CARLA
Eu cheguei no Rio a dois dias, eu precisava vim pra cá, sozinha, eu ia explodir se ficasse mais um dia em SP com todo mundo.
Ja tem quase 8 meses que eu to solteira, terminei o meu último relacionamento que foi mais um surto do que qualquer outra coisa, e desde então ninguém me deixa em paz, minha mãe, meus amigos, o pessoal que trabalha comigo, ninguém!
Querem me por em um relacionamento mais uma vez, me apresentam pessoas, incentivam, insistem, mesmo eu negando e afirmando que quero ficar sozinha. Eu preciso de um tempo pra mim, to tão confusa, a última vez que tive certeza e entendia o que eu sentia foi no mês antes de tudo desandar com o Arthur. Ali eu sabia tudo que eu sentia e tudo que eu queria pra minha vida.
Mas, a gente se perdeu, eu perdi ele, eu perdi o que eu imaginava que seria nosso futuro, eu perdi muita coisa ali... e até hoje eu to tentando encaixar peças do quebra-cabeça da minha vida pra conseguir seguir de verdade.
Eu vim pro Rio pra fazer isso, todo mundo foi contra, ninguém me queria sozinha aqui e eu sei perfeitamente o motivo: o Arthur. Todo mundo tem medo que eu volte pro Arthur, e eu também tenho esse medo.
Eu não sei se sou forte o suficiente, mas esse é um dos motivos pelos quais eu precisava desse tempo sozinha, eu preciso entender o que fez a gente se perder tão rápido e eu preciso entender porque depois de tanto tempo ele ainda é tão presente em mim, eu preciso entender porque ele ainda me faz falta se me machucou tanto, eu preciso entender porque tem noites que eu só queria ele me abraçando se ele ja me fez chorar tanto.
Eu fui jogada num furacão, todo mundo opinou na minha vida e eu deixei, eu tava sensível, insegura, com medo, com raiva e ferida. As coisas foram acontecendo e eu fui levando, até que chegou um momento que eu tava em um lugar que eu não queria, agindo como eu não queria e com pessoas que eu não queria, dei um basta. E desde esse basta eu tenho tentado voltar pra mim, eu, Carla, sem o Diaz, mas ninguém deixou, me sufocaram.
Hoje eu to aqui, na minha casinha do Rio, já pensei tanto e ainda não cheguei a muitas conclusões, mas to finalmente conseguindo respirar e ja aceitei um fato: eu não superei o Arthur, e nem sei como farei pra superar.
Eu não vou falar com ele, independente do que eu sinta, ele me magoou muito, foram incontáveis as noites que eu passei chorando, eu não gosto de lembrar de nada daquela época e eu sei que também o fiz chorar, ele provavelmente também não quer conversar comigo. Por isso é tão dificil, tem muita dor, mas o amor ainda ta aqui também, intacto.
Eu vou usar essas mini férias que resolvi tirar pra pensar em como eu vou fazer daqui pra frente. Minha mãe quis vim ficar comigo, mas eu disse não. Eu vou ficar sozinha no Rio até eu estar bem pra voltar pra SP.
O Chaplin ta aqui comigo, e decido leva-lo pra passear na orla, faz tempo que não faço isso. Me arrumo e saio com ele. Depois de um tempo, o clima fecha e uma chuva começa a cair, antes que eu possa pegar o Chaplin no colo para nos apressarmos, algumas pessoas passam por nós criando um alvoroço e ele se solta da coleira, eu corro para alcançá-lo mas uma moto é mais rápida e o atropela, meu coração para nesse momento, o motorista seguiu em frente e eu só vejo o sangue que sai do meu cachorrinho.
Corro até ele e o pego no colo em desespero, a chuva aumenta a intensidade e eu estou tentando pegar o celular pra chamar um uber ou algo que me leve até a clínica veterinária, quando sinto uma mão nas minhas costas e o cheiro inconfundível dele.
Arthur: o que aconteceu? - fala e seu tom é preocupado
Carla: ele foi atropelado - falo desesperada tentando olha-lo e com a visão embaçada pela chuva - preciso correr pro veterinárioArthur: você ta de carro?
Carla: não
Arthur: vem comigo - e me conduz ate seu carro me ajudando a entrar.———————————————————————
Oieeee! Feliz ano novo, meus amores!
Que 2022 seja incrível pra gente e pra quem a gente ama né isso?! Vamos continuar com as fics sim e sempre lembrando que tudo é fruto da minha imaginação 🤍✨
Agora falando do capitulo, querem mais? 😏
Val 🦋🥁