|Narração Luan|
⠀
Passei as mãos sobre o cabelo frustrado, já se passou uma semana desde que a Ana Beatriz fugiu, e eu simplesmente não consegui encontrá-la. Fiquei por horas no aeroporto aquele dia, dei uma saída e voltei novamente, mas eram muitas pessoas, muitos voos... E se ela fugiu de outra forma sem ser voando?
Nesse momento minha cabeça estava repleta de paranoias, eu nem conseguia raciocinar direito, só queria a minha Ana Beatriz comigo de novo. Minha empresa está abandonada por motivos óbvios, eu não consigo trabalhar pensando nela, é como se ela tivesse levado um pedaço de mim junto com ela.
— Barcelos, o Detetive está aí... — Valeria me avisou surgindo no meu quarto.
Assenti virando todo o uísque na garganta, eu estava um trapo, roupas largadas, cabelo bagunçado, e sem tomar banho... Minha vida não tinha sentido. Eu estava sem Advogado, sem mulher e sem vontade de viver.
Desci as escadas rumo ao Detetive que eu tinha contratado, eu falei pra ele fazer o possível e o impossível para trazer a minha Ana Beatriz para mim outra vez, eu preciso tanto dela.
— Bom dia Barcelos. — se levantou me cumprimentando com um aperto de mão.
— Bom dia, alguma notícia? — indaguei sem delongas. Ele e Valeria se entreolharam, alguma coisa estava errada aqui. — Valeria, trás um café pra ele! — ordenei.
— Claro! — se afastou saindo da sala.
Olhei para o Detetive esperando uma resposta sua a respeito que eu tinha acabado de perguntar, ele suspirou se sentando no sofá e puxou alguns papéis em mãos, ele não tinha nenhuma notícia da minha Bia, eu tinha quase certeza, se ele tivesse já teria dito, não estaria fazendo rodeios.
— Barcelos, ela simplesmente sumiu do mapa... Eu procurei em cada canto de São Paulo, a mãe dela não a vê a mais de um ano, a amiga viu pela última vez na viagem, os amigos da faculdade nem se lembravam dela. — deu de ombros me entregando alguns papeis.
— O que é isso? — perguntei sem entender.
— As perguntas e respostas das pessoas, eram sempre as mesmas, a maioria das pessoas não a viam desde que ela se casou com você. — suspirou e eu trinquei o maxilar encarando aqueles papéis em minha frente.
— E o Caio? Falou com ele? — indaguei folhando os papeis.
— Não... A irmã disse que ele saiu em uma viagem e não tinha previsão para voltar. — olhei pra ele no mesmo instante.
— Como assim saiu em uma viagem? E desde quando ele tem irmã? — arqueei uma sobrancelha pensativo.
— Foi o que ela me disse, eles moram juntos desde que se mudaram. — disse óbvio.
— Merda... — praguejei soltando os papeis no sofá.
— O que foi? — perguntou sem entender.
— Ela com certeza fugiu com ele, não há outra explicação. — respirei fundo.
— Bom, iremos investigar o máximo para descobrir onde eles estão, confia em mim. — disse com cautela e eu assenti.
— Se possível descobre o quanto antes... Minha vida não tem sentido sem aquela mulher. — me sentei no sofá com as mãos na cabeça.
— Se ela fugiu com ele, e se eu os encontrar... O que você vai fazer? — arqueou uma sobrancelha.
— Isso não é da sua conta! — o repreendi com o olhar e ele logo entendeu.
— Tudo bem... Eu vou indo, assim que eu tiver mais informações entro em contato com você. — pegou seus papeis e eu assenti.
Sem ao menos dizer nada esperei que ele saísse, o silêncio se tornou o meu companheiro nos últimos dias, era como se essa casa tivesse virado um deserto sem ela, cada canto me trás uma lembrança diferente dela.
— Alguma notícia? — Valeria indagou surgindo na sala com a bandeja de café em mãos.
— Ele já foi, não precisa mais do café. — murmurei cabisbaixo deixando sua pergunta sem reposta.
— Barcelos... — suspirou se sentando do meu lado. — Tenho certeza que ele vai encontrá-la.
— Tenho quase certeza que ela está com aquele filho da puta do Caio, e você com certeza sabe pra onde eles foram. — olhei pra ela de canto.
— Eu já falei que não sei de nada Barcelos, não éramos tão confidentes assim... Você acha que ela me contaria para onde iria? Jamais.
— Eu não sei mais em quem confiar. — falei me levantando.
Subi para o meu quarto, servi uma dose de uísque, acendi o meu charuto e me sentei de frente para a sacada, fiquei ali o resto da manhã, quem sabe alcoolizado as coisas não façam mais sentidos pra mim, já que a única mulher que um dia eu amei se foi... Uma pena eu não ter dito isso pra ela a tempo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sugar Baby
أدب الهواةTinha praticamente tudo para essa ser uma linda história de amor, com um FELIZES PARA SEMPRE, mas como isso não é um conto de fadas, não será bem assim que banda vai tocar. ⠀ Sugar Baby é uma expressai usada para denominar mulheres jovens que envolv...