#3 - Pingos nos is

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CARLA

Estou na portaria do condomínio do Arthur, esperando ele liberar minha entrada. Antes eu tinha até a chave, e lembrar disso faz meu coração doer.

Repassei um discurso mentalmente sobre tudo que queria falar pra ele, mas ja esqueci de tudo e sendo sincera nem fazia sentido. Eu não sei o que vou dizer e muito menos o que vou ouvir.

Minha entrada é liberada e cada passo faz meu coração chegar mais perto da boca. Quando estou na porta, basta uma batida para ele abrir. Minhas pernas tremem, meu coração acelera e eu prendo a respiração: o meu Arthur, com short de flamingo, camiseta branca, barba cheia, mas um sorriso triste e os olhos baixos.

Arthur: oi, entra - ele me cumprimenta com um beijo na bochecha e meu mundo roda
Carla: oie - digo fraca

Ao reparar na minha presença o Dummy vem correndo e latindo. Arthur da espaço para que ele se meta entre nós e eu me abaixo para falar com ele.

Carla: oi meu menino, que saudade eu tava de você - ele responde com um chorinho e me lambendo - você tava com saudade também? hahaha - Levanto o olhar e vejo Arthur nos observando, percebo seus olhos marejados - dummy, vai brincar vai, agora vou falar com o seu pai - ele sai correndo e eu me levanto.

Arthur: você quer beber alguma coisa?
Carla: não, obrigada. - paro um pouco - pensando bem eu aceito água.

Ele vai ate a cozinha e eu o sigo, me sento em um dos bancos altos do balcão da cozinha e ele serve minha água. Bebo tudo em um gole só e percebo meu nervosismo aumentar.

Nos encaramos por um tempo e ele quebra o silêncio.

Arthur: então, o que você queria conversar?
Carla: pra ser sincera com você, eu não sei o que eu vim fazer aqui.

Arthur: Carla, tem sido bem difícil, não complica mais pra mim. - ele suspira
Carla: como assim? - tento ganha tempo enquanto penso no que dizer

Arthur: não se faz de desentendida não. O que te motivou a vir aqui? Depois desse tempo todo. Não foi seu jantar? - percebo a voz dele embargada.
Carla: foi - falo em um sussurro.

Arthur: você não me deve satisfações. Mexer na ferida não vai ajudar em nada. - ele caminha para a sala
Carla: e se eu quiser curar a ferida? - falo rápido antes que desista e ele para de costas pra mim.

Arthur: Carla - ele suspira enquanto fica de frente pra mim.
Carla: Arthur - caminho até ele
Arthur: eu to tentando, não dificulta, por favor. - ele fecha os olhos e se afasta de mim indo até o sofá, senta e apoia os cotovelos nos joelhos tapando o rosto com as mãos.

Carla: Arthur - sento ao lado dele
Arthur: te ver toda sorridente com um cara que não era eu, em um jantar romântico, em público, foi uma das situações mais difíceis que eu passei na minha vida. Eu sentia como se meu coração tivesse sendo arrancado do peito, me faltou o ar e era como se algo me rasgasse por dentro - ele fala sem me olhar e eu ja tenho o rosto banhado em lágrimas - não só por cair a ficha que eu realmente te perdi, mas por saber que eu nunca pude te dar isso, um jantar em público, sem medo de ataques ou de mídia sensacionalista, é bobo eu sei, mas eu queria poder ter feito essas coisas com você - eu estou estática, ouvindo cada palavra sem me mexer - eu sei que tomamos a decisão juntos e eu quero que você seja feliz, independente de ser comigo, "siga sua vida e seja feliz" foi isso que te falei na nossa última conversa. Mas, não deixa de doer e de ser difícil. Então, por favor, se a conversa que você quer ter comigo hoje é pra, sei lá, ter a certeza do fim da nossa história, pode ir embora. Eu ja estou lidando com esse fim e não preciso te ouvir falar sobre ele - ele fecha os olhos e vejo as lágrimas caindo de seus olhos.

Ver meu Arthur sofrendo assim, por minha causa e expondo toda essa vulnerabilidade apertou tanto meu coração e me fez ama-lo ainda mais, se é que é possível. Eu me ajoelho de frente pra ele, para que possamos ficar na mesma altura. Colo nossas testas e limpo suas lágrimas.

