Capítulo 176

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|Narração Ana Beatriz|

Descobri que Andreia tem duas filhas que são gêmeas, fruto do seu casamento. Ela e meu pai se conheceram em um concerto de música clássica, até parecia àqueles romances de filmes a forma como eles se conheceram, eu realmente fiquei muito boquiaberta.

Nos tornamos amigas em poucos minutos de conversa, era como se nos conhecêssemos há anos, ela me deu muitos conselhos, ainda mais depois de saber que eu estava grávida, na cabeça dela o bebê era do Caio, eu não chegaria contando sobre tudo que eu passei com o Barcelos, é uma parte da minha vida que eu quero esquecer.

Eu estava ansiosa pela chegada do meu pai, eu queria muito ver qual seria a sua reação, o medo de ser rejeitada por ele falava mais alto, mesmo assim respirei fundo. Eu confesso que eu estava curiosa para conhecer as filhas da Andreia, quem sabe não nos tornaríamos amigas.

Por falar em amiga, preferi não contar para a Fernanda onde eu estava eu sei que o Barcelos poderia fazer algo com ela caso ela soubesse de algo, então preferi omitir essa informação, depois que a poeira baixar quem sabe eu não conte.

Quando a porta se abriu, meu pai passou por ela com um sorriso no rosto, sua reação foi se aproximar de mim e me dar um abraço apertado, como era bom saber que ele estava feliz em me ver, e que me acolheu tão bem mesmo sem saber o motivo de eu estar aqui.

— Minha menina, como você cresceu... Nem consigo acreditar que você esta aqui na minha frente. — voltou a me abraçar.

Fechei os olhos sentindo o seu abraço acolhedor, eu nem conseguia acreditar também que estava aqui, mas era muito bom, eu sentia que as coisas dariam certo a partir de agora.

— Que saudade pai... Fiquei com medo da sua reação ao me ver. — confesse sem jeito e nos sentamos no sofá.

— Mas por quê? Deveria ter avisado que estava aqui, eu iria correndo te buscar no aeroporto. — acariciou meus cabelos.

— Decidimos de ultima hora vim pra cá, aconteceram muitas coisas. — torci os lábios.

— Com a sua mãe? Eu soube da briga que vocês tiveram, ela me ligou, mas isso não foi há quase um ano atrás? — perguntou confuso.

— Não foi bem isso pai... — mordi os lábios olhando para o Caio, eu não sabia se contava ou não.

Criei coragem e decidi contar para o meu pai sobre todo o ocorrido com o Barcelos, e o que me levou a ficar com ele por tanto tempo. Claro que eu tinha esperanças que ele pudesse mudar, e que o meu amor movia essa esperança cada dia mais, só que agora eu vejo que eu estive amargamente enganada.

Meu pai me olhava boquiaberto e minha madrasta não estava diferente, nessas alturas eu já chorava e se não fosse pelo Caio do meu lado me apoiando, eu não sei o que seria de mim nesse instante.

— Você tem que denunciá-lo filha, ele não pode ficar impune por tudo isso! — disse firme.

— Eu não sei se adianta pai, ele é um homem bastante poderoso em São Paulo, ele faz a minha acusação virar um nada em dois segundos. — dei de ombros, desanimada.

— Não importa Ana Beatriz... Você tem que tentar pelo menos, é a tua dor, é a tua vida! — suspirou segurando as minhas mãos.

— Já tentei convencê-la disso, mas não adiantou... — Caio suspirou pesadamente, e era verdade, o que mais ele fez nesses dias além de cuidar de mim, foi dizer para que eu denunciasse o Barcelos.

— Eu tenho um amigo Advogado, tenho certeza que ele vai resolver tudo isso sem esse cara ao menos saber onde você está! — afirmou e eu assenti.

— Tá bem pai... Eu vou pensar a respeito disso. — torci os lábios.

— Isso, deixe a garota pensar, não adianta ficar pressionando ela pra decidir algo agora, ela está confusa. — Andreia disse e eu sorri agradecida.

— Ok... Não vou mais tocar nesse assunto. — meu pai sorriu me olhando. — Mas então agora vocês vão ficar no Japão? — perguntou surpreso.

— Sim... Por algum tempo, até a poeira baixar, não tinha como eu continuar no Brasil, com certeza ele me acharia. — suspirei pesadamente.

— E vocês estão ficando onde exatamente? — arqueou uma sobrancelha.

— Em um hotel... — olhei para o Caio sem jeito.

— Então arrumem suas coisas e venham para cá, imagina só se eu vou deixar a minha filha pagando hotel sendo que ela pode morar comigo. — disse firme.

— Pai... Não queremos atrapalhar vocês! — suspirei.

— Você não me atrapalha querida. — beijou minha testa. Sorri agradecida por tudo ter dado certo, eu estava morrendo de medo que ele me rejeitasse. 

Estávamos sentando em volta da mesa para almoçarmos quando duas mulheres entraram na cozinha sorrindo, quando elas me viram, seus olhares eram curiosos, e pela feição das duas, eram as filhas da Andreia, as duas eram idênticas, o que diferenciava era a cor de cabelo, uma tinhas os cabelos ruivos como a mãe, já a outra era loira.

— Bom dia, temos visitas e não fomos avisadas? — a mulher de cabelos ruivos perguntou com desdém, já a outra sorriu me olhando.

— Bom dia meninas, muito prazer, eu sou a Ana Beatriz, filha do Katsuo. — estiquei a minha mão em direção as duas, apenas a loira me cumprimentou, a ruiva cruzou os braços me encarando dos pés a cabeça.

— Eu sou a Franciele, essa é a Gabriele, minha irmã. — a loira as apresentou enquanto a outra deixou bem claro que não estava feliz em me ver.

— Muito prazer meninas. — Caio levantou as cumprimentando educadamente.

Andreia explicou toda a minha situação enquanto almoçávamos, a única que conversava comigo era a Franciele, já a outra nem se quer me olhava na cara, era como se eu não estivesse ali.

— E vocês já sabem o que é o bebê? — Franciele perguntou empolgada.

— Ainda não... Mas estamos bem ansiosos não é amor? — olhei para Caio que estava sério.

— Aham... — sorriu forçado e eu não entendi a sua reação, ele ficou estranho de repente.

Continuamos a conversa animadamente, após o almoço eu ajudei a Andreia com a louça e a organizar a cozinha, mesmo contra a sua vontade, se eu iria ficar ali queria ajudar também, não quero ficar sem fazer nada, sei que sera difícil achar um trabalho grávida, mas mesmo assim vou tentar.

— Sabe que é difícil encontrar alguém como o Caio não é? Vocês são tão fofos juntos... — sorriu cautelosa, ela tinha razão, não era fácil achar alguém como ele.

— Ele é maravilhoso... Que homem que larga a sua vida para ir embora com a namorada para o Japão? — indaguei divertida e ela riu junto comigo.

— É raro encontrar homens assim... Então não deixa ele escapar! — me advertiu e eu assenti terminando de lavar os pratos.

Meu pai estava mostrando a casa para o Caio enquanto organizávamos a cozinha, eu já estava me sentindo em casa, tirando a parte que uma das filhas da Andreia não foi com a minha cara, o resto está perfeito. 

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