Capítulo 130

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|Narração Ana Beatriz|

Eu não entendia bulhufas daquelas coisas que estavam escritas no contrato, mas o pouco que eu sabia consegui perceber que eu estava praticamente me submetendo a um tipo de submissão, como antigamente.

Você vivia para servir o seu marido, cozinhava, lavava, e passava, enquanto ele saia trabalhar.

Eu não iria fazer essas coisas, mas era quase idêntico a isso. Vamos por partes.

Cláusula um: viverei por seis meses ao lado do Luan, sem poder abrir a minha boca para ninguém sobre o que eu estou fazendo com ele de verdade, para as pessoas eu e ele temos um relacionamento perfeito.

Cláusula dois: não posso me envolver com nenhum outro homem além dele, caso isso aconteça, eu terei que pagar uma multa altíssima, que eu teria que vender meu rim obviamente no mercado negro para arcar com isso.

Cláusula três: terei que tomar anticoncepcional todos os dias, sem esquecer um dia se quer, ir no ginecologista todos os meses para fazer exames, e me cuidar higienicamente, como por exemplo a depilação, eu terei uma depiladora exclusiva para mim.

Cláusula quatro: vou tem que estar à disposição do Luan a todo o momento, se ele me pedir pra trepar as cinco horas da manhã, eu terei que estar a sua disposição.

Cláusula seis: vou morar com ele nesses seis meses, porém não dormiremos no mesmo quarto, eu terei o meu espaço, e sinto que vou precisar disso, não deve ser atoa que essa cláusula foi colocada no contrato.

Cláusula sete: não posso trabalhar, estudar, e nem fazer nada a não ser ficar em casa o dia todo, vou fazer o que muitas pessoas desejam, ter dinheiro sem fazer absolutamente nada.

Enfim, são infinitas cláusulas, se eu fosse falar todas aqui eu ficaria uma eternidade, teve algumas que eu não entendi nada, mas o pouco que entendi foi que eu não terei vida, vou viver pelo Barcelos.

É aquele negócio: ser dependente de alguém, o que não deve ser bom.

— Eu tenho a opção de não aceitar isso, não é? — olhei para o Luan com a voz embargada, eu fantasiei uma linda história para gente, quando na verdade ele não queria nada além de sexo.

— Claro... Enquanto você não assinar eu não mando em você, mas depois que tiver sua assinatura ali, eu vou comandar a sua vida pelos próximos seis meses. — disse cauteloso.

Como ele era capaz de fazer isso com alguém? Bem que o seu amigo disse, ele é frio e calculista, ele não tem sentimentos, ele age de uma forma que eu fico indignada. 

Como consegue?

— Eu não vou assinar! — larguei a caneta na mesa cruzando os braços.

— Porque não? — se apoiou na mesa com o peitoral completamente exposto, eu não conseguia me concentrar com ele em minha frente, era muita tentação.

— Porque eu não quero viver assim... Eu quero pelo menos trabalhar e estudar, vou me sentir uma inútil aqui. — suspirei abaixando o meu olhar.

— Ana Beatriz, você vai trabalhar comigo no escritório como a minha secretária, e poderá continuar estudando sim. — disse cauteloso.

— Então tira essa cláusula do contrato, não vou assinar com ela ali. — me levantei imediatamente.

— Eu peço para o Smith tirar. — disse calmo, eu estava o estranhando, ele estava aceitando as coisas tão bem.

— Eu não entendi quase nada desse contrato... Mas sinto que ele não vai ser bom para mim. — torci os lábios o encarando.

— Não pense dessa forma... Você achou mesmo que eu iria torná-la a minha Sugar Baby sem um contrato? Eu fiz isso com todas as garotas que estiveram no teu lugar, e acredite, no término do contrato elas queriam mais. — sorriu de canto.

— Mas eu sinto como se estivesse sendo tua escrava, e um lixo como pessoa... Eu não quero isso para mim! — minha voz embargou.

— Bia... — se aproximou de mim segurando o meu rosto entre as suas mãos. — Eu vou te dar tudo o que você quiser, se você me pedisse um carro agora, eu iria te dar esse carro. Se você me pedisse uma quantia em dinheiro, eu te daria isso e muito mais. Você só está vendo os pontos negativos desses contrato, e não está vendo as coisas boas que ele irá te proporcionar. Você não tem onde morar, você não tem ninguém além de mim, é pegar ou largar baby, eu não vou te obrigar a aceitar isso se você na quiser. — cada palavra saiu da sua boca pausadamente, como se eu fosse uma criança fazendo birra.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora