Sugar Baby

Capítulo 157

|Narração Luan|
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Cheguei em casa e estava um silêncio por completo, quando eu estava prestes a subir as escadas fui impedido por Valéria, ela tinha uma expressão séria, parecia brava.

— Boa noite Val, vou subir tomar um banho... — murmurei.

— Quero conversar com você antes. — disse firme.

— O que você quer conversar Valéria? — bufei passando as mãos pelo cabelo.

— Se você encostar mais um dedo na Ana Beatriz, eu vou ser obrigada a te denunciar , e ainda digo que que você está me ameaçando, não duvide de mim! — apontou o dedo indicador em minha direção.

— Achei que já tivéssemos conversado sobre isso... — suspirei.

— Conversamos, mas você me prometeu que não iria mais bater nela, e hoje você quase a matou, isso não se faz! — sua voz embargou, ela criou um grande carinho por Bia.

— Isso não vai mais acontecer. — falei simplesmente.

— Assim espero, você está avisado! — me advertiu e eu assenti.

Respirei fundo frustado e subi as escadas indo até o quarto de Ana Beatriz, ela estava deitada na cama e parecia assistir algo na televisão, seus olhos estavam um pouco inchados.

Quando a porta se abriu chamou a sua atenção, ela me olhou de relance e voltou a sua atenção para a televisão.

— Podemos conversar? — indaguei fechado a porta.

— O que você quer? Estou ocupada. — disse simplesmente sem ao menos me olhar.

— Só de te encontrar aqui depois de tudo já me deixa feliz... — sentei na beirada da cama.

— Só estou aqui porque você me chantageou, caso contrário eu já teria ido embora a muito tempo. — torceu os lábios.

— Vamos esquecer disso tudo? Vamos esquecer e passar uma borracha nos últimos acontecimentos, eu vou me tornar uma pessoa melhor por você, isso não vai mais acontecer. — ela começou a rir assim que eu terminei de falar.

— Já perdi as contas de quantas vezes eu ouvi esse mesmo discurso, você nunca vai mudar Barcelos. Você não me ama, você nunca me amou, eu só queria entender porque você me quer por perto, você pode ter a mulher que você quiser, na realidade você já tem, não sei porque ainda insiste para que eu fique aqui. — espremeu os olhos e uma lágrima escorreu. 

— Eu estou falando sério... — peguei em uma das suas mãos e a beijei. — Sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mas vou me esforçar para que isso não seja mais um problema entre a gente, podemos ir para a minha casa da praia, ficar alguns dias lá, aproveitar e espairecer, se você ainda está aqui é porque tem esperança que isso dê certo.

— Só me diz uma coisa... Você gosta de mim de verdade? Você sente alguma coisa por mim além de desejo? — perguntou e eu suspirei.

Quando se tratava de sentimentos eu não conseguia colocar para fora, era como se eu tivesse um certo bloqueio com isso, não sei explicar, é algo que eu simplesmente não consigo lidar.

Abaixei o olhar ficando em silêncio, ela por sua vez apenas assentiu virando o seu rosto para o outro lado, eu queria dizer tudo o que eu sentia por ela, eu queria contar sobre a minha doença e me abrir com ela sobre tudo, mas não consigo.

— Me deixa sozinha por favor... É só isso que eu quero! — respirou fundo e eu assenti me levantando.

— Ok baby... — beijei sua testa, no momento em que me aproximei pode perceber ela se enriquecer com os meus movimentos, ela tinha medo de mim, olha só o que eu eu causei.

Sai do seu quarto indo para o meu, tomei um belo banho e me joguei na cama. Encarei o teto de gesso por incontáveis minutos, até ser interrompido pelo meu celular tocando.

— Alô... — falei sem ao menos olhar quem era.

— O serviço foi feito Barcelos, ele não conseguiu chegar na Delegacia. — suspirei aliviado ao ouvir.

— Ótimo Torres, ótimo! — fiz uma pausa levantando da cama. — Vocês o mataram? — perguntei.

— Não importa o que fizemos, só realizamos o nosso trabalho. — disse firme.

— Beleza... Já vou depositar a grana pra você, valeu mais uma vez!

— Estou sempre a disposição, quando precisar é só chamar, você sabe que eu nunca te decepciono! — murmurou e eu assenti.

— Sei bem. — finalizei a ligação.

Fiz a transferência do dinheiro para a sua conta como combinado, me olhei no espelho e vi a expressão de um homem com quarenta e dois anos completamente cansado e exausto, mas eu estava feliz que ele não conseguiu acabar comigo, não dessa vez Caio.