CARLA
Eu não to entendendo nada, a última coisa que lembro é do meu carro girando e de ouvir o toque de mensagem do Arthur. Senti um carinho em meu rosto e em seguida a voz dele, o que me fez acordar, mas não abri os olhos, nem me mexi. Continuei ouvindo. Ele me ama. O que aconteceu aqui?
Não consigo impedir que as lágrimas se formem, abro os olhos e vejo seu rosto banhado em lágrimas. Ele se assusta quando o encaro, mas logo suaviza o olhar e mais lágrimas escorrem.
Arthur: Carla?
Carla: Arthú
Arthur: você ta sentindo alguma coisa? - ele faz carinho no meu rosto.
Carla: o que aconteceu?
Ele me conta. Eu sofri um acidente. Ontem. Ele ta aqui desde então. Com a minha mãe, que deu uma saidinha pra tomar café. Ta tudo bem, não tenho nada grave, só estou em observação. Dou uma olhada no quarto, tento me mexer e sinto um leve desconforto, meu corpo está dolorido e por isso faço uma careta.
Arthur: você ta sentindo dor? - o tom dele é de preocupação
Carla: só um pouco, estou dolorida.
Arthur: vou chamar o médico e avisar que você acordou - ele faz menção de ir
Carla: não - busco sua mão - espera - ele me olha, segurando minha mão e esperando - você me mandou uma mensagem?
Arthur: mandei - ele sorri - você leu?
Carla: não, eu ouvi o toque, o seu toque é diferente dos meus outros contatos - ele sorri - Eu ouvi o toque no instante que senti a batida no meu carro - ele prende a respiração - o que você disse na mensagem?
Arthur: que eu queria te ver, queria conversar - ele entrelaça nossos dedos
Carla: o que você falou é verdade?
Arthur: o que?
Carla: o que você disse pouco antes de eu abrir os olhos.
Arthur: você ouviu tudo? - balanço a cabeça afirmando - é tudo verdade. Eu amo você e eu fiquei louco de medo de te perder.
Carla: lindoo - falo com mais lágrimas caindo e o puxo pra mim.
Ele vem, aproxima nossos rostos e roça os lábios nos meus. Me da um selinho tímido e eu retribuo.
Carla: me desculpa... - falo com nossas testas coladas
Arthur: shiu, a gente ainda vai conversar, mas agora eu só quero que você se preocupe em ficar bem, eu não vou sair daqui. Assim que você tiver alta e formos pra casa, a gente conversa ta bom? - eu concordo - ficaremos bem, vida - ele me da mais um selinho - ficaremos bem.
Nesse momento minha mãe chega e Arthur avisa que eu acordei, ela vem até mim e ele vai chamar o médico. O resto do dia passa rápido, refaço alguns exames, tudo continua em ordem, eu só estou dolorida o que é resolvido com medicação.
Tudo de trabalho foi remarcado, Fabrizio disse que eu nem pense nisso nos próximos dias e foque na minha recuperação. Alguns dos meus amigos passaram pelo hospital pra me ver, incluindo a Pocah e a Juliette, que aproveitaram pra me contar tudo que aconteceu. Contaram da surra que o Arthur deu no Murilo e do desespero em que o Arthur ficou desde a hora que soube do acidente, elas me contaram em detalhes o quanto ele chorava, e o que mais me chocou: ele e minha mãe consolando um ao outro e ele prometendo a ela que me faria feliz enquanto ela se desculpava por tudo. Esse último fato elas não viram, o Fabrizio contou pra Pocah quando ela estranhou a interação entre os dois.
Ja é noite e eu acabei de receber alta, o Arthur não saiu daqui, como prometeu. Fiquei sabendo que ele desmarcou todos os compromissos dos próximos dias pra se dedicar a mim. Não posso evita me apaixonar ainda mais, eu não vou perder ele de novo. Faremos dar certo dessa vez.
Minha mãe preenche as papeladas de alta enquanto o médico nos da orientações sobre como devo me comportar nos próximos dias. Não tenho nada grave, mas não podemos dar sorte pro azar. Arthur está do meu lado, atento a tudo.
