Capítulo 174

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|Narração Luan|

Passei as mãos sobre o cabelo frustrado, já se passou uma semana desde que a Ana Beatriz fugiu, e eu simplesmente não consegui encontrá-la. Fiquei por horas no aeroporto aquele dia, dei uma saída e voltei novamente, mas eram muitas pessoas, muitos voos... E se ela fugiu de outra forma sem ser voando?

Nesse momento minha cabeça estava repleta de paranoias, eu nem conseguia raciocinar direito, só queria a minha Ana Beatriz comigo de novo. Minha empresa está abandonada por motivos óbvios, eu não consigo trabalhar pensando nela, é como se ela tivesse levado um pedaço de mim junto com ela.

— Barcelos, o Detetive está aí... — Valeria me avisou surgindo no meu quarto.

Assenti virando todo o uísque na garganta, eu estava um trapo, roupas largadas, cabelo bagunçado, e sem tomar banho... Minha vida não tinha sentido. Eu estava sem Advogado, sem mulher e sem vontade de viver.

Desci as escadas rumo ao Detetive que eu tinha contratado, eu falei pra ele fazer o possível e o impossível para trazer a minha Ana Beatriz para mim outra vez, eu preciso tanto dela.

— Bom dia Barcelos. — se levantou me cumprimentando com um aperto de mão.

— Bom dia, alguma notícia? — indaguei sem delongas. Ele e Valeria se entreolharam, alguma coisa estava errada aqui. — Valeria, trás um café pra ele! — ordenei.

— Claro! — se afastou saindo da sala.

Olhei para o Detetive esperando uma resposta sua a respeito que eu tinha acabado de perguntar, ele suspirou se sentando no sofá e puxou alguns papéis em mãos, ele não tinha nenhuma notícia da minha Bia, eu tinha quase certeza, se ele tivesse já teria dito, não estaria fazendo rodeios.

— Barcelos, ela simplesmente sumiu do mapa... Eu procurei em cada canto de São Paulo, a mãe dela não a vê a mais de um ano, a amiga viu pela última vez na viagem, os amigos da faculdade nem se lembravam dela. — deu de ombros me entregando alguns papeis.

— O que é isso? — perguntei sem entender.

— As perguntas e respostas das pessoas, eram sempre as mesmas, a maioria das pessoas não a viam desde que ela se casou com você. — suspirou e eu trinquei o maxilar encarando aqueles papéis em minha  frente.  

— E o Caio? Falou com ele? — indaguei folhando os papeis.

— Não... A irmã disse que ele saiu em uma viagem e não tinha previsão para voltar. — olhei pra ele no mesmo instante.

— Como assim saiu em uma viagem? E desde quando ele tem irmã? — arqueei uma sobrancelha pensativo.

— Foi o que ela me disse, eles moram juntos desde que se mudaram. — disse óbvio.

— Merda... — praguejei soltando os papeis no sofá.

— O que foi? — perguntou sem entender.

— Ela com certeza fugiu com ele, não há outra explicação. — respirei fundo.

— Bom, iremos investigar o máximo para descobrir onde eles estão, confia em mim. — disse com cautela e eu assenti.

— Se possível descobre o quanto antes... Minha vida não tem sentido sem aquela mulher. — me sentei no sofá com as mãos na cabeça.

— Se ela fugiu com ele, e se eu os encontrar... O que você vai fazer? — arqueou uma sobrancelha.

— Isso não é da sua conta! — o repreendi com o olhar e ele logo entendeu.

— Tudo bem... Eu vou indo, assim que eu tiver mais informações entro em contato com você. — pegou seus papeis e eu assenti.

Sem ao menos dizer nada esperei que ele saísse, o silêncio se tornou o meu companheiro nos últimos dias, era como se essa casa tivesse virado um deserto sem ela, cada canto me trás uma lembrança diferente dela.

— Alguma notícia? — Valeria indagou surgindo na sala com a bandeja de café em mãos.

— Ele já foi, não precisa mais do café. — murmurei cabisbaixo deixando sua pergunta sem reposta.

— Barcelos... — suspirou se sentando do meu lado. — Tenho certeza que ele vai encontrá-la.

— Tenho quase certeza que ela está com aquele filho da puta do Caio, e você com certeza sabe pra onde eles foram. — olhei pra ela de canto.

— Eu já falei que não sei de nada Barcelos, não éramos tão confidentes assim... Você acha que ela me contaria para onde iria? Jamais.

— Eu não sei mais em quem confiar. — falei me levantando.

Subi para o meu quarto, servi uma dose de uísque, acendi o meu charuto e me sentei de frente para a sacada, fiquei ali o resto da manhã, quem sabe alcoolizado as coisas não façam mais sentidos pra mim, já que a única mulher que um dia eu amei se foi... Uma pena eu não ter dito isso pra ela a tempo.

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