Capítulo 175

141 6 0
                                    

|Narração Ana Beatriz|

Senti alguns beijos por todo o meu rosto, acordar assim com certeza não tem preço, só podia ser um sonho. Já fazia uma semana desde o dia em que fugimos para o Japão, aproveitamos para curtir esse momento juntos, e eu estava adiando o fato de ter que conversar com o pai, ele não sabia que eu estava aqui.

— Acorda princesa... Iriamos até a casa do seu pai hoje, lembra? — Caio murmurou e eu abri os olhos com um pouco de preguiça.

— Lembro... — me sentei na cama lhe dando um selinho. — Mas estou com medo. — admiti sem jeito.

— Medo do que? — indagou me olhando firme.

— Ele não me deu bola nesse tempo, ele nem se quer ligou pra saber como eu estava... Como vou chegar a casa dele assim? E se ele não me quiser lá? — suspirei apavorada.

— Bia... Não se desespere, ele vai te amar. Já pensou que ele possa ter te procurado nesse tempo e por conta do que o Barcelos fez você não soube? — acariciou meu rosto e eu assenti.

— Já pensei nisso. — torci os lábios.

— Então... Vamos nos arrumar e ir até a casa dele, eu estarei do teu lado segurando a sua mão, relaxa... — beijou as minhas mãos e eu sorri aliviada.

Como pode uma pessoa te fazer tão bem assim? Eu deveria ter conhecido esse homem antes do Barcelos, assim eu não teria vivido aquele inferno do lado daquele psicopata. Só de lembrar de alguns momentos eu sinto um arrepio horrível, não sei em que momento isso aconteceu, mas meu amor por ele simplesmente evaporou.

Levantei da cama, tomei um banho e acompanhei o Caio em um belo café da manhã que o hotel servia, não podíamos gastar muito, pois não tínhamos tanto dinheiro assim.

Já marquei uma consulta com um médico daqui para essa semana, quero ver o meu bebezinho o quanto antes, quero ouvir o seu coraçãozinho e tê-lo em meus braços. Só de pensar que o Barcelos queria que eu o tirasse meu coração dói, como pode alguém querer o mal de um ser humano indefeso dessa forma? Eu jamais vou entender como ele se transformou naquele monstro que eu deixei para trás.

(...)

Respirei fundo tocando a companhia da casa do meu pai, desde que ele se divorciou da minha mãe e veio embora pra cá ele mora aqui. Eu soube que ele construiu outra família, tanto que eram raras as vezes que ele falava comigo com a minha irmã.

Caio segurava a minha mão firmemente, eu me sentia segura com ele do meu lado, não posso negar se não fosse por ele eu com certeza não estaria aqui na porta da casa dele. Alguns segundos depois a porta se abriu, uma mulher dos cabelos vermelhos enrolados abriu a porta, ela era Japonesa e tinhas os olhos azuis como o céu, pela sua aparência eu chutava que ela fosse à mulher do meu pai.

— Bom dia, posso ajudá-los? — indagou nos olhando com um sorriso discreto.

— Bom dia, eu sou Ana Beatriz Yang, filha do Katsuo, ele está? — perguntei e um nó se formou na minha garganta, o medo de ser rejeitada estava grande.

— Ah... Meu deus, ele me falou muito de você, entre, por favor. — disse cautelosa dando espaço para que entrássemos.

— Falou? — perguntei surpresa.

— Sim, ele tentou te ligar assim que viu tua mensagem, mas teu celular dava somente desligado, e meses depois dizia que não existia mais, ele ficou preocupado.

Andamos até a sala de estar e ela disse para ficarmos a vontade, olhei para o Caio meio apreensiva, a reação dela foi boa comparado ao o que eu esperava da minha madrasta.

— Eu tive alguns problemas com o meu número antigo... — suspirei.

— De qualquer forma, ele vai ficar muito feliz em saber que você está aqui. — sorriu.

Minutos depois ela voltou com café e biscoitos, ela estava nos tratando tão bem que chegava a ser estranho, eu não estava esperando isso, não mesmo.

— Você quer que eu o avise que você está aqui? — perguntou servindo o café nas xícaras.

— Eu acho que é melhor... Não quero sofrer uma possível rejeição caso ele não saiba que eu não estou aqui.

— Ele jamais faria isso... — sorriu cautelosa. — Ele está no trabalho e só chegará para o almoço, mas enquanto isso podemos nos conhecer um pouco mais.

Assenti sorrindo, até que não era uma má ideia, ela era uma boa pessoa, tanto que me acolheu em sua casa sem pensar duas vezes.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora