Capítulo 191

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|Narração Ana Beatriz|

Passei a tarde toda na casa do Smith com o Barcelos, assistimos a uns filmes enquanto comíamos o brigadeiro que eu havia feito para ele. E de novo ele tocou no assunto de conhecer a Cecilia, eu estava enrolando, não sei se seria saudável para ela saber que tem outro pai.

Assim que entrei no nosso apartamento, Caio estava sentado no tapete da sala com a Cecilia, os dois montavam uma casinha de bonecas, nunca me dei conta de que ele era um pai babão até ver essa cena, Cecilia realmente não poderia ter tido um pai melhor que ele.

— Mamãe! — disse ela empolgada ao perceber a minha presença.

— Oi princesa. — sorri me aproximando deles.

— Oi vida. — Caio disse se levantando, e logo em seguida me deu um beijo rápido.

— Oi amor, estou exausta, vou tomar um banho e venho preparar o jantar. — sorri de canto.

— Não precisa, o papai pediu pizza. — Cecilia disse empolgada e eu cerrei meus olhos em direção ao Caio, ele sabe que pizza não é saudável, mas com o cansaço que eu estava hoje, eu agradeci muito por ele ter feito isso.

— Foi mal amor, mas estávamos morrendo de vontade de uma pizza não é Ceci? — pegou a pequena no colo a enchendo de beijos.

— É mamãe, não briga com o papai. — agarrou o pescoço dele, e eu soltei um riso frouxo com a cena.

— Não vou princesa. — dei um beijo nela e fui ate o quarto tomar um banho.

Depois de um banho quente, vesti uma roupa confortável, eu estava cansada demais, tudo que eu queria no momento era deitar na minha cama e ali ficar até pegar no sono, mas eu tinha que dar um pouco de atenção para o meu marido e minha filha também.

— Foi puxado com o Barcelos? — Caio perguntou surgindo no quarto e eu dei um pulo com o susto que eu tomei.

— Credo Caio, porque entrar assim no quarto? — depositei as mãos no peito, espremendo os olhos.

— Desculpa, não queria te assustar. — cruzou os braços me encarando.

— Não é fácil cuidar de um homem com mais de quarenta anos em uma cadeira de rodas, se torna cansativo às vezes. — dei de ombros penteando os meus cabelos que estavam úmidos.

— Talvez você devesse dar uma maneirada, ir apenas alguns dias, e não todos os dias. — disse obvio e eu olhei para ele no mesmo instante.

— Achei que você não se incomodasse com isso. — falei sem entende a sua reação.

— Alguns dias não me incomodam, agora todo o dia fica chato não acha? Você deixa sua filha com terceiros para ir cuidar de outro homem... Você sempre chega cansada e nem dá atenção para sua família Ana Beatriz. — soltou um longo suspiro. — Sem contar que você esta grávida não é? — completou a frase e eu espremi os olhos.

— Eu nem queria esse filho agora, e você tinha concordado com a ideia de eu ficar ao lado do Barcelos até ele partir... — falei firme e seus olhos marejaram.

— O que você disse? Você não quer um filho meu? — sua voz embargou no momento.

— Não é isso Caio... Eu não queria um filho agora, já tínhamos conversado. — suspirei soltando as mãos ao lado do corpo.

— Mas porque Ana Beatriz? Eu não entendo!!! — suspirou passando a mão freneticamente pelos cabelos.

— Eu não estou em um momento bom comigo mesma, você sabe disso... Eu passei por tanta coisa que ainda não consegui me recuperar. — meus olhos marejaram.

— Eu não sei mais o que fazer para te convencer de que eu amo você, e que só quero te fazer feliz... — se aproximou de mim e segurou meu rosto entre as suas mãos. — Eu estou aqui Bia, eu vou te ajudar como te ajudei quando você estava grávida da Ceci, você não precisa ter medo de nada minha vida. — murmurou beijando o topo da minha cabeça.

— Eu sei Caio... Me desculpe por ter dito isso, só estou balançada com tudo o que aconteceu nesses últimos dias. — me envolvi em seus braços fechando os olhos.

Eu estava descuidando da minha família e do meu amor, eu sentia a necessidade de ficar ao lado do Barcelos nesse momento, mas eu tinha que cuidar da minha família também, sem contar que mais um bebê está a caminho, agora mais do que nunca eu tenho que me cuidar.

— Não estou te proibindo de ver o Barcelos e cuidar dele, não quero ser o tipo de marido que sufoca a esposa, eu só quero ter você para mim também, no fim de um dia cansativo tudo o que eu mais quero é chegar em casa e receber um beijo e um abraço seu.

— Tudo bem amor... Eu vou maneirar nas idas até a casa dele, eu juro. — encostei sua testa na minha. — Eu só não quero te ver assim, triste comigo.

— Não estou triste, eu só não consigo te ver como antes, parece que nem somos casados mais. — fez bico e eu sorri mordendo os seus lábios.

— Que dengoso... — peguei suas mãos e depositei em minha barriga. — Temos que marcar a consulta para ver o nosso príncipe.

— Você está convencida mesmo que é um menino não é? — soltou um riso frouxo acariciando minha barriga.

— É o nosso Benício, eu sinto. — afirmei sorrindo.

— Eu amo você! — murmurou se aproximando para me dar um beijo.

— Eu que amo você! — sussurrei e demos início a um beijo.

Ouvimos a campainha e a nossa pizza havia chegado. Jantamos por fim e depois de um tempo aproveitando a minha família, coloquei a Ceci dormir.

Deixei apenas a luz do abajur acesa e quando entrei no quarto, Caio estava deitado na cama apenas de cueca vendo um filme.

— Deita aqui vida... — bateu no seu lado da cama.

— Quero conversar com a você a respeito de algo. — torci os lábios me sentando.

— Tenho até medo quando você me diz isso. — brincou rindo.

— O Barcelos... Ele quer conhecer a Cecília! — falei sem delongas e ele soltou um longo suspiro.

— Você quer que ele a conheça? — arqueou uma sobrancelha me olhando.

— Não sei... O que eu vou dizer para ela? — dobrei as pernas.

— Que ele é o pai dela, seja sincera... Lembra do que aconteceu com você? — disse firme e eu assenti, eu realmente não queria que ela passasse pelo mesmo que eu.

— Então você apoia a ideia de eu contar para ela sobre o Barcelos? — ergui o meu olhar.

— Sim, não vejo problemas... Ele parece ter mudado mesmo, sem contar que não sabemos quanto tempo de vida ele tem. — disse cabisbaixo, eu não fui a única a ficar mexida com o fato de que o Luan está doente.

— Ok... Então eu vou deixar ele conhecê-la.

— Isso Bia, você está fazendo o certo. — me puxou para o seus braços e beijou o meu rosto.

Assisti um pedaço do filme até pegar no sono, eu estava realmente muito exausta, e o cafuné do meu amor não ajudou a me manter acordada.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora