Sugar Baby

Capítulo 116

|Narração Ana Beatriz|
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Tinha absolutamente tudo pra ser o melhor final de semana da minha vida, mas acabou sendo um dos piores pra mim.

A festa de bodas de cristal foi no domingo pela tarde, foi muito linda, e confesso que acabei derrubando algumas lágrimas ao ver como o casal se amava.

O dia todo o Luan mal conversou comigo, eu parecia um peso pra ele, onde ele ia, eu estava atrás, sem contar como ele fazia questão de me excluir de todas as conversas.

Quando vi Fernanda, engoli em seco e pensei que o que aconteceu ontem pudesse ser resolvido, mas ela virou a cara pra mim e se afastou com o Raul para bem longe de onde estávamos.

— Vamos? — Luan me olhou enquanto andávamos em direção ao nosso quarto.

— Mas já? Achei que iríamos para a festa. — murmurei enquanto andava com dificuldade por conta do sapato de salto que eu usava.

— Não, vamos voltar para São Paulo hoje mesmo, amanhã eu trabalho cedo, esqueceu? — disse firme e eu assenti.

Voltamos para o quarto, arrumamos as malas e o nosso final de semana tinha chegado ao fim.

Peguei meu celular e havia uma ligação do Caio, soltei um longo suspiro e decidi não responder, eu sei que jamais iríamos nos encontrar de novo.
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(...)
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Não pensei que Luan pudesse ser tão cruel comigo, eu deveria estar brava com ele, mas estava sendo totalmente ao contrário, eu não queria perdê-lo, por isso evitei brigar no caminho pra casa, na realidade nem conversamos.

Ele estacionou em frente à minha casa e eu não estava preparada para dizer um "adeus", afinal, do jeito que as coisas estão eu tenho quase certeza que ele jamais vai querer continuar comigo, eu perdi o meu Sugar Daddy.

— Amanhã eu passo te pegar na faculdade, pode ser? — perguntou após desligar o carro.

— Pra quê? — arqueei uma sobrancelha sem entender.

— Como assim pra quê? Para transar... Esse final de semana nem conseguimos aproveitar direito. — alisou a barba sem ao menos me olhar.

— Achei que não quisesse mais saber de mim... — torci os lábios sem jeito.

— Porque eu não iria querer? — me olhou dessa vez.

— Por conta de tudo que aconteceu, nem conversamos a respeito. — soltei as mãos sobre as minhas coxas.

— E nem vamos... Aquilo morreu no final de semana. — disse simplesmente.

— Ok... Eu continuo sendo a sua Sugar Baby. — mordi o canto da boca.

— Exato... Quer ajuda com a mala? — perguntou e eu neguei.

— Até amanhã então. — me aproximei dele para lhe dar um beijo de despedi mas ele negou com a cabeça desviando seu rosto.

— Até... E sem beijos de despedida, isso acaba aqui, vamos ter algumas mudanças. — disse autoritário.

Confirmei com a cabeça e por fim desci do carro meio sem entender nada, ele estava muito estranho, era como se aquele Luan que eu tivesse conhecido fosse uma mentira, e esse era o Luan de verdade, ou melhor, esse era o Barcelos.

Caminhei até a minha casa arrastando a mala, quando olhei para trás seu carro já não estava mais li, abaixei o meu olhar e continuei a andar.

Quando abri a porta da minha casa tive certeza que a minha vida agora seria um inferno, minha mãe me encheria de perguntas, e minha irmã iria perceber que eu estava mentindo.

A cena que eu tive quando entrei na casa foi das duas na sala assistindo, com pipoca ao lado e sorriso nos lábios, ali, naquele instante eu tive certeza de que a minha mãe amava sim a minha irmã mais o que me amava.

Para ser sincera eu nem sei se ela me ama, ou se amou um dia, desde que me lembro ela me tratava assim, como se eu fosse um peso em sua vida, e sinceramente eu sofro demais com isso.

— Boa noite. — murmurei atraindo a atenção das duas.

— Boa noite querida, como foi a viagem? — minha mãe perguntou empolgada, eu não a vejo assim já faz um tempo.

— Foi boa... — dei de ombros.

— Não parece que foi, você está tão desanimada. — minha irmã disse me encarando, ela sempre tenta cutucar a minha ferida.

— Só estou cansada, vou tomar um banho e descansar. — suspirei.

— Quando você começa no novo emprego? — minha mãe perguntou me lembrando da mentira que eu contei, para ela eu estava trabalhando.

— Ham... Amanhã! — menti mais uma vez.

Menti achando que o meu final de semana seria perfeito, mal sabe ela que na manhã de hoje eu vomitei tanto até o meu estômago doer, e que eu dormi alcoolizada sentada na porta de um quarto.