ARTHUR
Cheguei no Rio e já apresentei sinais de estar doente, quero acreditar que é ressaca, mas sei que não. É saudade, é dor, é amor. Chegar no meu apartamento e lembrar de tudo que a gente viveu aqui foi um soco no estômago.
Isso tudo ta um caos, eu me sinto no olho do furacão e sei que ela também ta. Eu to magoado, mas sei que também magoei ela. Não tem o que fazer mais. A gente se perdeu. Resta aceitar e seguir a vida.
Eu to com esse pensamento até entrar no meu quarto e me deparar com o varal de fotos nossas que ela fez logo que firmamos o namoro, com os porta retratos que eu coloquei. E eu sinto tanta raiva, não dela, dela também, mas em maior parte da situação. Da gente ter se perdido, e saio tirando tudo, derrubo o porta retrato no chão e o vidro quebra, isso me afeta de uma forma tão absurda, porque representa a gente: nos quebramos, por descuido.
Coloco tudo em uma caixa, junto a foto do Z4, eu não quero ver mais nada dela aqui, preciso superar. A intenção é ja descer e jogar fora, mas não consigo ainda, coloco tudo numa caixa no sofá e vou pro meu quarto tentar dormir. Falo com minha mãe pra saber o que posso tomar pra febre que esta aumentando e com o Projota porque preciso desabafar. Em seguida logo pego no sono.
CARLA
Quando abro a porta eu o vejo coberto dos pés até o pescoço, só com a cabeça de fora. Ele não ta bem. De inicio não sei bem o que fazer, eu nem sei se ele ta sentindo igual a mim. Sei que raiva ele ta, eu também to. Sei que tem magoa, porque aqui também tem. Mas aqui também tem saudade, que ta maior que tudo, e isso eu não sei se ele sente.
Decido deixar meu coração me guiar, afinal foi por ele que eu cheguei até aqui. Devagar eu deito na cama e o abraço forte pelas costas, ele está quente, meus olhos enchem de lágrimas e eu começo um choro silencioso.
Não demora muito ele acorda, se mexe bruscamente pelo susto de ter alguém com ele na cama.
Arthur: o que...o que aconteceu? - ele fala se virando pra mim - Carla? - ele levanta e acende a luz.
Carla: oie - falo envergonhada e seco as lágrimasArthur: o que você ta fazendo aqui? - não sei dizer se ele ta com raiva, parece mais confuso - como você entrou?
Carla: Arthú... - eu não sei o que dizer - eu vi... eu vi que você tava doente e fiquei preocupada. Eu ainda tinha a chave daqui. Desculpa eu não devia ter vindo - falo levantandoArthur: ei, calma - ele fala sentando na cama e segurando minha mão - você tava aqui no Rio?
Carla: não - suspiro - tava em São PauloArthur: Você veio de São Paulo só porque ficou preocupada comigo? - ele pergunta serio e pensativo, e eu confirmo com a cabeça baixando o olhar em seguida - sinceramente, Carla ... - ele para de falar e de me olhar
Carla: olha pra mim - me aproximo dele - eu falei com a Tam Tam, ela disse que você tava tomando remédio, ta fazendo efeito? - deslizo a mão por suas costasArthur: sim, eu to melhor, mas a febre vai e volta. - ele fica em silêncio por alguns segundos - Carla, você falou com a Tam Tam? Melhor, porque você ta aqui?
Carla: eu vou ser sincera: eu sinto sua falta e acho muito injusto a gente ter se perdido como se perdeu - falo em um fôlego só.Arthur: o que que a gente podia ter feito?
Carla: tanta coisa - ele me olha e nossos olhares ficam presos um no outro.Arthur: você ta seguindo a vida e eu to tentando também. - ele desvia o olhar
Carla: eu não to seguindo porra nenhuma - me aproximo mais dele e o abraço de ladoArthur: como não? - ele volta o olhar pra mim
Carla: eu nao to com ninguém.Arthur: e os boatos? De onde aquele cara saiu?
Carla: uma vez. Rolou uma vez e só. O resto é fake news.Arthur: o que você sentiu com ele?
Carla: o que você sentiu com a garota na farofa?Arthur: saudade de você
Carla: mesma coisa - dou um sorriso fracoEle passa o braço em torno de mim e me puxa pro colo dele.
Arthur: o que aconteceu com a gente hein, Carla? - ele fala e beija minha testa.
Eu começo a chorar e o abraço, abraço como se minha vida dependesse disso, sinto meu coração bater em desespero e sinto as batidas do dele também, está tão intenso que dificilmente identifico de quem é a batida que sinto, ele me aperta em seus braços e eu percebo que ele também está chorando.
Carla: lindo - faço carinho na barba dele - eu to tão cansada - falo contra seu peito - eu só quero ser feliz
Arthur: eu também quero, eu não aguento mais, Cá.Carla: você ainda ta com muita raiva de mim? - levanto o olhar pra ele
Arthur: olha Carla, eu vou ser sincero, eu não queria te ver nem banhada em ouro. Toda dor que eu senti - ele engole o choro - ninguém nunca me fez sofrer assim, e eu sei que também te fiz sofrer, a gente não da certo juntos - meu choro se intensifica - eu tava muito certo disso, eu tirei tudo que me lembrava você e coloquei numa caixa pra jogar fora, mas... - ela paraCarla: mas? - falo em meio ao choro
Arthur: foi só te ver pra esquecer de todos os motivos pelos quais te quero longeCarla: eu não quero ficar longe - soluço - custe o que custar eu te quero comigo
Arthur: Cá... - ele cola nossas testasCarla: por favor - roço meu nariz no dele - vamos continuar tentando? Vamos tentar de outro jeito, mas não vamos parar de tentar... não pode acabar, a gente não pode acabar
Ele engancha a mão em meus cabelos e desliza o polegar na minha bochecha enquanto me encara
Carla: volta pra mim
Mal termino de falar e ele invade minha boca com a língua, eu me entrego completamente pra ele, sinto nossas línguas brigando por espaço, meu corpo queimando a cada toque dele, seu cheiro, seu corpo, estou atenta a todos os detalhes desse momento. Quando o ar falta, ele interrompe o beijo.
Arthur: você tem certeza disso?
Carla: nunca estive tão certa - sorrio - eu te amo, Arthur Picoli de Conduru. Nada vai mudar isso.Arthur: eu te amo, minha linda - ele sorri e me beija novamente, me deitando na cama lentamente.
E é aqui, desse jeito, nos braços dele, sendo amada por ele, e dando a ele todo meu amor, que sinto meus pedacinhos sendo recolhidos novamente.
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A continuação pra vocês!
Sei que nosso mundinho ta um caos, mas eu vou pedir de novo o que eu ja tinha pedido aqui: por favor não ataquem eles, nós sempre dissemos que éramos o fandom do amor. Amor por Carla e por Arthur! Se não estiverem satisfeitos, com todo respeito, se afastem, mas não os ataquem. Ninguém sabe o que aconteceu de fato e não cabe a ninguém julgar nenhum deles.
Beijosss
Val 🦋🥁