Capítulo 173

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|Narração Ana Beatriz|

Eu estava no aeroporto esperando o Caio, foi quando vi o Barcelos de longe com seus seguranças, minhas pernas ficaram bambas, minha garganta secou e eu tive certeza que se eu não me movesse ele me acharia ali.

Corri em direção ao banheiro e me tranquei em uma das cabines, as lágrimas desciam automaticamente, eu estava apavorada e sozinha, ele iria me encontrar, não posso deixar isso acontecer.

Peguei o celular da irmã do Caio que estava comigo, deslizei até o contato de Caio e liguei, minhas mãos estavam trêmulas e eu repetia inúmeras vezes para que ele atendesse logo, antes que eu acabasse me apavorando ainda mais e fizesse uma merda das grandes.

— Oi meu bem, já esta com saudades? Daqui a pouco eu chego. — disse divertido, após atender.

— Caio, vem logo... O Luan está aqui no aeroporto, estou trancada no banheiro morrendo de medo, e se ele entrar aqui a qualquer custo? — falei apavorada.

— Que merda... Ele não vai desistir mesmo. — suspirou do outro lado da linha. — Eu chego em poucos minutos, não se apavora, e fica no banheiro, não saia por nada desse mundo. — pediu com cautela e eu assenti mesmo que ele não pudesse ver.

— Não demora Caio, por favor... — minha voz embargou nesse momento.

— Amor... Fica calma, ele não vai fazer nada com você, eu te prometo. — sorri em meio às lagrimas ao ouvir isso.

— Tá bom, eu vou esperar aqui... Quando chegarem me avisa. — pedi torcendo os lábios.

— Aviso sim minha linda. — disse finalizando a ligação.

Comecei a sentir leves pontadas na barriga, deveria ser o estresse, pois eu estava muito nervosa naquele banheiro, qualquer barulhinho era motivo para que eu arregalasse os olhos e ficasse na defensiva.

Fiquei longos minutos ali, pra mim parecia uma eternidade, mas só havia se passado dez minutos, eu estava contando cada segundo deles. Quando ouvi uma voz feminina chamar por mim, suspirei aliviada, era a irmã do Caio, sai da cabine e ela sorriu me abraçando.

— Está tudo bem? — perguntou preocupada.

— Está sim, cadê o Caio? — indaguei.

— Está no carro lá fora, o Barcelos ainda está aqui, mas por sorte ele nem faz ideia que o Caio tem uma irmã... Ele esteve lá no apartamento e você tinha razão, ele não vai desistir de te encontrar tão cedo assim. — suspirou.

— Ele é um louco, psicopata... Eu nem sei como consegui ficar com ele por tanto tempo assim, eu estava cega, só pode... — caminhei ate a pia e lavei as mãos, meu corpo inteiro estava quente, eu estava corada e com as leves contrações na barriga.

Fiz uma careta ao sentir uma delas me atingir de novo, eu não queria apavorar a Ângela, mas eu realmente estava com medo de que pudesse ser algo com o meu bebê.

— Você está bem? — se aproximou de mim.

— Eu preciso sair desse banheiro... Está muito abafado. — respirei fundo.

— Se sairmos agora ele ira nos ver... Temos que esperar até o horário do voo. — disse desanimada.

— Mas e o Caio? — perguntei sem entender qual era o seu plano.

— Vamos ficar aqui até dar o horário de embarque, o Caio tenta entrar escondido e nós saímos rapidamente... Eu até duvido que ele aguente ficar aqui por muito tempo, sem contar que aqui no banheiro ele não pode entrar, então vamos sentar nesse piso e esperar... Quer assistir algo? A internet daqui até que é boa. — disse empolgada e eu sorri.

Ângela tinha a autoestima do Caio, quando eu olhava pra ela conseguia ver ele em minha frente, eles eram idênticos até na forma como deixavam as pessoas ao redor deles felizes. Assenti e nos sentamos no piso, ela ligou um filme de comedia em seu celular e ficamos ali por muito tempo, até perdi a noção do tempo.

O filme era tão divertido que eu consegui relaxar e deixar aquele estresse de lado, as contrações até pararam e eu estava mais calma e aliviada, pude ver a notificação da mensagem do Caio dizendo que o Barcelos tinha ido embora com os seus seguranças, olhei as horas no meu relógio de pulso e estava quase no horário de embarque.

— Você já quer ir para o embarque? — minha futura cunhada perguntou e eu assenti.

— Quero, antes que ele apareça novamente aqui. — suspirei me levantando.

Ângela avisou o Caio que eu o esperaria no portão de embarque, ela me deu um abraço apertado de despedida e me desejou boa sorte nessa nova etapa da minha vida, agradeci imensamente pela ajuda dela e fiquei esperando o Caio. Quando o vi se aproximar não contive o sorriso, era tão bom saber que agora seriamos felizes juntos finalmente, me faltavam palavras para descrever esse momento.

— Minha Bia... Que bom te encontrar! — me deu um abraço apertado e eu cafunguei em seu cangote inalando o seu cheiro, como era bom tê-lo assim, tão pertinho de mim.

— Bom mesmo é estar em seus braços... Fiquei com tanto medo dele me encontrar, você não imagina... — suspirei acariciando o seu rosto, eu guardei cada detalhe desse momento, ele era único.

— Eu consigo imaginar sim minha linda, mas agora seremos felizes... Ninguém irá nos separar, eu te prometo! — me deu um selinho demorado.

— Obrigada por tudo que você está fazendo por mim, eu nem sei como te agradecer por tanto, eu nem merecia depois de tudo o que eu fiz com você. — meus olhos marejaram nesse instante.

— Bia, eu faço tudo por você, sabe como eu esperei por esse dia? O dia que seriamos felizes juntos, que iriamos deixar o Barcelos e esse passado horrível para trás. E Deus ainda nos mandou um bebezinho, mesmo que ele não tenha o meu sangue eu vou cuidar como se fosse e quero dar o meu sobrenome. — se agachou beijando a minha barriga.

— Você não existe Caio... Eu não mereço alguém tão perfeito assim, eu não mereço tanto. — minha voz embargou.

— Você merece isso e muito mais, quero te tratar como você merece ser tratada, quero fazer você se sentir amada cada minuto do seu dia... Quero que você se sinta a pessoa mais feliz desse mundo, porque eu amo você, simples assim. — deu de ombros segurando o meu rosto entre as suas mãos.

Demos inicio a um beijo rápido, afinal estávamos no meio de outras pessoas, sei que muitas não se sentem confortáveis com isso. Finalizamos o beijo com alguns selinhos, e logo em seguida recebemos o aviso que o portão de embarque já estava aberto, então fomos até lá.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora