Sugar Baby

Capítulo 163

|Narração Ana Beatriz|
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Logo após o jantar combinamos de assistir um filme, na metade do filme Barcelos disse que estava com sono e que iriamos deitar. Sim, ele falou por mim, mas eu já sabia que não era sono coisa alguma, ele queria mesmo era conversar sobre o que tinha acontecido no quarto do Smith.

Deixamos Smith e Fernanda assistindo o filme e fomos para o quarto. Barcelos escovou os dentes, tirou a sua roupa e deitou na cama tranquilamente, com se nada tivesse acontecido.

Preparei-me para deitar, quando sentei na cama ele me olhou de relance soltando um longo suspiro.

— Você não quer que eu comece o assunto não é? — me olhou firme.

— O que você quer que eu diga Luan? Eu já falei que estávamos conversando.

— Não foi isso que ele me disse! — retrucou sentando na cama.

— Tá legal... Vou te contar o que aconteceu de verdade. — mordi os lábios apreensiva, como contar para o seu marido que o melhor amigo dele é apaixonado por ele?

— Estou esperando. — foi bastante cínico.

— Eu fui até lá com o proposito de conversar com ele e entender o porquê dele não gostar de mim, não sei se você conseguiu perceber, mas ele não gosta de mim. — fiz uma pausa, e ele assentiu me olhando atentamente. — Pois bem, ele estava tomando banho e eu estava o esperando, foi quando um conversa no seu Facebook me chamou atenção, ele conversava com outro homem de forma amorosa. Fiquei perplexa e a curiosidade falou mais alto, rolei a conversa quando vi que eles estavam falando de você, o homem perguntou se era com o cara por quem ele era apaixonado que ele viajaria, ele disse que sim, foi quando ele saiu do banheiro e me viu lendo a conversa... Por isso ele mentiu, ele não queria que eu te contasse.

— Deixa ver se eu entendi direito, o Smith é apaixonado por mim, é isso? — indagou com o riso preso na garganta.

Eu assenti, ele se levantou e começou a rir, ele ria muito mesmo, quem visse acharia que ele tinha acabado de ouvir uma piada, mas não era uma piada, era coisa séria.

— Está rindo do que Barcelos? — perguntei sem entender.

— Isso é impossível Ana Beatriz!

— Pergunta para ele então, chama ele agora aqui e pergunta, quero ver ele negar na tua frente. — apontei para a porta e ele ficou sério no mesmo instante. 

— O meu melhor amigo apaixonado por mim, isso só pode ser piada. — negou com a cabeça fitando o teto.

— Mas não é, agora eu entendo porque ele nunca gostou de mim, ele tinha ciúmes de nós dois... Ele guardou isso por anos Barcelos.

— Chega Ana Beatriz, você já está me deixando irritado com isso. — disse alterado.

— Vai querer descontar em mim agora? Que culpa eu tenho se ele te ama? — dei de ombros.

Nesse instante o Barcelos que sempre me agride surgiu, ele veio em minha direção e quando foi para me bater eu gritei, não posso mais deixar isso acontecer.

— EU ESTOU GRÁVIDA!!! — gritei o impedindo que me batesse.

Barcelos paralisou no mesmo instante e me encarou sem entender nada, não era bem dessa forma que eu queria contar para ele sobre o bebê, mas eu não o deixaria mais me bater, não mesmo.

— Como é? — perguntou com a voz falha.

Engoli em seco me encolhendo, ele por sua vez se afastou de mim ficando de costas, o que eu agradeci muito.

— Isso mesmo Barcelos, vamos ter um bebê. — murmurei cautelosa.

— Não... Não vamos! — negou no mesmo instante como se eu tivesse falado a coisa mais absurda do mundo, eu não poderia esperar outra reação vindo dele.

— O que quer dizer com isso? — minha voz embargou ao ouvir isso, estávamos recuados um do outro nesse instante.

— Você vai tirar esse bebê. — disse firme como se isso não fosse um absurdo.

— Jamais vou fazer isso! — o retruquei incrédula, eu esperava tudo dele, tudo mesmo, menos isso.

— Não me testa Ana Beatriz, eu não pedi filho algum pra você porra. — disse alterado passando as mãos pela barba freneticamente.

— E você acha que eu quis engravidar de você? Foi por um descuido meu, eu jamais iria querer um filho seu, jamais... — eu sei que foi muito forte o que eu disse, mas não era nada além da verdade, eu aprendi a conviver com esse monstro.

O amor conforme os dias foi se tornado frio é rotineiro, pra falar a verdade eu nem sei se ainda é amor, aconteceram tantas coisas que fizeram com que os meus sentimentos por ele sumissem em um passe de mágica, e isso foi a gota d'água.

— Então aborta! — falou firme saindo do quarto.

O que ele estava me pedindo era impossível, eu jamais mataria a vida que estava dentro de mim, era um pedacinho de mim e do pouco amor que nos sobrou, ou pelo menos eu achei que tinha sobrado, dói muito saber que não tenho o Barcelos do meu lado nesse momento.