Capítulo 117

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|Narração Ana Beatriz|

Acordei cedo, me arrumei e fingi estar saindo para trabalhar, eu estava com uma leve dor de cabeça, sinal de uma noite mal dormida.

Passei a noite toda acordada pensando no Luan, eu simplesmente não consigo tirar esse homem na minha cabeça, eu não estava errado e mesmo assim queria agradá-lo e pedir desculpas por algo que eu nem fiz.

Fiz um chá para beber antes de sair para o meu emprego de mentira, eu só não sei onde que eu iria, minha mãe tinha que acreditar que eu realmente estava trabalhando.

— Bom dia. — minha irmã disse surgindo na cozinha.

— Bom dia. — respondi bebericando o meu chá.

— Eu sei que a viagem não era da faculdade. — disse cinicamente.

— O quê? — ergui o meu olhar para observá-la.

— Eu vi suas roupas novas de marca, seu celular novo, e aquele monte de calçados. Quem está te bancando? Porque o que você recebeu do teu antigo emprego não era tanto assim pra você renovar o teu guarda-roupa. — sorriu de canto.

Engoli em seco sem saber o que dizer, qualquer coisa que eu falasse para ela iria ser em vão, Ana Luiz já tinha sacado que tinha algo rolando.

— O seu silêncio diz tudo... A mamãe vai querer saber quem te deu aquelas coisas, e você sabe disso. — arrebitou o nariz colocando a mochila nas suas coisas.

— Porque você faz isso? O teu prazer é me encher o saco não é? — praguejei respirando fundo, eu não suportava mais viver nessa casa.

— Seja lá o que você fez, ou está fazendo, vai tem que explicar para a mamãe... Eu vou contar tudo pra ela mais tarde, só não conto agora porque não quero estragar o dia dela. — se virou pra mim.

Não falei nada mais, eu tinha que inventar uma boa desculpa, ela jamais acreditaria no que eu dissesse, são roupas de grifes e um celular, eu não tenho a mínima condições de comprar nem a metade disso com o salário que eu ganhava.

Perdi até a vontade de tomar meu chá, peguei a minha bolsa e sai de casa sem rumo, eu até tentei conversar com Fernanda, mas ela nem se quer me respondeu, eu queria que ela acreditasse em mim, e que eu jamais ficaria com o Raul, nem nos meus piores momentos.

Mandei uma mensagem para o Luan pedindo um lugar para ficar, e ele disse que eu poderia ir para a sua casa e ficar lá até o meio dia, ele almoçava em casa e então conversaríamos.

No portão da sua casa o homem teve que ligar pra ele saber se eu tinha permissão para entrar, Luan confirmou e por fim eu entrei, só não sabia o que eu faria naquela gigantesca mansão.

— Bom dia... — falei alto e minha voz fez um tremendo eco pela casa.

Esperei que alguém me recebesse, mas não obtive respostas, me sentei no sofá e fiquei esperando alguém aparecer, eu estava com medo de me perder nessa casa.

— Bom dia, quem é você? — uma voz feminina soou atrás de mim, me virei rapidamente e era a Governanta do Luan. — Ah... Você. — soltou um longo suspiro.

— Oi, eu sou a Bia... Muito prazer! — me levantei esticando a mão em sua direção.

— Eu sei quem é você, mas o Barcelos não está em casa... — apontou para a porta.

— Sim, eu não estou aqui por causa dele... Na verdade sim, mas eu sei que ele não está aqui. — falei um pouco atrapalhada e ela cerrou os seus olhos em minha direção.

— De todas as garotas que ele trouxe pra cá, você é a primeira que fica de sorrisinhos por aí como se estivesse feliz em estar se vendendo por dinheiro. — arqueou uma sobrancelha séria.

— Eu só preciso ficar aqui o dia todo... Não vou atrapalhar. — engoli em seco.

— Se o Barcelos permitiu isso, quem sou eu para contrariar? — respirou fundo me dando as costas.

Valeria pareceu não gostar de mim, e olha que eu não fiz nada pra ela, até que fui educada, mas ela não parece uma pessoa de sorrisos, que ironia, ela convive com o Barcelos por anos.

Me sentei novamente e analisei todo o ambiente, havia muito luxo por todos os lados, eu nem consigo imaginar o quão rico o Barcelos possa ser, ele simplesmente deixa isso bem claro em cada canto da sua mansão.

Meu estômago roncou e eu lembrei que estava sem comer, então decidi ir até a cozinha achar algo para me alimentar, sei que parecia um pouco abusivo, mas a mensagem do Luan foi bem clara "pode ficar à vontade", eu não queria pedir para a Valeria, então eu mesma fui pra cozinha.

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