Capítulo 155

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|Narração Ana Beatriz|
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Eu morri e estava no céu, ou o Caio realmente estava aqui? Meus olhos estavam tão inchados que eu tinha dificuldade de enxergar as imagens em minha frente. Fechei os olhos sentindo um alívio, eu estava muito dolorida, mal conseguia respirar que meu corpo todo doía.

— Bia... Eu não acredito que ele fez isso com você. — se agachou acariciando meus cabelos.

— Me ajuda a levantar... — suspirei.

— Espera aí... — pegou o meu corpo em seu colo e me colocou deitada na cama.

— Pede pra Val um remédio para dor, por favor. — implorei gemendo de dor.

— Não! Nós vamos até a delegacia abrir um Boletim de Ocorrência contra esse monstro. — afirmou sentando ao meu lado na cama.

— Não, por favor, não. — murmurei no mesmo instante.

— Porque não Bia? Ele tem que pagar por tudo isso...

— Eu não posso, nunca vou conseguir me livrar dele, estou destinada a viver o resto da minha vida ao lado desse monstro. — respirei fundo e meu corpo todo doeu.

— Vamos para um hospital pelo menos? — pediu com cautela.

— Eu não tenho como sair, os seguranças não me deixam. — fechei os olhos.

— Bia... Eu sei que não é a primeira vez que ele faz isso com você, a Valeria me disse. O que você fez para melhorar? — perguntou sem entender.

— Tem um médico, amigo do Barcelos... Ele é muito bem pago pra ficar de bico calado e cuidar dos hematomas dela, eu já o chamei, ele está vindo. — Valeria disse entrando no quarto com um remédio em mãos, provavelmente para a dor.

— Eu não acredito que vocês aceitam tudo isso caladas. — negou com a cabeça impaciente.

— Ela não me escuta Caio, eu também não posso fazer nada, ele pode matar a minha única filha... Não sei mais o que fazer para impedi-lo de machucar a garota. — Valeria disse me entregando o copo de água.

Sentei na cama e tomei o remédio, ele desceu rasgando pela minha garganta.

— Mas porque ele fez isso? — perguntou sem entender.

— Ele viu as flores que você me mandou... E leu todos os cartões. — respondi.

Caio se sentou na cama, pegou em minhas mãos e começou a chorar, eu olhei para o mesmo sem entender. 

— Porque você está chorando? — perguntei confusa.

— Você esta assim por culpa minha. — disse apoiando seu rosto em minhas mãos, ele as beijava inúmeras vezes.

— Não, claro que não Caio, a culpa é somente dela por querer viver com o Barcelos ainda. — Valeria praguejou saindo do quarto nos deixando sozinhos.

— Bia, vamos embora comigo, por favor, eu só quero te tirar desse pesadelo.

— Não, se eu for embora ele faz algo contra a minha família, eu não terei paz, ele pode até tentar me matar... Se bem que seria um alívio. — espremi os olhos e uma lágrima escorreu em meio a tanta dor que eu sentia.

— Eu não consigo entender o que te faz querer continuar vivendo com uma pessoa que te trata assim.

— O amor... — sussurrei.

— Depois de tudo o que eu presenciei aqui hoje, você é capaz de me dizer que ama esse homem Ana Beatriz? Ele está doente e você também. — se levantou da cama furioso.

— É melhor você ir embora Caio, se ele descobre que você esteve aqui, vai ser pior para mim. — pedi com cautela e ele me olhou incrédulo.

Caio negou com a cabeça, e me olhou por alguns instantes antes de sair do meu quarto. Minutos depois o médico chegou, quando ele me viu sua boca entreabriu, eu devia estar horrível, sua expressão com certeza não era das melhores.

Ele me examinou, receitou alguns remédios e quando pensei que a consulta tinha acabado por aí, não acabou não.

— Ana Beatriz você é muito sortuda, foi por pouquíssimo que você não perdeu o seu bebê. — disse sorrindo com cautela.

— O que? Que bebê doutor? — perguntei sem entender nada.

— Você não sabia? Você está gravida, de doze semanas, quase quatro meses. — começou a guardar seus instrumentos de trabalho.

— Isso é impossível, eu tomo anticoncepcional. — neguei no mesmo instante.

— Não esqueceu de tomar algum dia? — arqueou uma sobrancelha.

Entreabri a boca, mas nada saiu, eu não tinha certeza disso, ultimamente eu andava com a cabeça bem avoada, devo ter esquecido algum dia.

— Eu não sei... — chacoalhei a cabeça em negação.

— Vou te encaminhar para um Obstetra com urgência. — suspirou.

Assenti agradecendo, minha única reação foi chorar, o Barcelos jamais aceitaria essa gravidez.

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