Capítulo 140

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|Narração Ana Beatriz|

Nem preciso dizer que meu coração errou as batidas ao ouvir isso, quando o Barcelos falava assim pode saber que o negocio é serio, se tem uma pessoa que não gosta de bagunçar a sua agenda, esse alguém é ele, são raras as vezes que ele muda seus planos.

— Sobre o que? — perguntei engolindo em seco.

— Você esta tão pálida, cheia de olheiras... Podia usar uma maquiagem não é? — fez uma careta, deixando um beijo na minha testa e logo em seguida se afastou.

— Você me proibiu de usar maquiagem... Lembra? — suspirei.

— É... Lembro! — coçou a cabeça sem jeito. — Mas agora estou autorizando, pode usar. — sorriu de canto.

— Vamos conversar depois do almoço? — mudei de assunto.

— Sim... — disse simplesmente caminhando em direção ao quintal de trás, quando estava quente e aconchegante, ele pedia que Valéria servisse o almoço em uma mesa que havia lá, confesso que era muito sofisticado, eu não estava acostumada.

O almoço era risoto de camarão, eu nunca cheguei a comer, então era uma grande novidade para mim.

— Bom apetite. — Valeria disse após terminar de servir.

— Que cara é essa? — Barcelos indagou me olhando.

— O que? — perguntei sem entender.

— Está olhando como se nunca tivesse visto um camarão na vida. — chacoalhou a cabeça em negação.

— Nunca comi camarão. — fui sincera e ele me olhou boquiaberto.

— Você vai amar, prova! — apontou para o meu prato.

— Ok... — soltei um longo suspiro.

Tentei parecer convincente na minha expressão ao provar o camarão, mas confesso que eu não gostei nenhum pouco, comi toda a comida do meu prato com muito custo para agradar o Barcelos, eu não queria irrita-lo por conta de um camarão, não mesmo.

— Você comeu tão pouco, está de dieta? — me olhou divertido.

— Pois é... Estou tentando! — sorri sem dentes, enquanto eu o esperava terminar de comer.

— Então sem sobremesa para você hoje! — disse firme e eu assenti, logo hoje que a Valeria fez pudim, e eu amava.

— Que pena, hoje eu fiz um pudim de dar água na boca. — disse ela surgindo com o pudim em uma travessa.

Soltei um longo suspiro, me levantei e pedi licença para ir ao banheiro, eu não estava me sentindo bem, senti como se meu estômago estivesse embrulhado com aquele risoto de camarão.

Andei em passos curtos até o meu quarto, eu ainda estava um pouco tonta, e mesmo depois de ter tentado colocar a comida para fora, eu não consegui. Acho que é quase impossível uma comida fazer mal em poucos minutos, mas que tinha algo estava errado comigo, isso sim.

Entrei no meu quarto e dei de cara com o Barcelos sentado na minha cama, agora entendo porque ele queria que eu tivesse um quarto só para mim, tem dias que tudo que eu quero é ficar longe dele.

— Está tudo bem com você? — indagou ele se levantando.

— Está sim, só a minha garganta que secou do nada. — tossi me sentando do seu lado na cama.

— Podemos conversar? — perguntou e eu assenti.

— Sim, estou bem aflita com essa possível conversa. — torci os lábios, depositando as minhas mãos em cima da coxa.

— Não precisa ficar baby, vai ser bem tranquila. — fez uma pausa. — Como você sabe mês que vem será o nosso ultimo mês juntos, mas eu não quero que isso aconteça.

— Como assim? — arqueei uma sobrancelha.

— Eu quero me casar com você, quero que tenhamos uma relação de verdade, sem contrato, sem nada disso tudo, quero que você tenha o meu sobrenome. — minha boca ficou entreaberta com o seu relato.

— Não... Isso não vai acontecer! — me levantei de imediato.

— Por quê? — perguntou confuso.

— Como se você não soubesse o motivo. — suspirei revirando os olhos.

— Eu realmente não sei... — se levantou se aproximando de mim.

— Você me deixa trancada dentro de casa todos os dias, eu não posso respirar um pouco de ar puro, não terminei a minha faculdade, não trabalho, e não tenho amigos, isso está me fazendo muito mal! — falei com a voz embargada.

— Ei, calma baby... — tentou acariciar o meu rosto, mas eu me esquivei.

— Calma nada, eu estou farta Barcelos... Sem contar que você me agrediu e isso foi o cumulo para mim, eu só não fui embora ainda porque não tenho como arcar com a multa contratual, caso contrário eu estaria vivendo bem longe de você! — cuspi as palavras em sua cara, nesse momento as lagrimas já tomavam conta de mim. Um dos motivos de eu ainda estar aqui era esse, já o outro era porque eu tinha esperanças que o meu amor o mudasse.


— Você está chateada eu sei, mas eu já te pedi desculpa pela bofetada... Eu realmente perdi o controle sobre mim, quando eu imagino outro homem te tocando isso acontece! — passou as mãos pelo cabelo nervoso.

— Toda vez que você sentir ciúmes de mim, você vai me bater? Isso é ridículo, eu não quero casar com alguém que vai me tratar assim. — suspirei.

— Olha... — se aproximou de mim novamente. — Vamos viajar para Paris, podemos ficar alguns dias juntos e você pensa bem a respeito disso, eu quero ser alguém melhor por você Bia. — pegou em minhas mãos e dessa vez eu recuei.

— E porque você decidiu casar agora? — perguntei olhando firme em seus olhos.

— Porque eu não quero te ter apenas por seis meses, eu te quero pra vida toda! — disse firme olhando em meus olhos, ele parecia sincero, pois não desviou o seu olhar do meu.

— Eu não consigo confiar em você depois de tudo o que aconteceu... Eu sinceramente preciso de um tempo, até os seis meses completarem. — me afastei dele sentando na cama.

— Você me dará uma resposta sincera quando completar os seis meses? — franziu o nariz me encarando.

— Sim... — respondi simplesmente.

— Mas e a viagem para Paris, você aceita? Eu preciso de alguns dias de descanso, o trabalho está me sobrecarregando demais. — passou a mais pela barba.

— Te respondo à noite, pode ser? — torci os lábios brincando com os dedos.

— Claro. — respondeu cauteloso. — Eu espero que você pense bem a respeito sobre tudo Bia, eu não te quero mais como meu brinquedo sexual, te quero como a minha mulher, para viver comigo até o meu último suspiro. — pegou em minhas mãos e beijou as mesmas dando um sorriso de canto.

— Nunca te vi falar assim, até me surpreende. — fui sincera nas minhas palavras.

Eu estava confusa, jamais esperei ser pedida em casamento pelo Barcelos dessa forma, ele vinha me tratando tão friamente nos últimos meses que eu estava torcendo para que os seis meses passassem voando, e agora tudo ficou confuso.

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