#3 - Desespero

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ARTHUR

O desespero tomou conta de mim nesse momento, como assim ela saiu de casa? E levou minha filha? PORRA CARLA!

Ao mesmo tempo que a raiva me consumia, o medo também se fazia presente. Não consigo acreditar que a Carla foi capaz de sair assim com minha filha deixando um mísero bilhete e não sei o que fazer pra reverter tudo isso. Como deixamos chegar a esse ponto? Somos Carla e Arthur, nos amamos, certo? Em que momento passamos a nos tratar como inimigos?

Desabo no sofá com o bilhete nas mãos e aos prantos. Eu quero minha família de volta, quero minha Carla e minha Maria, do nosso jeitinho, sem brigas.

Pego o celular e ligo pra Carla, perdo a conta de quantas chamadas fiz, ela ignora todas! Mando mensagens perguntando onde ela está e ela nem vizualiza. A raiva começa a crescer e as mensagens se tornam mais agressivas... porém ela segue sem ver nenhuma.

Jogo o celular de lado e não faço ideia de onde ela possa estar, ja passa das 17:00 , onde essa mulher pode ter ido? Ela disse que saiu da cidade... decido pedir ajuda. Ligo pra minha sogra.

~ Ligação on ~

Mara: oii querido! - ela me cumprimenta
Arthur: Mara - tento controlar a voz trêmula - você sabe da Carla?
Mara: ela tava em casa, ta tudo bem?
Arthur: ela não ta em casa, acabei de chegar de viagem e tinha um bilhete dela dizendo que saiu da cidade pois precisava pensar - deixo escapar um soluço - eu não sei cadê minha mulher e minha filha

Mara: calma filho, eu passei o dia com a Maria hoje, deixei ela em casa por volta das 15h, a Pocah tava saindo de lá e percebi que a Carla tava com o olho inchado, mas não me apeguei a isso, quando perguntei se estava tudo bem ela só falou que tava cansada e ia dar um banho na Maria pra esperar você chegar. Está tudo bem entre vocês?
Arthur: sendo bem sincero com você, nem tudo. Temos nos desintendido sobre o fato da Maria começar a estudar e em consequência ser exposta... mas não achei que estava tão ruim a ponto da Carla me deixar - minha voz embarga

Mara: ela não te deixou, minha filha te ama. Esses desentendimentos são normais, mas sei que minha filha consegue ser muito difícil quando quer. Eu vou tentar entrar em contato com ela e colocar juízo naquela cabeça. Se acalme, respire, e lembre de tudo que vocês dois ja passaram. O amor de vocês ja enfrentou muitos obstáculos, lembre disso, o amor é fonte de força pra enfrentar qualquer coisa.
Arthur: eu vou tentar, obrigado. Qualquer coisa me avise, por favor.

Quando desligo com a Mara, decido ligar pra Pocah também, ela tava com a Carla hoje, pode saber de algo. Mas, não tenho sucesso, a Pocah não sabe onde ela está, mas me avisou que conversou muito com ela e ela está muito mal com tudo isso, me sugeriu deixar ela se acalmar um pouco, mesmo que concorde comigo que a Carla ta exagerando com essa saída de casa. Quando desligo com a Pocah, passo alguns minutos fitando o nada, totalmente perdido na minha própria vida.

CARLA

Quando a Pocah tava saindo da minha casa, minha mãe chegou com a Maria, que vinha ligada no 220 depois de passar o dia brincando com minha mãe.

Me despedi das duas e entrei com meu pedacinho de gente, fui ajeita-la pra esperar o Arthur.

Estava decidida a conversar com ele, dar um jeito na nossa situação. Mas, quando a Maria ja estava deitadinha vendo TV, abri o notebook pra ver meus e-mails e dois e-mails novos chegaram.

Nesse notebook temos logado dois e-mails: o meu e o do Arthur. Os e-mails que chegaram foram pra ele. Duas escolas, pré-escolas. No nosso bairro. Obviamente pra Maria Clara.

Fervi de raiva no mesmo instante, ele estava dando seguimento ao que ele achava certo sem nem me consultar? Ele tava mesmo olhando escola pra nossa filha sem meu consentimento?!

Vou Revelar (One Shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora