CARLA
Depois que eu e o Arthur nos separamos a alguns anos atrás meu mundo deu uma virada. O tempo que passei longe dele foi muito dolorido, eu perdi a conta de quantas vezes fui dormir chorando pela falta que ele me fazia... até que eu decidi parar de resistir e deixei o destino agir.
Eu e ele nos reencontramos, pouco mais de 1 ano depois, em outro momento de nossas vidas, mas com o mesmo sentimento, na verdade, mais forte. A certeza da minha vida era ele. Voltamos a ficar juntos e ja fazem 4 anos que meu mundo tem ele como prioridade.
Considerando tudo que a gente passou, eu não esperava que chegássemos a esse ponto de novo, a dificuldade de comunicação, a marra, a acidez. Principalmente agora, com nossa filha. Não somos mais somente duas pessoas que se apaixonaram e lutam pra viver o amor. Nós agora somos marido e mulher, agora temos uma família, temos nossa Maria Clara, ela tem 2 aninhos e é a luz da minha vida, e sei que é a do Arthur também.
Meus pensamentos são interrompidos quando o interfone toca, anunciando que a minha visita chegou. Liguei pra Pocah implorando que ela viesse na minha casa, eu preciso conversar com alguém, eu preciso entender o que ta acontecendo com meu casamento.
Não demora muito e a minha amiga ja ta na sala da minha casa e eu me jogo em seu colo.
Pocah: que saudade de voceee! - ela fala me abraçando - cade minha afilhada? E o tóxico?
Carla: sua afilhada ta com a avó, dona Mara exigiu passar o dia com a neta. E o Arthur ta em São Paulo, tinha uns trabalhos la, mas volta ainda hoje.
Pocah: essa ponte aérea Rio - SP não acaba nunca néDou um sorriso triste
Pocah: o que ta acontecendo com você?
Carla: ai amiga - meus olhos enchem de lágrimas - eu acho que meu casamento ta desmoronando - a primeira lagrima escorre e eu a seco
Pocah: ei, calma ai - ela me abraça - me conta isso direito - ela fala me levando ate o sofá para que possamos sentar.Carla: eu e o Arthur não conseguimos ter uma conversa sequer que não termine em briga. Faz um tempo que ta assim já, algumas semanas pra falar a verdade, toda carícia que a gente troca parece obrigatória, engessada, robotizada - suspiro tentando conter as lágrimas - sabe a nossa conchinha? Nunca mais eu soube o que era. Dormimos na mesma cama, mas cada um pro seu lado. A gente ta se perdendo, Pocah.
Pocah: amiga, mas como assim? O que aconteceu pra chegar a tanto?Carla: tudo começou porque ele acha que ta na hora de apresentar a Maria Clara pro mundo, expor ela, colocar na escola e deixar as pessoas a verem, conhecerem, saberem que é nossa. E eu não quero isso agora, eu sei que em algum momento vai acontecer, mas agora não, ela só tem 2 anos, poxa. O mundo é muito cruel e eu não quero expor minha filha ainda. Nos desentendemos por isso, a discussão se estendeu e chegou um momento em que eu o acusei de não se preocupar com a filha e querer exibi-la como um troféu e ele me acusou de estar agindo como na época que não assumimos, segundo ele, eu não sustento nada que eu faço e não dou a cara a tapa na midia. Depois disso tudo desandou de fato, a gente ta se tolerando amiga e eu não to sabendo reverter.
Pocah: vocês dois quando brigam também usam argumentos muito pesados, eu hein!Carla: eu sei que eu pesei, mas ele também! Eu só to protegendo minha bebê e naquela época eu só queria proteger eu e ele, não deu certo e tudo foi pior, mas minha intenção sempre foi nos proteger da maldade dos outros. E eu sei que fui injusta quando disse o que disse pra ele, ele é um pai maravilhoso, o melhor, minha Maria é muito abençoada por ter ele. Mas, eu não consigo me desculpar, eu to muito magoada e ele não demonstra nenhum arrependimento. Eu ja tentei conversar, mas a gente so briga mais. Eu to tão perdida - desabo no choro e sinto os braços da Pocah ao meu redor.
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Volteeeeei hein 😈E fiquem atentos que vai ter surpresinha por aqui 😝
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Val 🦋