Capítulo 124

157 4 0
                                    

|Narração Ana Beatriz|

Não vou mentir que fiquei curiosa para saber o motivo dela ter subindo e porque o Luan estava esperando por ela.

Como eu sabia disso? Era meio óbvio, nessa casa só morava ele e seu amigo Smith, o único que poderia estar esperando ela seria o Luan.

Mas porque?

— É a massagista dele. — Lucas disse entrando na cozinha, parecia que ele tinha lido a minha mente.

— O que? — perguntei me fazendo de desentendida.

— Eu sei que você está se perguntando quem era aquela mulher, e porque ela subiu para o quarto do Barcelos...— soltou um riso frouxo.

— Eu não estava me perguntando. — abri a geladeira e peguei a jarra com água.

— Estava sim, está escrito na tua cara que você ficou com ciúmes... Você sente bem mais do que demonstra. — afirmou cruzando os braços.

— Você por algum acaso é aqueles bruxos ou coisa assim, que está tentando descobrir a minha vida? — soltei um riso servindo um copo de água.

— Serve para mim também... — pegou um copo esticando em minha direção. — Não precisa ser um bruxo para ver o que está escrito na sua cara, você está muito apaixonada pelo Barcelos e está perdida, não sabe como lidar com esse sentimento. — disse firme.

Enchi o seu copo de água em silêncio, será que estava tão explícito assim meus sentimentos pelo Barcelos? Bom, se o Smith percebeu, com certeza ele também.

— Você está colocando palavras em minha boca. — suspirei bebericando a minha água.

— Você sabe que não Ana Beatriz. — me encarou descaradamente enquanto bebia a sua água.

O seu olhar era intimidador, eu não estava sabendo lidar com a forma como ele me olhava, então desvie o meu olhar do seu para disfarçar como eu estava tensa.

— Eu vou subir, só desci pra beber uma água. — falei virando toda a água na minha garganta.

— Ta bem... Mas caso queira desabafar, eu estou aqui. — disse cauteloso.

— Você seria a última pessoa que eu iria desabafar. — fui sincera nas minhas palavras.

Eu não confiava no Smith, ele era como o Luan, as vezes estava de bom humor, já outras vezes você não podia chegar perto dele que ele te tratava compus lixo, deve ser a convivência com o seu amigo frio e calculista.

Lavei e sequei o copo, o guardando no lugar e subi para o meu quarto logo em seguida, o olhar do Smith esteve firme em mim por todo esse tempo, chegava ser estranho a forma como ele me olhava as vezes, não entendo.

Passei pelo quarto do Luan, e pude ouvir da porta conversas e risadas entre ele e sua "massagista", ele parecia se dar bem com ela, bem até demais, eu nunca tinha visto ele tão simpático assim, como ele estava sendo com a mesma.

(...)

Deitei na cama e ali fiquei encolhida sem noção alguma do tempo, minha vida deu uma reviravolta tão grande que eu não tinha vontade de viver mais, a faculdade eu não ligava mais, eu já deveria estar reprovada por falta do tanto que eu faltei nesses últimos dias.

Depois de saber que a minha mãe de verdade tinha morrido no meu parto, e que a Meiling me escondeu isso por vinte e um anos, minha vida pareceu perder mais ainda o sentido.

Peguei meu celular e resolvi mandar uma mensagem para o pai, eu poderia ligar, mas não queria que ele percebesse minha voz de sono e como saber disso me abalou muito.

"Oi pai, preciso falar com você urgente..."

Mandei a mensagem e bloquei a tela do celular voltando a me encolher na cama, quando eu estava quase pegando no sono, a porta se abriu, nem precisei olhar para saber que era o Luan.

A cama balançou e senti suas mãos tocarem os meus cabelos enquanto eu permanecia imóvel e de costas pra ele.

— Está mais calma? — indagou enquanto seus dedos se emaranhavam sobre os meus canelos, os carinhos dos seus dedos estavam tão gostosos que eu quase peguei no sono.

— Sim, minha cabeça chegou a doer do tanto que que chorei. — suspirei de olhos fechados.

— Quer me contar o motivo disso tudo? Brigou com a sua mãe? — perguntou deduzindo que esse fosse o real motivo, afinal, eu fiz até a minha mala.

— Mais ou menos isso... — torci os lábios sentindo a vontade de chorar novamente.

— O que foi baby? Fala pra mim... — sussurrou ao pé do meu ouvindo beijando os meus cabelos.

— Minha mãe não é a minha mãe de verdade, ela é minha tia. — espremi os olhos, o choro entalou na garganta, eu não iria chorar de novo, meu rosto estava inchado, e minha cabeça doendo do tanto que eu já havia derramado de lágrimas.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora