Capítulo 183

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|Narração Ana Beatriz|

Estávamos em volta da mesa contando para a minha família que eu e Caio queríamos tentar ter outro filho, Cecilia adorou a ideia de ter um irmãozinho ou uma irmãzinha, eu queria ter tido outro filho mais cedo para fazer companhia para ela, mas por conta da minha vida bagunçada eu fui adiando.

— Que incrível que vocês tomaram essa decisão juntos, acho tão linda a relação de vocês. — Franciele afirmou sorrindo.

— Foi difícil convencer a marrenta aqui, mas no fim deu tudo certo, vamos tentar ter um bebê agora. — Caio disse acariciando a minha barriga.

Entreabri a boca para dizer algo, mas fui interrompida pelo meu celular tocando, o número era do Brasil, estranhei mais ainda.

— O que foi amor? — Caio perguntou.

— Um número do Brasil me ligando... — suspirei com medo de que fosse ele.

— Atende... Ou você acha que seja ele? — murmurou acariciando as minhas costas.

— Não deve ser ele... Pode ser a Nanda com um número diferente, vou atender. — falei firme e logo em seguida atendi. — Alô, quem fala? — perguntei de imediato.

— Alô... Esse número é da Ana Beatriz? — uma voz masculina indagou, podem ter se passado anos, mas eu saberia conhecer a voz do Barcelos, felizmente não era ele.

— Sim, quem está falando? — indaguei nervosa, eu queria conhecer aquela voz, mas não conseguia.

— É o Lucas... Lucas Smith! — confesso que fiquei surpresa ao saber disso.

— Ah... Oi Smith. — murmurei olhando para o Caio, senti sua mão soltar da minha, ele ficou tenso no mesmo instante.

— Que bom que você atendeu... Fiquei com medo de que você não fosse atender.

— O que você quer? — perguntei de imediato, eu não queria bater papo com ele.

— Então... Antes de qualquer coisa, quero pedir pra não ficar chateada com a Nanda, foi ela que me passou seu número. — soltei um longo suspiro.

— Tá bem, mas o que você quer? — insisti na mesma questão.

Pude ouvir meu pai sussurrar para o Caio um "Quem é?", todos estavam confusos com essa ligação, já eu estava aflita, porque o ex melhor amigo do Barcelos estaria me ligando depois de anos?

— O assunto é bem delicado, mas vou ser direto pra ocupar muito o seu tempo...  O Barcelos está com câncer cerebral, ele está em um estágio avançado e ele não tem mais saída, só tem apenas alguns meses de vida. — disse tudo de uma vez e eu não consegui reprocessar após o "Barcelos está com câncer cerebral', para mim meu mundo parou ali, naquelas palavras e naquele instante.

Minhas mãos estremeceram, eu fiquei sem forças e mal conseguia segurar o celular, senti uma tontura tomar conta de mim. O celular deslizou da minha orelha caindo no chão, eu não tive reação a não ser ficar em choque, eu até queria chorar, mas as lágrimas não saiam.

— Bia... O que houve? — Caio perguntou pegando o meu celular no chão, Smith ainda estava na ligação.

— O Barcelos vai morrer... — foi à única coisa que eu consegui falar nesse momento.

Caio colocou o telefone na orelha e começou a falar com o Smith, ele parecia incrédulo assim como eu. Desejei as piores coisas do mundo para o Barcelos, mas não isso, eu não queria que ele acabasse dessa forma, nunca desejei isso para ele.

— Bia, conversa com ele... — Caio me passou o celular e eu o peguei com as mãos tremulas.

— Smith, eu não sei por que ligou pra me contar isso, eu já deixei o Barcelos para trás há seis anos. — murmurei impaciente, minha vida iria mudar ao saber disso, muitas coisas iriam mudar.

— É ruim falar por telefone Bia, mas ele precisa de você... Ele está morrendo e pede por você todos os dias, eu não sei mais o que fazer, sinceramente. — suspirou do outro lado da linha.

— Eu não posso ir... Desculpa! — finalizei a ligação por um impulso, eu estava nervosa com a noticia.

— Vida... — Caio pegou em minhas mãos e eu me levantei puxando as mesmas.

— Preciso ficar sozinha. — larguei o celular na mesa e caminhei em direção a um dos quartos de hóspedes que tinha na casa do meu pai.

Me sentei na beirada da cama e comecei a chorar, eu não sabia exatamente o que eu estava sentindo nesse momento, eu só sei que eu tinha que colocar tudo pra fora, estava me doendo saber disso, saber que ele teria esse fim.

Fiquei por muitos minutos ali chorando, por sorte todos entenderam o meu pedido e me deixaram sozinha para pensar.

Se o Smith me ligou é porque ele está com o Barcelos, mas isso seria verdade ou uma armadilha para que eu voltasse para o Brasil?

Inúmeras possibilidades se passavam em minha mente, depois de tudo o que ele fez com o Smith, eu acho difícil ele estar ajudando o Barcelos a montar uma armadilha para que eu voltasse, e ele não esperaria tanto tempo assim para isso.

Fiquei por muitos minutos ali chorando, por sorte todos entenderam o meu pedido e me deixaram sozinha para pensar, se o Smith me ligou é porque ele está com o Barcelos, mas isso seria verdade ou uma armadilha para que eu voltasse para o Brasil?

Enumeras possibilidades se passavam em minha mente, depois de tudo o que ele fez com o Smith, eu acho difícil ele estar ajudando o Barcelos a montar uma armadilha para que voltasse, e ele não esperaria tanto tempo assim para isso.

— Mamãe? — ouvi a voz da minha pequena vindo do corredor.

— Estou aqui amor. — murmurei e logo em seguida ela entrou acompanhada do Caio.

— Não consegui segurar ela, desculpa... — disse ele receoso.

— Sem problemas, eu já estava pronta para voltar com vocês. — a peguei no colo.

— Porque está chorando mamãe? — limpou as lágrimas do meu rosto.

— Nada minha princesa, não foi nada. — beijei sua testa.

— Vamos deixar a mamãe sozinha filha? — Caio indagou e eu neguei com a cabeça.

— Eu quero conversar com você amor... —sussurrei e ele assentiu.

— Pequena, você não queria comer a sobremesa? Vamos lá que o papai serve. — propôs e ela sorriu empolgada com a ideia.

— Vamos junto mamãe? — me olhou serena e eu sorri.

Os acompanhei até a cozinha, Caio serviu o pudim para a Cecilia, então aproveitamos o momento que ela se distraiu e subimos para o quarto novamente, eu queria saber a opinião do Caio em relação ao que o Smith havia acabado de me contar.

— O que ele te disse que te deixou tão abalada assim? — perguntou se sentando na cama, e eu sentei ao seu lado.

— Ele não te falou? — minha voz embargou.

— Não, mas ele estava com a voz embargada, como se quisesse chorar... — acariciou as minhas mãos.

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