Sugar Baby

Capítulo 142

|Narração Ana Beatriz|

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Mordi o cantinho da minha unha aflita enquanto eu andava de um lado para outro, passei a tarde toda pensando na conversa que tive com o Barcelos, eu estava muito confusa ainda, sem ao menos saber que rumo seguir.

— Vai afundar o chão desse jeito! — Valeria disse surgindo na sala.

— Estou aflita, não sei o que fazer. — torci os lábios.

— O que aconteceu? — perguntou confusa.

— O Barcelos me pediu em casamento. — falei e ela começou a tossir apavorada.

— Como assim Ana Beatriz? — seus olhos estavam esbugalhados.

— Isso mesmo Val, casamento... — afirmei tentando me convencer disso.

— Eu estou incrédula, jamais pensei que o Barcelos casaria um dia. — depositou as mãos na boca em êxtase.

— Confesso que estou bem confusa, não sei o que ele está planejando com esse possível casamento.

— Talvez ele só queira casar. — deu de ombros.

— Val... — me aproximei dela. — Eu não tenho com quem conversar além de você, me ajuda a resolver isso. — implorei juntando as mãos em frente ao meu rosto.

— Eu não quero me meter na sua vida, e muito menos na dele Ana Beatriz, então não me peça conselhos. — negou no mesmo instante.

— Por favor, eu preciso saber o que as pessoas pensam disso. — suspirei me sentando no sofá.

— Já falei o que eu penso, talvez ele só queira casar. — sentou do meu lado.

— E se não for só isso? Ele mudou da água para o vinho, até ontem ele estava sendo frio e grosso como sempre, e agora do nada surge falando que quer casar? Não sei... — espremi os olhos sentindo a minha cabeça doer.

— Vou terminar o jantar. — se levantou batendo as mãos nas coxas.

— Poderia me ajudar pelo menos não é? Daqui a pouco ele vai chegar e vai querer uma resposta em questão a isso.

— Ana Beatriz, a única pessoa que tem que decidir isso é você, eu não vou me meter, já falei o que penso. — disse firme andando em direção à cozinha.

Ela tinha razão, eu teria que decidir isso sem ser influenciada por ninguém, mas a questão é que eu sinto falta de desabafar com alguém, eu sinto como se a qualquer momento eu fosse me sufocar com o tanto de sentimento que eu tenho guardado para mim, é muito horrível não ter com quem contar, literalmente.

(...)

Eu precisava de um tempo para pensar a respeito do casamento, a princípio eu diria não sem mais nem menos, mas depois de muito conversar com o Barcelos eu pedi um tempo para pensar.

Aceitei viajar com ele para Paris, seria a chance de eu conhecer um dos lugares mais lindos do mundo e realizar meu sonho de viajar para fora do país, porém eu sabia que essa indecisão me perseguiria também.

— Está pronta? Já vou colocar as malas no carro. — Barcelos disse firme.

— Ta bom. — assenti terminando de passar o batom.

Joguei o meu cabelo para o lado, borrifei o perfume e me senti muito bonita, como a muito tempo eu não me sentia.

Suspirei olhando a minha imagem no espelho, eu mudava constantemente a cada dia que passava, eu não me sentia mais aquela mesma Ana Beatriz que chegou aqui há quase seis meses atrás.

Peguei a minha bolsa e desci as escadas rumo ao carro do Barcelos, iríamos com o seu jatinho particular para Paris, nem eu sabia que ele tinha um jatinho, descobri há poucos dias.

— Bia... — ouvi a voz de Valeria e me virei para trás.

— Oi Valeria. — me aproximei dela.

— Tenham uma boa viagem, aproveite cada minuto, e pense bem a respeito do seu futuro. — segurou as minhas mãos e eu sorri.

— Você está parecendo a minha mãe falando assim... — soltei um riso frouxo.

— Eu quero o melhor para vocês dois... Só isso! — falou firme e logo em seguida se afastou.

Não consigo decifrar a Valeria, sempre tive a impressão que ela me odiava, mas nos últimos meses nos tornamos quase que amigas, e agora ela disse isso que mexeu muito comigo.

Confesso que estou cada segundo mais confusa com essa decisão, casar com o Barcelos vai fazer a minha vida mudar completamente, mas também não posso deixar de lembrar tudo que aconteceu nesses últimos meses.

Chacoalhei a cabeça saindo para fora da casa, Barcelos me esperava dentro do carro já, as malas já estavam prontas e pelo jeito só faltava eu para que déssemos partida.

— Você se despediu da Valeria? — perguntei entrando no carro.

— Sim, porque? — me observou enquanto eu colocava o cinto de segurança.

— Perguntar... Ela me pareceu preocupada, não sei. — suspirei.