Capítulo 09

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|Narração Ana Beatriz|

Passei a tarde toda arrumando o meu quarto, aproveitei o tempo livre para fazer uma faxina, e separar algumas roupas para doação, fazia um tempo que eu queria isso.

O tempo passou que eu nem vi, só pude perceber isso quando minha mãe chegou, eu criei coragem e fui até a cozinha conversar com ela.

Sua expressão não era das melhores, ela parecia não estar "boa da cara", com certeza era o cansaço do trabalho, raramente ela chegava feliz em casa depois de um dia exaustivo de trabalho.

— Ana Beatriz, você não viu que foi quebrado um copo aqui? — gritou assim que cheguei na cozinha, eu nem pude cumprimentá-lá.

— Não fui eu mãe... — suspirei.

— Isso não interessa, agora porque não quebrou você não pode limpar? — indagou revirando os olhos, e foi até a área de serviço pegar uma vassoura para juntar os cacos.

— Porque quem quebrou não limpa? — retruquei impaciente.

— Não me enche Ana Beatriz... — praguejou varrendo os cacos de vidro.

Torci os lábios, e espremi os olhos. Como eu contaria para ela que eu estou desempregada sendo que ela está mau humorada? Não sei por onde começar, já sei que virá um sermão.

— Mãe... A Bia foi demitida. Ela contou pra senhora? — minha irmã surgiu na cozinha com sua roupa de líder de torcida.

Trinquei os dentes com raiva da Ana Luiza, ela não tinha nada que abrir o bico para a nossa mãe, eu iria contar, só precisava esperar que ela se acalmasse do mau humor.

— Como é Ana Beatriz? — minha mãe questionou me olhando no mesmo instante, sua expressão ficou ainda pior.

— Mãe... Eles simplesmente me demitiram, estão cortando gastos. — mordi os lábios apreensiva.

— Isso é o que eles dizem quando querem mandar alguém incompetente pra rua, é óbvio que eles não vão chegar em você e falar isso né? — revirou os olhos terminando de juntar os cacos de vidro. — Merda, cortei meu dedo! — praguejou.

— Está tudo bem mãe? — perguntei me aproximando dela.

— Está! Termina de limpar isso aí, vou tomar um banho... Mais tarde conversamos sobre sua demissão, já sabe que vai tem que procurar um emprego não é? — pegou sua bolsa e sumiu pelo corredor da nossa casa.

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