ARTHUR
Nossos olhares se encontram e só tenho tempo de registrar os olhos dela vermelhos e inchados, e ela corre ate mim e se joga nos meus braços, eu a recebo e a puxo pro meu colo a apertando com força. Ela chorou e já está chorando novamente, eu não vou me perdoar por deixar ela assim, mesmo que não tenha sido minha intenção, eu contribui pra isso.
Nem percebo quando os outros três deixam o quarto, mas reparo que estamos sozinhos. Não falamos nada por um tempo, ela chora, e eu também.
Carla: eu pensei que tinha te perdido - ela fala entre soluços - senti tanto medo quando vi as notícias - ela me olha - eu senti que iria morrer - fala com as duas mãos em meu rosto, de forma que a olhasse fixamente - não me assusta assim nunca mais, por favor.
Arthur: me perdoa Cá, eu juro que eu não fiz nada. Eu não quero perder você - tento fala em meio ao choro e ela enxuga cada uma das minhas lágrimas insistentes - eu não queria machucar... - um soluço escapa.Ela não diz nada, me abraça apertado e enterra o rosto no meu peitoral.
Arthur: Cá?
Carla: eu não quero pensar nisso agora - percebo a voz dela embargada
Arthur: ei, olha pra mim - seguro o rosto dela entre as mãos - eu nunca trairia você, isso nunca esteve nem em questão. No meu coração só tem você! E eu quero te pedir desculpas por ter te deixado duvidar disso. Primeiro que eu não sei porque aquela doida me chamou de lindo, nunca tinha acontecido e eu nunca dei liberdade, te garanto! Acho que você sempre esteve certa, ela é uma biscoiteira. E eu não tinha percebido e só percebi quando você falou, eu realmente não tava respondendo suas mensagens, nossas ligações estavam diminuindo - suspiro enquanto mais lágrimas escorrem no meu rosto e no dela - mas eu te juro, linda, eu só tava na correria, tava cansado, coloquei o trabalho na frente de tudo e acabei deixando de lado o que me importa mais. Me perdoa. Eu te amo tanto, amo tanto que dói. Eu te prometo que vou ficar mais atento, eu sou só seu, e só você me importa. Eu não posso te perder nunca! - colo minha testa na dela.Ela ainda chora quando cola os lábios nos meus. O beijo é urgente, por pouco não nos fundimos de tão juntos que estamos. Há entrega, devoção, ternura e amor. O beijo vai ficando mais calmo, desfrutamos as sensações que ele nos causa, até que o ar falta e ela roça o nariz no meu.
Carla: Eu te amo, eu já entendi que foi tudo um mal entendido, essa situação toda da gente longe demais mexeu de verdade comigo, mas eu confio em você, eu acredito em você. E deixa eu te olhar um pouquinho, deixa eu sentir você, quando eu vi as notícias foi horrível- vejo mais lágrimas escorrendo no rosto dela e as seco - eu tive uma sensação de não ter mais você na minha vida e se tem algo que eu tenho certeza é que eu não saberia viver assim - ela me da um selinho - e lindo, você nunca vai me perder, eu preciso de você comigo!
Colo nossos lábios novamente e a beijo, passo a língua por seus lábios e ela os abre me dando passagem, aproveito esse beijo, tentando matar toda a saudade que sinto dela e qualquer dúvida que ainda possa existir no coração dela, tento fazer com que ela sinta nesse gesto que eu sou todo dela.
Quando encerramos o beijo ela me abraça, com o rosto na curva do meu pescoço e eu a envolvo nos meus braços. Ficamos um bom tempo assim, ouvindo a respiração um do outro, sentindo nossos corações baterem em compasso. E só nos separamos quando o médico chega pra me dar alta. Não teve nada grave, eu só preciso de mais um dia de repouso.
Vamos pra minha casa e ela diz que vai ficar comigo, os outros três vão embora e ficamos só nós dois. Ela conseguiu uma semana de folga, mas vai ter que voltar pra Alemanha em seguida, ainda tem um pouco mais de um mês de gravação. Ela ta aflita e não quer ir, mas sabe que é necessário... não tocamos muito no assunto, só quando ela me contou dos planos.