Carla: olha pra mim, abre os olhos. - ele me obedece e eu passo meu nariz pelo dele enquanto ele envolve minha cintura me levando pra perto dele - eu achei que tava fazendo o certo, achei que o melhor pra gente era seguirmos separados, que a nossa relação tinha nos desgastado e que sé continuássemos juntos íamos acabar nos odiando depois de tanto trocar farpas. Mas eu errei feio, muito feio. - beijo seus olhos e ele aperta minha cintura - Me perdoa! A verdade é que desde a nossa última conversa não teve um dia em que eu não sentisse sua falta, em que eu não passasse horas rolando na cama sentindo falta da minha conchinha até finalmente dormir, não teve um dia em que eu não pensasse se tava fazendo certo, nenhum dia eu deixei de procurar coisas sobre você na internet e me perguntar se você tava sofrendo como eu ou se tava seguindo em frente. - respiro fundo tentando conter as lágrimas que caiam descontroladamente

Arthur: Cá...
Carla: deixa eu terminar, por favor - eu o interrompo - eu vi a repercussão da sua live e pensei que você ja tava na sua vida de solteiro, me doeu demais, mas eu não podia fazer nada, a gente tinha terminado e só me restava aceitar. Por isso eu decidi que tava na hora de começar a te tirar dos meus pensamentos. Aceitei ir no encontro, mas não passou de um jantar, e a todo momento eu só pensava em você, em nenhum momento você saiu da minha cabeça e eu me odiei por isso, porque você tava seguindo sua vida e eu não conseguia seguir a minha. O jantar acabou e eu nem dei esperanças de um próximo, eu sabia que não ia rolar. - ele faz carinho na minha bochecha - quando cheguei no hotel que vi que tinham me filmado e vi o caos instalado, me desesperei, obviamente, e quando vi sua interação, vi suas fotos com cara de choro, lindo, eu me senti despedaçada, e desde aquele momento eu penso se deveria vir ou não atrás de você. Eu me questiono se realmente tomamos a decisão certa.

Ele me abraça e enterra o rosto no meu pescoço, me puxando pra si e deitando comigo no sofá. Ficamos assim por um tempo, nenhum dos dois quer quebrar o silêncio. Eu estou deitada sobre ele de bruços, com o ouvido em seu coração ouvindo cada batida enquanto ele desliza a mão pelas minhas costas. Eu me sinto bem aqui, apesar de toda turbulência o Arthur sempre foi meu ponto de paz.

Arthur: eu saí alguma vezes, fui em algumas festas e tentei te esquecer, voltei pra uma vida que eu tinha antes de te conhecer na tentativa de voltar pra antes, antes de ter esse sentimento me consumindo. Não funcionou. Eu só me perdi mais ainda de mim. - ele fala e eu escuto calada -  a verdade é que você, Carla Diaz, chegou tão fundo no meu coração que acho que nunca vou conseguir te tirar de mim, e pra ser sincero eu nem quero fazer isso. - levanto o rosto de seu peito e o encaro - eu amo você, acho que mais ainda do que antes - eu colo nossas bocas como num assalto. Ele me envolve com um braço e enterra uma mão em meus cabelos aprofundando o beijo. Nossas línguas parecem dançar ritmadas, meu corpo inteiro acende e só nos afastamos quando falta o ar.

Carla: lindo, eu amo você! E eu não quero viver sem você. Eu não aguento mais sentir saudade. Eu não to nem ai pra haters, pra mídia, eu só quero ta com você, eu quero ser feliz com você, eu quero ir jantar com você e poder gritar pro mundo que eu namoro o Arthur Picoli de Conduru, e que você é o amor da minha vida.

Arthur: vamos tentar de novo? Mas dessa vez pra conseguir? Vamos fazer tudo certinho agora, sem medo? Eu não vou suportar te perder de novo.
Carla: por favor. Eu não tenho mais força pra tentar te esquecer. Eu nunca vou superar a gente e eu não quero ter que superar. Eu quero você, eu quero tudo com você, garoto.

Arthur: a gente vai casar e a maria clara vai nascer, ja diziam nossos tamborzinhos hahaha - ele cola nossas testas - eu te amo vida, eu quero tudo com você também! - ele me da um selinho e sorri ao dizer - feliz dia 11!
Carla: feliz dia 11! - beijo ele lentamente e me sinto em casa, em paz. Não tem como fugir do destino, nosso encontro teve um propósito, e é esse: a felicidade.

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Mais um dia 11 concluído com sucesso!

Amo vocês nação tambor! ❤️

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Val 🦋🥁

Vou Revelar (One Shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora