ARTHUR
Eu saí de perto da Carla o mais rápido que pude, não quis render nenhum assunto pois provavelmente eu seria mais grosso do que fui com ela. Eu estava com raiva, e sei que não tenho esse direito, mas saber que ela deu entrevistinhas dizendo o tanto que o namorado babaca dela tava fazendo falta no desfile fez meu sangue ferver.
Eu passei os últimos dias muito confuso. Meu lance com a Márcia não é nada demais, é só curtição, e ela tem sido bem compreensiva com toda a questão. Eu só não consigo pensar nela como algo a mais, porque a Carla ainda ta muito presente em mim.
E pra piorar, a Toya me disse essa semana que a Carla tava chorando e eu fiquei com tanta vontade de saber o que tinha acontecido, de ajuda-la de alguma forma, mas não podia investigar mais desse assunto pois a pessoa com quem eu converso é a Pocah e eu disse a ela que ia seguir minha vida agora, depois que vi a Carla fazendo questão de esfregar o namoro na cara de todo mundo no dia do desfile das escolas de samba, minhas esperanças se esgotaram. E eu preciso me manter firme na minha decisão, se não eu nunca vou conseguir tomar um rumo.
Depois de encontrar a Carla fui embora pra casa, a Márcia quis ir comigo mas eu não deixei, queria ficar sozinho. Preciso me acalmar e entender que eu não tenho mais nada a ver com a Carla.
Quando chego em casa o sono vem fácil, durmo ate perto da hora do almoço e quando acordo me arrumo pois irei almoçar com o Ronan.
Quando ja estamos no shopping esperando nossos pratos ele inicia o assunto que eu mais quero evitar: Carla Diaz
Ronan: ei mano, o que rolou entre você e a Carla ontem?
Arthur: nada, porque?
Ronan: ela dormiu la em casa, vi quando ela chegou, tava chorando e ouvi quando a Pocah perguntou se tinha sido por sua causa e ela confirmou.
Arthur: oxe, não aconteceu nada demais - conto a ele tudo o que rolou
Ronan: e porque você foi tão grosso na hora de ir embora?
Arthur: eu não tenho sangue de barata, irmão. Eu não consigo me controlar quando vejo ela cadelando aquele projeto de namorado dela.
Ronan: o que? Como assim cadelando? A Carla nem namora mais ele
Arthur: O QUE?
Ronan: ela terminou com ele, Arthur. Uns dias depois do primeiro desfile
Arthur: serio? Porque?
Ronan: jura que não sabe?
Arthur: cara... - suspiro pensativo
Ronan: conta direito essa história dela cadelar o namorado
Arthur: me falaram que ela deu uma entrevista dizendo que ele tava fazendo falta la com ela - travo o maxilar ao falar disso
Ronan: quem te falou?
Arthur: a Márcia- sussurro
Ronan: você é um burro, Arthur
Arthur: EEEI, que agressividade é essa?
Ronan: você jura que não entendeu o que aconteceu? - o encaro - a Márcia provavelmente armou pra te pilhar e garantir mais uma briga entre você e a Carla. Você mesmo disse que não sabe porque elas tavam brigando quando as viu juntas, e que a Carla apertava o braço dela, e nós conhecemos a Carla, sabemos que é doidinha mas não faz esse tipo de coisa, só quando alguém tira muito ela do sério
Arthur: e porque a Márcia faria isso?
Ronan: porque ela te quer oh sua mula! Sério Arthur, eu te conheci mais inteligente
Arthur: ai, Ronan, sei não
Ronan: liga pra tal da Márcia ai, vamos tirar essa história a limpo
E assim faço, ligo pra Márcia que me atende no segundo toque, eu vou direto ao ponto e pergunto sobre a entrevista que ela me contou, ela da voltas e no fim confessa que pode ter entendido errado. O Ronan ta certo, ela armou. Uma raiva gigante sobe em mim, eu cai feito um pato nessa armadilha e ainda magoei a Carla.
Quando me despeço, a Márcia pergunta quando vai me ver e eu trato logo de deixar claro que não nos veremos mais, foi fica de carnaval, passou. Ela desliga o telefone enfurecida, mas fazer o que, ela que lide com a expectativa que ela criou, eu nunca disse nada a ela, apesar de querer seguir a vida, nunca disse isso a ninguém além da Pocah. Pra Márcia sempre deixei claro que era só curtição de carnaval.
Quando desligo, o Ronan me encara.
Arthur: fiz besteira - passo as mãos no rosto
Ronan: e das grandes
Arthur: eu preciso pensar no que vou fazer agora.
Conversamos mais um pouco e encerramos o almoço, eu tinha umas pendências de trabalho pra resolver e iria pensar melhor sobre o que fazer e como fazer depois.
O resto do dia passa rápido e quando dou por mim ja estou em casa com tempo livre o suficiente pra pensar na minha situação com a Carla. Decido por fim falar com ela, preciso botar os pingos nos is se não vou enlouquecer. Pra começar, ligo pro Ronan pedindo ajuda.
Arthur: enfim - digo depois de detalhar meu motivos pra falar com a Carla - eu preciso agir
Ronan: precisa mesmo, ja tava na hora. Mas, você não vai conseguir falar com ela ainda.
Arthur: porque?
Ronan: porque a Carla ta no hospital.
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O QUE ELA TA FAZENDO NO HOSPITAL??
Val 🦋
