ARTHUR
Chegamos na casa da minha sogra a algumas horas, Carla contou tudo a ela e as duas ja choraram muito, eu tentei não me abalar mas é impossível, também deixei minhas lágrimas caírem.
Dona Mara ja agendou uma consulta com o médico da Carla e separou tudo que iremos precisar, de papelada. Ela cancelou toda a agenda da Carla e eu garanti que a Thaís fizesse o mesmo com a minha, meu único foco é a saúde da Carla e eu não vou sair do lado dela. Estamos estabilizados financeiramente e não precisamos nos preocupar com isso por hora. Agora eu estou aqui deitado com Carla aconchegada em meu peito, ela demorou muito a dormir e finalmente conseguiu, ainda temos algumas horas antes da consulta e eu vou tentar dormir também.
CARLA
Acordo e sinto os braços de Arthur ao meu redor, eu continuo apavorada, mas estou mais aliviada por ter contado a ele e a minha mãe, eu não queria trazer essa carga pra eles, não é justo, mas eu não consigo sozinha.
O abraço mais forte e sinto ele me apertar.
Arthur: bom dia amor, você conseguiu dormir bem? - ele beija minha testa
Carla: consegui um pouco.
Arthur: daqui a pouco vamos no seu médico
Carla: tava tudo tão bem, porque isso ta acontecendo? - meus olhos já estão enchendo de lágrimas novamente
Arthur: não sei linda, é injusto, mas a gente vai enfrentar
Carla: obrigada por ta comigo - deixo um beijo em seu peitoral
Arthur: não agradeça, eu to com você pra sempre agora - ele faz com que eu olhe pra ele e me da um selinho.Decidimos levantar e nos ajeitar para ir ao médico, eu sinto que estamos todos no automático, eu, ele e minha mãe.
Já na sala do médico eu estou completamente estática, escuto ele falar tudo que ja falou da primeira vez, me deixo ser levada a cada exame, mas não tenho reação. Sinto minha mãe e o Arthur do meu lado, segurando minha mão, beijando minha bochecha ou fazendo carinho no meu cabelo, mas não consigo esboçar nada. Ao encerrar a bateria de exames que foram pedidos com urgência nos sentamos na sala do Dr. e esperamos ele da o diagnóstico.
E ele veio, assim como da primeira vez, me tirando o chão. Sinto a mão da minha mãe apertar a minha, e a mão do Arthur acariciar minhas costas.
Mara: o tratamento será o mesmo Doutor?
Dr: sim, Mara, será, contudo precisamos fazer um novo plano, não poderemos cortar mais a tireoide da Carla. Ela ja removeu metade da última vez. Mas, a notícia boa é que o nódulo é menor, bem menor na verdade, e as margens estão bem definidas, o que facilitará a remoção. Compreendem?Todos nós fazemos que sim e ele se dirige a mim.
Dr.: Carla, você tomará alguns medicamentos e eu marcarei sua cirurgia, após isso nós veremos a necessidade de quimio e o processo da sua reabilitação, tudo bem?
Carla: certo. Obrigada, Dr.
Arthur: Dr. podemos ficar positivos? - ele fala pela primeira vez, com a voz embargada.
Dr.: eu não vou mentir pra vocês, é um caso delicado, mas as probabilidades são boas, estão a nosso favor, acredito que vamos vencer mais uma vez.Nos despedimos dele e a caminho de casa no carro, Arthur dirige com uma mão e com a outra segura minha mão fazendo carinho com o polegar. Minha mãe fala sobre os pontos positivos e tenta nos dar toda força e otimismo que estamos precisando.
Eu permaneço calada, mesmo que as probabilidades estejam a nosso favor, eu só consigo pensar que minha borboleta já perdeu uma asa, e sem as duas ela não poderá voar.
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Não me odeieeeeeeem! Eu to chorando com esse 🥺Se vocês comentarem bem muito eu ainda volto hoje! Prometo! 🗣
Val🦋🥁