#2 - Inevitável

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ARTHUR

Quando vi a situação a minha frente, no meio da chuva e o motorista fugindo ja parei o carro pra ajudar e quando percebi que era ela ali foi impossível não correr ao seu encontro.

Eu tava sentindo um milhão de coisas ao mesmo tempo, eu e a Carla sempre fomos complicados, no fim de tudo só restou dor, eu não gosto de quem me tornei no nosso término, a magoei e a fiz chorar, sei disso, mas ela também despedaçou meu coração e eu jurei pra mim mesmo que nunca mais eu ia me deixar levar por ela, que nunca mais ia sofrer o que sofri por mulher nenhuma e que eu me manteria longe dela custasse o que custasse.

Até agora funcionou, porque eu não a via, o problema é que quando estamos perto meu corpo é levado de encontro ao dela, como ímãs. E foi isso que aconteceu. Agora estamos na clinica que ela indicou, ela está dentro da sala com o médico e o Chaplin e eu na sala de espera sem conseguir ir embora.

Não sei nem o que falar ou como agir perto dela, nossa última conversa não foi bonita, depois da última conversa teve o block e nós nunca mais nos vimos ou nos falamos. Eu só sei de uma coisa: nada mudou, o sentimento ta aqui, intacto.

Desperto de meus pensamentos ao vê-la retornando a recepção para acertar alguma coisa, está toda molhada, os olhos vermelhos e inchados pelo choro e meu impulso é ir até ela e dizer-lhe que tudo vai ficar bem, mas me controlo e espero ela terminar o que quer que esteja resolvendo.

Quando ela termina de falar com a recepcionista e me vê tem um sobressalto e caminha até mim, eu levanto da cadeira em que estava sentado a encarando.

Carla: pensei que você ja tinha ido
Arthur: você queria que eu fosse? - falo ja na defensiva
Carla: não, não é isso - ela rapidamente fala - Obrigada.
Arthur: não agradeça, como ele ta?

Carla: vai ter que fazer uma cirurgia, ja esta medicado, ele vai ficar bem, só quebrou a patinha e teve uns cortes - ela suspira - ele vai passar a noite aqui, a cirurgia é amanhã cedo - seus olhos enchem de lágrimas e eu não me controlo, a puxo para um abraço e ela se deixa vim.
Arthur: ele ta bem, Cá

Carla: eu sei, mas, eu me sinto culpada, se eu tivesse ficado mais atenta, sei lá, meu filhinho não estaria nessa situação - ela fala entre soluços - Arthú, ele ta la todo encolhidinho, dormindo - ela chora mais ainda
Arthur: ei, foi um acidente, não há culpados, respira, ele ta bem agora - acaricio seus braços - vamos embora? Amanhã você volta - ela concorda com a cabeça e eu a conduzo ate meu carro.

O silêncio reina em todo o caminho até a casa dela, passamos pela portaria pois ainda chove muito e eu vou deixa-la dentro do condomínio para que não se molhe, mas antes que possamos entrar o porteiro nos para.

César: Oii, dona Carla você ta vindo pra ficar em casa?
Carla: sim, porque? - ela fica confusa

César: estamos com um problema no seu andar, uma panela de pressão explodiu em um dos apartamentos daquele andar e causou um pequeno incêndio, ja foi contido, mas tem muita fumaça, não estamos impedindo que ninguém fique em suas casas, mas aconselhamos que não durma aqui hoje, ja chamamos alguém para arejar todo o andar, mas ele ainda não veio e acho que vai demorar por causa da chuva.
Carla: perfeito - ela bufa - Obrigada, seu César - ela sorri pra ele - vou só pegar algumas coisas e não vou ficar aqui hoje.

Arthur: sua mãe não ta ai?
Carla: não, ela ta em São Paulo, eu vim pra ca sozinha, tirei umas mini ferias de tudo - como assim mini ferias de tudo? E logo no Rio?
Arthur: você vai pra onde?
Carla: pra algum hotel, ou pra casa do Viny ou da Keh se eu conseguir falar com eles. Você pode me deixar aqui, eu me viro. Obrigada, Arthú, por tudo. - ela fala enquanto eu estaciono

Vou Revelar (One Shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora