não devia ter me fechado tanto. Nada aconteceu mas podia ter acontecido e a última coisa que a gente ia ter feito ia ser brigar. E eu nunca ia me perdoar por isso. - ele reprime um soluço.
Carla: ei, não vamos pensar nisso, passou, ta tudo bem. - eu faço carinho na barba dele.

Arthur: ta tudo bem - tenho a impressão que ele falou mais para si mesmo do que pra mim - eu tava com saudade de você - ele me da um selinho
Carla: eu também tava de você, meu marrento - o puxo novamente e aprofundo nosso beijo

Arthur: avisou sua mãe que você chegou bem? Eu falei com ela mais cedo e ela que me avisou que você vinha de carro, eu devia ter perguntado em qual carro, teria me poupado sofrimento - ele da uma risadinha
Carla: haha vou avisar - pego o celular pra mandar uma mensagem pra minha mãe

Arthur: porque você trocou de carro mesmo?
Carla: porque o preto precisava de revisão, e eu não queria esperar mais pra vim te ver, ai pra não correr o risco de acidentes peguei outro carro - falo enquanto digito a mensagem pra minha mãe
Arthur: faz sentido - nós dois rimos da situação

Carla: pronto, ja avisei minha mãe, agora vem cá, que eu quero te aproveitar, tenho que voltar amanhã cedo - o puxo pra mim e ele para me olhando
Arthur: você vai voltar sozinha de carro?

Carla: é essa a ideia
Arthur: mas não vai mesmo, depois do susto de hoje eu não vou deixar você pegar uma estrada de 5h enquanto eu fico aqui desesperado. Eu vou com você.

Carla: não precisa lindo, a viagem foi super tranquila, assim que chegar la eu te avis...
Arthur: não Cá, eu vou com você - ele me interrompe - vou te deixar em SP e quando eu tiver certeza que você ta segura eu volto de avião.

Carla: e seus trabalhos lindo?
Arthur: foda - se, eu vejo isso depois. O que não é opção é eu te deixar dirigir isso tudo sozinha.

Carla: ai meu Deus como ele é todo preocupado - começo a beijar todo o rosto dele
Arthur: eu só quero cuidar da minha namorada - ele se derrete nos meus braços enquanto eu continuo os beijos por seu rosto

Carla: ah é? Sua, só sua

Quando digo isso ele abre os olhos, engancha uma mão nos meus cabelos e me puxa unindo nossas bocas e eu me perco nele, no meu amor.

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Não me odeieeem! Eu queria que vcs se envolvessem na história e sentissem a aflição do Thur 🤧

O que acharam?

Val 🦋🥁

Vou Revelar (One Shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora