Capítulo 181

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|Narração Ana Beatriz|

Seis anos depois...

— Mamãe? — Cecília gritou por mim, eu estava na cozinha preparando o peru para a ceia de natal, hoje ficou tudo por minha conta. — Mamãe? — ela chamou novamente e eu soltei um longo suspiro sabendo que eu teria que ir lá.

Caminhei até o seu quarto e ela estava em frente ao espelho com um vestido vermelho rodado, ela já escolhia suas roupas sozinhas, isso me deixava boba, a esperteza dela era surreal.

— Nossa... Que princesa é essa? — parei na porta sorrindo.

— Será que está bom? — perguntou parecendo uma adulta. Ok, eu realmente não estava sabendo lidar com o fato de que minha filha estava crescendo rápido demais.

— Você está perfeita meu amor! — aproximei dela, me agachei em sua frente acariciando seus cabelos.

— E meu cabelo mamãe? — perguntou se olhando no espelho.

— O que acha de colocarmos aquele top vermelho atrás? Vai ficar perfeito.

— Sim, vai ficar lindo. — bateu palmas animada.

— Vamos arrumar então. — me levantei.

Terminei de arrumar a minha princesa, e então caminhamos em direção a cozinha. Caio foi até o mercado, meu pai estava prestes a chegar, hoje a ceia seria aqui em casa, no Ano Novo meu pai iria preparar na casa dele.

O que eu posso dizer desses seis anos que se passaram? Foram os melhores anos da minha vida, muita coisa aconteceu, muita coisa mesmo.

Depois de superar o medo de perder Cecília, eu e Caio arrumamos um cantinho para gente, não é onde estamos morando hoje, mas ajudou muito naquela época.

Caio e eu fizemos faculdade juntos, hoje somos formados em Administração, ele trabalha em um banco e eu assumi a gerência de uma Indústria há pouco tempo, estamos ganhando muito bem, sou grata demais por tudo que construímos juntos aqui no Japão.

Meu pai e eu temos uma relação maravilhosa de pai e filha, eu e minha mãe, ou melhor dizendo, a minha tia, conversamos e mantivemos a paz. Claro que não vai ser como antes, mas eu preferi não guardar rancor.

Não posso mais reclamar da minha vida, ela está maravilhosa, tenho um lar, uma filha saudável e perfeita, um trabalho bom e um marido que eu amo, e que o mais importante de tudo corresponde ao meu amor. 

Eu realmente não sei a que ponto, mas minha vida entrou nos eixos, e ali permaneceu, espero que permaneça pelo resto da minha vida, porque depois de tudo o que eu passei, eu só quero paz.

— Cheguei minhas vidas! — ouvimos a voz do Caio vindo de fora da casa.

— Papai! — Cecília correu até a porta, ela sempre fazia isso quando o Caio chegava, ela corria até a porta para ajudá-lo.

Ela não sabe que ele não é o seu pai de verdade, sei que estou cometendo o mesmo erro que a minha tia cometeu comigo, mas eles tem uma relação tão boa, não sei se um dia vou conseguir contar que o seu pai na verdade é um monstro que queria matá-la, um nó se formou na minha garganta ao me lembrar disso.

— Ajuda o papai princesa. — entregou uma bandeja de bolo em suas mãos.

Olhei rapidamente com medo dela derrubar, lancei uma olhar reprovador para o Caio.

— Eu sou forte mamãe. — sorriu caminhando em minha direção.

— Eu sei amor... — soltei um riso pegando a bandeja de bolo.

— Tudo certo minha vida? — Caio perguntou se aproximando de mim, recebi um beijo aos olhares de Cecília.

— Porque vocês se beijam? — Cecília perguntou curiosa e nós dois rimos.

— Porque eu amo a mamãe. — Caio me abraçou dando um beijo no meu rosto.

— Eu também amo a mamãe. — abraçou as minhas pernas.

Ajudei Caio a desembalar as compras, e Cecília foi brincar na sala. Estávamos em silêncio, até que ele abraçou a minha cintura por trás e começou a beijar o meu pescoço.

— Quando que vamos encomendar outro bebê para gente? — murmurou.

— Amor... Já falamos disso.

— Eu quero muito outro filho Bia... Um menininho dessa vez, já pensou que incrível? — sorriu bobo.

Me virei de frente para ele, acariciei seu peitoral por cima da camisa que ele usava, deslizei as mãos até a sua barba e acariciei a mesma.

— Vamos ter outro bebê, mas agora está um pouco cedo, não acha? — selei nossos lábios em um beijo.

— Não acho... Mas eu espero o seu tempo. — beijou a minha testa me abraçando logo em seguida.

Soltei um longo suspiro apoiando meu rosto em seu peitoral, eu queria tanto ter outro filho, mas não sei se estou preparada para passar por outra crise de ansiedade e pânico de novo.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora