Capítulo 167

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|Narração Ana Beatriz|

O final de semana chegou ao fim, e eu nunca agradeci tanto por estar em casa como agora. Barcelos ficou extremamente insuportável, passamos o resto dos dias trancados dentro da casa, nem na praia ele me deixou ir.

Ele estava decidido a me levar em uma clinica clandestina de aborto, ou até mesmo comprar algum remédio abortivo, e confesso, eu estava morrendo de medo. Já vi casos de mulheres que morrem por causa de hemorragias. Depois que eu descobri que teria um filho, a minha perspectiva de vida mudou completamente, era como se agora eu tivesse um motivo para viver.

Barcelos estacionou em frente ao prédio onde Nanda está morando, ela realmente saiu lucrando do seu relacionamento com o Raul, queria ter dado essa sorte na vida, mas não, eu arrumei um psicopata doente que quer abortar o meu bebê, realmente está difícil viver assim.

Me preparei para descer e me despedir da minha amiga, mas Barcelos me impediu segurando o meu braço e me repreendendo com o olhar.

— Vou descer me despedir da Fernanda, posso? — murmurou e ele assentiu

— Melhor não tentar nenhuma gracinha. — disse afastando sua jaqueta para o lado, pude ver que ele tinha uma arma em sua cintura, meu corpo todo estremeceu e meu coração errou as batidas.

Se fosse há algumas semanas atrás eu jamais teria medo dessa arma, até agradeceria se ele a apontasse em minha direção e apertasse o gatilho, mas hoje não, eu tinha uma vida dentro de mim.

Engoli em seco confirmando com a cabeça, desci do carro e dei um abraço forte em Fernanda, por mim eu sairia correndo agora mesmo e fugiria desse monstro, só me faltava coragem.

— Tem certeza que você vai ficar bem com esse cara? Eu estou percebendo que tem algo de errado com vocês... — sussurrou.

— Está tudo bem, lá na casa dele tem uma senhora que gosta muito de mim... Ela não vai deixá-lo fazer nada comigo, confia em mim. — acariciei suas mãos e nos demos outro abraço.

Esperei que ela entrasse no prédio, então entrei no carro e o Barcelos deu partida indo em direção a sua casa, eu estava nervosa que nem conseguia disfarçar, com certeza ele já tinha percebido isso.

— Já marquei um horário na clinica para amanhã cedo, vamos ir juntos. — sorriu empolgado.

Ele realmente me faria abortar, eu não conseguia raciocinar direito, eu tinha medo de ter uma reação negativa e ele acabar descontando sua raiva em cima disso. Eu não posso deixar isso acontecer, preciso achar uma forma de fugir antes de o dia amanhecer. Mas como?

Valeria nos esperava na porta da casa, seu sorriso aliviado ao me ver dizia como ela estava insegura com essa viagem, mal sabe ela que de longe foi uma viagem boa.

Caminhei em direção ao quarto com a mala em mãos e ela me acompanhou, eu tinha que ser discreta ao pedir socorro para ela, eu só não sabia por onde começar.

Quando entrei no meu quarto fui surpreendida com um buque de rosas na minha cama, entreabri a boca sorrindo, elas eram lindas demais. As peguei vendo que o cartão era do Caio, sorri mais ainda por saber que ele tinha aparecido, eu estava tão preocupada.

— Ele veio aqui? — perguntei incrédula, meus olhos estavam marejados.

— Veio sim garota, ele sabia que o Barcelos não estava... Mas eu preciso conversar com você. — se sentou na cama séria.

— O que houve Val? — perguntei preocupada.

— Ele sofreu um acidente... — hesitou em falar.

— O que? Meu Deus... Mas ele está bem? — meu coração bateu forte ao ouvir isso, eu comecei a tremer a minha voz embargou.

— Ele está bem agora, mas foi por isso que ele sumiu por tantos dias... Ele disse que estava com saudades e que não desistiu de você hein? — sorriu de canto.

— Val... Eu estou tão feliz, você nem imagina como essa viagem foi horrível, tenho tanta coisa para te contar. — suspirei me sentei ao seu lado.

— Me conta... O que aconteceu?

Respirei fundo e contei sobre tudo que ocorreu, desde a Fernanda me pedindo desculpas, até o Barcelos me intimidando com a arma na cintura. Valeria me olhava boquiaberta, como se não estivesse acreditando, e realmente, isso parecia uma novela, mas não era, essa é a minha vida.

Eu estava completamente desesperada a procura de uma saída, eu preciso fugir dessa casa antes do sol nascer, eu preciso ir para um lugar onde o Barcelos jamais me acharia, eu só quero ser feliz com o meu bebê, quero viver livre e sem medo, apenas isso.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora