Capítulo 169

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|Narração Ana Beatriz|

Eu andava aflita de um lado para outro no meu quarto, pude ver quando o Médico do Luan chegou, será que aconteceu alguma coisa com ele? Eu só conseguia pensar nisso. Sem contar que eu estava nervosa pelo fato de que amanhã ele queria me levar naquela clinica de aborto, isso me assustava ainda mais.

— Ana Beatriz! — Valeria entrou agitada no meu quarto.

— O que foi? — perguntei confusa.

— Arruma algumas roupas, liga para o Caio e foge... O Barcelos está de cama, vou ficar com ele enquanto você foge, aproveita essa brecha e vai, não perde tempo. — disse ela tudo de uma vez, eu apenas assentia imóvel.

Foi quando ela empurrou o meu corpo me incentivando começar a arrumas as minhas coisas, eu não iria levar muito, apenas algumas roupas e joias para me manter, já que dinheiro eu não tenho nada. Barcelos não era muito de me dar dinheiro, ele me deu um cartão de crédito, mas não posso usá-lo para fugir, é uma forma de ele me achar.

Valeria me entregou o seu celular e eu liguei para o Caio pedindo que ele me encontrasse duas quadras daqui, ele assentiu sem entender nada, mas disse que me esperaria, provavelmente pensava que eu estava apenas indo vê-lo.

Deixei uma carta para Valeria agradecendo por tudo, afinal ela estava no quarto do Barcelos. Pulei a janela e sai pelos fundos onde não havia muitos seguranças. No momento em que pulei, acabei torcendo o pé e isso me deixou um pouco manca e com dificuldades de correr, mesmo assim não desisti.

Quando finalmente consegui pular o muro e sair daquela casa, sorri aliviada e andei em direção ao lugar onde eu e Caio havíamos combinado de nos encontrar. Eu estava apenas com uma mochila nas costas, não tinha como eu fugir com uma mala, sem contar que a maioria das minhas coisas o Barcelos me deu, e eu não queria nada dele, absolutamente nada.

Peguei as joias para me manter, eu já tinha um plano, bastava o Caio me ajudar e em poucas horas eu estaria o mais longe possível da pessoa que transformou minha vida num inferno. 

Sorri quando o vi o carro do Caio parado na esquina da quadra onde eu havia combinado com ele, eu confesso que estava com medo dele não vim, nesse instante até meus olhos marejaram, eu estava tão feliz.

Entrei no seu carro e fui recebida por um abraço apertado, e foi nesse momento que eu desabei a chorar, como era bom estar nos seus braços finalmente, agora estou livre pra viver o nosso amor.

— O que você está fazendo aqui essas horas Bia? — perguntou me olhando de cima abaixo, era como se ele não acreditasse que eu estava ali em sua frente.

— Eu fugi Caio, eu estou livre... Finalmente! — murmurou com a voz embargada e ele entreabriu a boca.

— Bia do céu... — começou a rir e seus olhos marejaram também. — Você está falando sério meu amor? — acariciou o meu rosto.

— Sim, estou falando sério. — sorri espremendo os olhos.

Colamos nossas testas uma na outra e ele selou nossos lábios em um beijo, de repente passou um filme na minha cabeça, pude me lembrar da primeira vez que nos vimos, eu sempre senti que era bem mais que uma atração, eu sentia que não era apenas desejo, o destino nos uniu por um único proposito.

Eu amei muito o Barcelos, isso eu não posso negar. Eu tinha esperanças que ele pudesse mudar, eu tinha esperanças que esse amor pudesse ser recíproco, mas não era, Barcelos com certeza é uma pessoa que nunca saberá o que é amor, ele não se permite a viver, pra ele o mundo tem que girar em torno de si, e que o resto se exploda.

Já ouviram falar naquele ditado que o amor pode virar ódio, e vise e versa? Pois bem, o meu amor virou ódio, e tudo o que ele fez de ruim pra mim contribuiu com isso, tudo mesmo. Mas o que me fez acordar pra vida e ver que ele jamais iria mudar foi o fato dele querer que eu abortasse o meu bebê, e se referir a ele como uma aberração, isso foi o auge pra mim.

E agora olhando para o Caio eu tenho a plena certeza que o meu destino é viver com esse homem, eu tentei resistir a ele, mas ele nunca desistiu de mim, durante todo esse tempo ele me mandava flores, me ligava e se importava comigo, se isso não é amor eu realmente não sei, e olha que eu o ignorei muito.

Ele dirigiu até o seu apartamento, tínhamos muito que conversar principalmente o fato de que eu estava grávida.

— Sinta-se em casa. — sorriu apontando para o seu apartamento.

Logo que entrei, uma mulher de cabelos negros e compridos apareceu, ela tinha alguns traços do Caio, poderia ser a sua irmã, mas eu não tinha certeza disso, nunca conversamos sobre a sua família.

— Olá... Boa noite. — sorriu me cumprimentando com um beijo no rosto.

— Boa noite. — correspondi o seu sorriso.

— Mana, essa é a Bia... — me apresentou para a mulher, agora tiver certeza que era sua irmã.

— Muito prazer Bia, meu nome é Ângela. — disse simpática.

— O prazer é meu. — sorri sem jeito, eu não sabia que ele morava com a irmã.

— Bom, vou aproveitar a noite e deixar vocês sozinhos. — piscou rindo.

— Se cuida Ângela. — Caio advertiu divertido e ela deu a língua antes de sair.

Sentei-me no sofá e soltei um longo suspiro, Caio perguntou se eu queria pizza e eu aceitei afinal eu não havia jantado ainda, minha barriga estava roncando.

— E então... Me conta sobre o seu acidente, fiquei muito preocupada quando a Val me contou. — pedi olhando pra ele enquanto comíamos.

— Foi bem tenso... Eu não lembro o momento exato do acidente, só lembro-me de ter saído da empresa furioso e decidido a ir à Delegacia denunciar o Barcelos. — soltou um longo suspiro.

— Denunciar o Barcelos? — perguntei sem entender.

— Eu fui à sala dele o enfrentar, o ameacei e ele não acreditou que eu faria isso... No caminho eu sofri esse acidente, acho que o destino não queria que eu denunciasse ele. — soltou um suspiro.

— Então ele sabe que você sabia de tudo? — perguntei pensativa.

— Sim... Mas porque você está tão pensativa assim? — arqueou uma sobrancelha.

— Você não acha que ele possa ter feito isso com você? — minha garganta secou nesse instante, eu não duvidava mais nada que viesse do Barcelos.

— Como assim Bia? Você está dizendo que ela possa ter feito com que eu sofresse o acidente? — perguntou ele sem entender.

— Sim... Eu conheci o pior do Barcelos, então eu acho que ele é capaz de tudo Caio. — murmurei cabisbaixa me lembrando de como ele foi um mostro comigo.

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