Capítulo 128

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|Narração Ana Beatriz|

Fiquei a manhã toda trancada dentro do quarto, não sai nem para comer, eu não tinha vontade alguma de sair daqui.

Barcelos não veio almoçar em casa, o que se tornou ainda mais tedioso ficar aqui com a sua empregada que me odiava.

Soltei um longo suspiro levantando da cama e fui tomar um banho, eu não suportava mais ficar aqui, então eu iria pedir para que o motorista me levasse até a empresa para que eu fizesse uma surpresa para o Barcelos.

Vesti a minha melhor lingerie, passei uma maquiagem e borrifei o meu perfume, me olhei no espelho e esbocei um sorriso de leve, eu estava com os olhos inchados de tanto chorar, mas a maquiagem deu uma disfarçada.

— Vai sair? — Valeria perguntou ao me ver descendo as escadas.

— Vou... Onde que está o motorista? — indaguei torcendo os lábios.

— Está lá fora. — deu de ombros me olhando por inteiro.

Chacoalhei a cabeça em confirmação caminhando em direção a porta da casa, pedi que o motorista me levasse para a empresa e ele assentiu meio apreensivo.

Todo mundo aqui parecia ter medo do Barcelos, ele tem uma pose de durão, mas eu conheci um homem diferente do que ele demonstra ser para as pessoas que trabalham com ele.

(...)

Desci do carro agradecendo o motorista, quando cheguei na recepção a mulher que estava ali se lembrou de mim e me deixou subir sem avisar ao Barcelos.

Eu espero que ele goste da surpresa, eu sei que ele curte um sexo casual, ainda mais no seu trabalho, iria deixá-lo mais relaxado.

Andei até o elevador e subi no último andar do prédio onde ficava o escritório do Barcelos, o elevador parou no segundo andar e eu arqueei uma sobrancelha confusa.

— Olá boa tarde! — a voz soou entrando no elevador, e quando levantei o meu olhar engoli em seco. O que o Caio estava fazendo aqui?

— Caio? — perguntei apreensiva e ele entreabriu a boca surpreso ao me ver também.

— Ana Beatriz? — indagou e o elevador se fechou sobrando apenas nos dois sozinhos ali dentro.

— O que VOCÊ está fazendo aqui? — cruzei os braços o encarando.

— Eu trabalho aqui! — falou óbvio e eu suspirei pesadamente. 

— Claro que trabalha. — revirei os olhos.

— E você veio ver o seu Sugar Daddy? — indagou sério e eu soltei um longo suspiro, desviando o meu olhar do seu logo em seguida.

— Não é da sua conta! — cruzei os braços.

Ergui o meu olhar fitando o teto do elevador, nunca vi o elevador demorar tanto para subir, eu não estava sabendo lidar com o fato de que o Caio e eu estávamos no mesmo ambiente.

— Você parece nervosa. — murmurou me encarando descaradamente, ele estava adorando me ver assim, com as pernas bambas.

— Não, porque eu estaria? — dei de ombros estreitando o meu olhar.

— Porque... — fez uma pausa se aproximando de mim lentamente. — Você fica nervosa perto de mim, isso é um sinal que gostou da nossa noite.

— Não significou nada para mim, se é isso que quer saber. — arrebitei o meu nariz e ele ficou ainda mais próximo de mim.

Seus braços ficaram em volta do meu corpo apoiados nas laterais do elevador, suspirei sentindo a sua respiração bem próxima da minha.

— Será? — levou uma de suas mãos até o meu rosto acariciando a minha bochecha. — Eu desisti do plano assim que te conheci de verdade Ana Beatriz, eu senti algo por você quando seus lábios tocaram nos meus, coisa que eu nunca senti antes... — fechou os olhos encostando sua testa na minha.

Eu estava imóvel, completamente entregue ao seu charme e suas palavras, se não fosse a minha mente estar me martirizando pelo que ele tinha me feito, eu teria me entregado de novo.

— E você quer que eu acredite depois de tudo o que você me fez? Me poupe... — revirei os olhos espalmando seu peito, fazendo com que ele desse um passo para trás.

— Eu não fiz nada... Eu fui sincero em tudo o que eu fiz e o que eu disse. — roçou seus lábios nos meus.

— Para de me provocar... Eu não posso, eu estou com o Barcelos. — suspirei sentindo os seus lábios macios tocarem nos meus.

— Você só está sendo um brinquedinho sexual pra ele, acredite... Podemos ficar escondido, ele não precisa saber. — mordeu meus lábios com leveza.

— Não posso... — resisti a tentação assim que o elevador parou no andar do escritório do Barcelos. 

Me recompus saindo do elevador rapidamente, sem ao menos olhar para frente, acabei me esbarrando com um corpo, e por sorte era o Luan, ele me olhava com as sobrancelhas franzidas, como se perguntasse o que eu estava fazendo ali na sua empresa.

— Ana Beatriz? O que faz aqui? — perguntou seco.

— Oi... Eu vim te fazer uma surpresa. — sorri de canto.

— Que surpresa? — franziu as sobrancelhas.

— Aqui não é um bom lugar pra isso. — mordi os lábios sacana.

— Minha nossa Bia... — passou a mão na barba freneticamente. — Venha comigo. — pegou em minha mão e me puxou para a sua sala.

Ele estava rude e seco, sem nenhum pingo de "felicidade" por me ver aqui, porque será que eu achei que ele ficaria contente em me ver?

— Caralho Ana Beatriz, aqui é o meu trabalho e não um motel... Você não pode aparecer aqui quando bem entender achando que vamos foder. — apontou o dedo em minha direção, ele estava vermelho.

— Desculpa, tá legal? Não foi por maldade não, eu achei que fosse gostar da surpresa. — engoli em seco cobrindo meu corpo com os braços.

— Você deveria ter me avisado. — praguejou impaciente.

— Mas aí não seria uma surpresa... Que graça teria? — revirei os olhos.

— Vai para casa, nos vemos a noite. — apontou para a porta.

— Luan... Eu estava com saudade, você não foi para casa almoçar, e eu senti sua falta. — me aproximei dele dengosa.

— Eu tive um almoço de negócios Ana Beatriz, e por favor se contenha, a noite matamos essa saudade. — deixou um beijo na minha testa, e caminhou em direção a porta abrindo a mesma.

— Tá bom. — suspirei me convencendo de que foi uma péssima ideia aparecer aqui.

— Como você veio? — perguntou antes de eu sair.

— Seu motorista. — a minha voz embargou, eu não posso chorar em sua frente.

— Hum... Até! — sorriu discretamente.

Suspirei pesadamente dando passos curtos pelo corredor imenso da sua empresa, as pessoas nem perceberam a minha presença, pois estavam concentradas em seu trabalho.

Eu estava me sentindo a pior pessoa do mundo, era como se eu tivesse levado um belo de um tapa na cara com a sua rejeição, eu esperei mesmo que ele fosse gostar, afinal, ele já me chamou uma vez para transarmos aqui.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora