Capítulo 114

164 4 0
                                    

|Narração Ana Beatriz|

Não sei como, mas fiz amizade com algumas mulheres e começamos a dançar animadamente, o Barcelos me encarava de longe com aquela postura de homem sério.

Quem visse acreditaria que ele era daquele jeito mesmo, mas só depois de conhecer as muitas personalidades deles eu consegui entender que ele não é só um.

— Você está fazendo isso para me provocar não é? — Fernanda me virou com tudo segurando meu braço com força.

— O que eu estou fazendo? — perguntei sem entender.

— Fica dançando na minha frente para provocar o Raul... Ele me contou tudo, você que deu em cima dele e tentou beija-lo. Como você é baixa! — gritou na frente de todos e comecei a rir.

Eu já estava muito alcoolizada, então não estava me responsabilizando pelas palavras que iriam sair da minha boca naquele instante.

— Baixa é você que troca uma amizade de anos por causa de um homem que só quer comer você! — retruquei ela impaciente.

Fernanda não pensou duas vezes e deu uma bofetada com força sobre o meu rosto, isso fez com que eu fosse um pouco para trás.

As pessoas ao nosso redor olhavam sem entender nada, quando me preparei para ir pra cima dela, Luan segurou meu corpo me puxando.

— O que está acontecendo aqui Ana Beatriz? — murmurou.

— Conta para ele Ana Beatriz, conta que você estava dando em cima do rival dele, ele vai adorar saber disso... Ou talvez nem ligue não é, ele também só quer te comer. — deu de ombros com desdém.

— O quê? — Barcelos indagou confuso, as pessoas cochichavam e sei que estaríamos na boca de todo mundo no dia seguinte, afinal, todo mundo se conhecia aqui.

— A sua garota tentou me beijar, nem para isso você presta hein Barcelos... Não consegue nem segurar uma mulher com você, sempre vai perder pra mim. — foi a vez de Raul dizer, ele tinha um sorriso sarcástico nos lábios.

Agora eu estou entendendo tudo, ele se aproveitou da paixão que a Fernanda sente por ele para atingir o Luan, ele sabia que eu contaria para ela, a mesma não acreditaria em mim e que contaria tudo para o Barcelos.

— Vamos embora! — disse Barcelos sem me deixar dizer algo, ele estava bufando de raiva, e eu nunca tinha visto essa expressão em seu olhar.

Eu estava um pouco atrapalhada com o salto, mas ele nem se importou comigo, apenas me arrastou para fora do salão de festas.

— Fui burro por achar que poderia te trazer para esse mundo, você não sabe se comportar como uma dama de verdade... — praguejou me soltando quando já estávamos pra fora do salão.

— A culpa é sua... Você provocou tudo isso quando colocou outro homem pra dormir comigo, você é idiota ou o quê? — retruquei e ele começou a rir nervoso.

— Eu só queria saber que tipo de mulher você é... Agora eu sei! — sorriu sarcástico, e logo em seguida me deu as costas.

— Onde você está indo? — perguntei seguindo ele, tirei o meus sapatos, pois eles já estavam machucando o meu pé.

— Eu vou para o meu quarto, você eu não sei. — deu de ombros.

— Eu não tenho pra onde ir, para de ser marrento.

— Se vira porra, não quero olhar pra tua cara hoje, eu já passei muita vergonha por um dia... Será que você não entendeu que eu tenho uma reputação a zelar? Todas aquelas pessoas que estão lá dentro devem estar rindo porque eu arrumei uma piada para estar ao meu lado. — disse alterado, ele nem imagina como me doeu ao ouvir aquilo.

Fiquei imóvel vendo ele se afastar de mim, como eu estava alcoolizada, eu não tinha noção do que eu estava fazendo, eu não raciocinava e nem se quer pensava direito.

Com um pouco de dificuldade eu caminhei em direção ao quarto onde estávamos. Tentei abrir a porta mas ela estava trancada, dava pra ver o barulho do Luan dentro do quarto, então comecei a bater a na porta.

— Luan, abre a porta... Deixa eu entrar! — implorei apoiando meu corpo na porta, eu não aguentava mais, o álcool realmente me pegou.

Não obtive nenhuma reposta, voltei a bater, eu o incomodaria até que ele abrisse a porta.

Onde eu iria dormir? Esse era o meu quarto também.

— Vai embora Ana Beatriz, acha um lugar para dormir! — gritou de dentro do quarto.

— Não, eu quero dormir aí com você... Está frio aqui fora, abre por favor. — espremi os olhos.

Sentei em frente à porta e fiquei batendo inúmeras vezes, minha mão estava doendo do tanto que eu bati, até que eu não tive mais forças e então apoiei meu corpo ali.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora