Capítulo 188

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|Narração Ana Beatriz|

Eu e Caio nos despedimos depois de conversar com a Valeria e o Smith a respeito do Barcelos, até comentamos que ele parece uma criança que precisa de cuidados. Valeria disse que não conseguiu abandoná-lo, ela o via como um filho, e não tenho do que reclamar dela, se não fosse por ela eu jamais teria fugido há seis anos.

No caminho para o apartamento da Fernanda, apenas eu e Smith conversávamos no carro, Caio estava em silêncio e parecia pensar, não o julgo, eu estaria na mesma situação que ele.

— Bia, quero te agradecer por ter vindo, eu realmente não tenho palavras o suficiente para te agradecer por isso... O Barcelos conseguirá descansar em paz agora. — Smith sorriu após estacionar em frente ao condomínio da minha amiga.

— Não precisa agradecer Smith. — sorri cautelosa, pelo que vejo o Barcelos não foi o único que mudou, o Smith está muito diferente também.

Aquele homem amargurado que me olhava torto hoje esta na minha frente sorrindo, quando que eu iria imaginar isso? O mundo realmente dá muitas voltas, e nessas voltas ele melhorou as pessoas, o que é uma coisa maravilhosa.

Desci do carro juntamente do Caio, no elevador permanecemos em silencio, eu não sei o que estava se passando em sua mente, eu estava receosa em me aproximar, mas somos casados, temos uma relação ótima um com o outro.

— Amor... O que houve? — perguntei acariciando seu rosto, ele beijou a minha testa pegando em minha cintura.

— Estou mal em ver ele naquele estado amor, não queria que uma pessoa como ele terminasse assim, independentemente do que ele tenha feito... Acho que ele já aprendeu com os erros, não precisava morrer dessa forma. — suspirou me olhando nos olhos.

— Caio, a vida é imprevisível... Eu também estou sem entender o porquê disso tudo, mas o que resta é aceitarmos que ele vai ir, infelizmente. — torci os lábios, fiquei receosa ao dizer isso, era uma sensação horrível, mas era a realidade.

— Você tem razão vida... Cada dia mais eu me admiro com você. Depois de tudo você foi capaz de ter compaixão e ir vê-lo, você é perfeita demais. — me deu um beijo.

(...)

Depois de um dia corrido e cheio de emoções, dei um banho em Cecília e coloquei ela para dormir após o jantar. Fernanda abriu um vinho para bebermos e com isso digamos meio preguiçosos.

— Vamos deitar amor? — Caio propôs e eu assenti.

Demos boa noite para Fernanda e fomos deitar, aproveitei a brecha para conversar com o Caio a respeito de ficarmos no Brasil, até o Barcelos partir,.eu sei que isso era pedir demais, mas eu tinha necessidade de ficar perto dele nesse momento, por mais que fosse estranho.

— Amor, podemos conversar? — Indaguei estendendo a mantinha em cima da cama.

— Claro amor. Sobre o que você quer conversar? — me olhou no mesmo instante

— É um assunto bem delicado, eu andei pensando na possibilidade de ficarmos no Brasil até o Barcelos partir... Eu sei que talvez seja pedir demais, mas você sabe que já largamos tudo para vim pra cá, minha chefe disse se eu viesse eu não teria mais emprego, você sabe que ela não quis me dar folga. — sentei sobre a cama.

— Bia, isso é uma assunto delicado demais. Temos uma vida no Japão, não podemos largar tudo agora e vim pra cá, é complicado. — suspirou se sentando na cama também.

— Eu sei amor... Mas eu queria estar com ele, e não de uma forma romântica, mas sim de forma afetuosa, fiquei muito mal ao vê-lo naquele estado, mexeu muito comigo. — peguei em uma das suas mãos.

— Eu posso pensar a respeito disso? Porque também mexeu comigo. Barcelos realmente não foi a melhor pessoa do mundo pra mim, mas eu não sou de guardar rancor e consigo sentir o que você está sentindo. — beijou minhas mãos.

— Que bom amor, eu estava com muito medo da tua reação... — sorri de canto e nos deitamos sobre a cama.

— Você sabe que não precisa ter medo, confiamos um no outro e é isso que importa. Somos um casal que se ama e se entende. — beijou minha testa.

— Eu amo você demais. — falei olhando firme em seus olhos, e logo demos início a um beijo.

Naquela noite fizermos amor como jamais havíamos feito antes, era como se nossos sentimentos tivessem se renovado nessa viagem, era bom demais amar e ser amada.

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