CARLA
Eu consigo passar a primeira semana inteira no Rio, tenho algumas publis que preciso gravar, mas consigo fazer daqui, sem precisar ir até SP. Não passo todo o tempo no hospital, mas a maior parte do meu tempo estou lá, sendo sincera, só saio de lá pra trabalhar e assim que posso estou de volta.
Além das sessões de fisioterapia o Arthur precisa fazer alguns exercícios no quarto, puramente alongamento, e eu fiz questão de aprender, pra ajudar. Eu quero cuidar dele.
Arthur: não precisa, Cá. - ele fala quando eu coloco as mãos nas suas pernas. Estamos só os dois no quarto, depois que o enfermeiro que me ensinou os exercícios saiu.
Carla: claro que precisa, agora fica quieto - falo iniciando os exercícios
Arthur: eu to me sentindo uma criança - ele bufa
Carla: mas, você é. Meu bebezão marrento - ele gargalha quando eu termino de falar
Arthur: você vai ver o bebezão
Carla: oi? - eu gargalho - se controla garoto!
Arthur: você fica mexendo nas minhas pernas ai, todos pra sala é inevitável - ele cruza os braços no pescoço, se erguendo pra me olhar e eu fico vermelha - você ta vermelha, Carla Diaz?
Carla: ai, Arthú! 15 anos!
Arthur: 15 aninhos, de pura sedução.
Carla: idiota - eu sorrio - senti muito sua falta, sabia? - olho pra ele
Arthur: eu também senti a sua - ele sorriFicamos nos encarando e sorrindo quando a porta se abre e o enfermeiro volta pra conferir se estou fazendo certo. Eu e o Arthur ainda não conversamos sobre nós. Eu sei o que quero, mas não faço ideia de como ele está vendo tudo isso. Temos uma preocupação maior no momento: a recuperação dele. Quando ficamos sozinhos nenhum dos dois tem coragem de iniciar o assunto de forma direta, conversamos sobre tudo, nossos trabalhos, a reabilitação dele e nossas famílias. Mas, o assunto "nós dois", é deixado de lado. O que não impede de estarmos sempre trocando carícias e roubando selinhos um do outro. Eu sei que precisamos conversar e definir o que vai ser da gente, mas por hora, estamos bem assim.
Na segunda semana, o Arthur ja voltou a andar, tudo está indo como o planejado pelos médicos, ele só irá concluir as sessões de fisioterapia por garantia. Não encontrei mais os amigos dele, que claramente não estão felizes com minha presença e só o visitam quando eu não estou.
Faltando apenas 4 dias para que o tratamento se encerre, recebo uma ligação da minha mãe, precisarei ir a São Paulo. Tenho reuniões que exigem minha presença.
O Arthur está na sessão de fisioterapia e eu estou com a dona Bia no quarto, informo a ela que precisarei ir, mas assim que conseguir eu voltarei, ela me diz que posso ir tranquila que ela me mantém informada de tudo. Só vou esperar o Arthur voltar pro quarto pra me despedir dele. Quando ele volta, ela sai nos deixando a sós.
Carla: ei - falo quando ele se deita acomodado na cama - eu vou precisar ir em São Paulo - faço carinho na barba dele
Arthur: sério? - ele faz cara de cachorro que caiu da mudança - e você volta? - eu sinto toda a incerteza na voz dele
Carla: é claro que eu volto - roço meu nariz no dele e ele sorri - eu só vou porque minha mãe não conseguiu remarcar essa reunião e nessa eu preciso estar de forma presencial. Mas, confia em mim, eu volto - eu sorrio e ele me encara
Arthur: Carla?
Carla: oie?
Arthur: nada, quando você voltar a gente conversa - ele pega minha mão e a beija - boa viagem
Carla: obrigada - deixo um beijo na bochecha dele e começo a me afastar
Arthur: ei garota! Ta esquecendo de nada nao? - ele pergunta brincalhão
Carla: o que? - questiono rindo e ele faz biquinho esperando um beijo - hahahahaha ARTHÚ
Arthur: ué - ele sorriEu me aproximo dele, uno nossas bocas e quando deslizo a língua pelos lábios dele pedindo passagem a porta abre, a mãe dele voltou pro quarto, o que me faz me afastar dele pelo susto.
Bia: meus amores, desculpa! Eu devia ter batido - ela fala fazendo menção de sair novamente
Carla: não, dona Bia! Ta tudo bem - sorrio sem graça - eu ja estou indoMe despeço deles e rumo para São Paulo. Chegando lá tento adiantar tudo que consigo pra poder voltar o quanto antes pro Rio. Passo dois dias intensos, saindo de uma reunião e entrando em outra, ocasionalmente falo com a dona Bia pra que ela me diga como ele está, mas não consigo falar com ele em nenhum momento, ele nunca está no quarto nos poucos minutos que consigo mandar uma mensagem pra mãe dele.
Quando termino tudo, compro minha passagem e retorno, ele ainda está no hospital, a pouquíssimos dias de receber alta, passo em casa só pra tomar um banho e deixar as malas e ja vou para o hospital. Estou feliz, ansiosa, quero vê-lo, estou com saudades.
Carla: oieeee - falo animada abrindo a porta e ele que estava sentado na cama de costas se vira pra mim
Arthur: Carla? - seu rosto está banhado em lágrimas e ele me olha confuso
Carla: ei, o que aconteceu? - me adianto até ele.——————————————————————-
Iiiih o que será que rolou pra ele ta chorando?Comentem
50 comentários e eu volto com o final 🗣🗣
Val 🦋🥁